Segunda-feira, 13:00, Casa de Simon
Sebastian acorda soado e sentindo calafrios, sua pele estava mais pálida do que de costume, sua boca estava seca e os olhos ardiam. Eram os sintomas do veneno que foi injetado noite passada.
Simon estava acordado ainda, passou a noite toda observando a situação do loiro. Queria ter certeza de que não ele não precisasse de nada. O vampiro já tinha entendido o que estava acontecendo.
Simon: eu vou ter que injetar mais um pouco de veneno em você, só para esse sofrimento acabar. - Olhou sentindo-se culpado.
Sebastian podia apenas concordar. Simon sentou-se na cama e pegou o braço do loiro levando-o até a boca. Aos poucos foi enfiando suas presas na carne do loiro, sentiu um breve desconforto, porém foi se recuperando dos sintomas até ficar normal novamente.
Sebastian: o que aconteceu? - Perguntou assustado.
Simon: tive que te envenenar para curar sua ferida, quer dizer, não curar... Mas eu consegui fazê-la cicatrizar bem mais rápido.
O loiro inclinou a cabeça para trás e suspirou fundo, ao fazer isso sentiu uma dor onde havia se machucado. Ele tirou o curativo e viu sua pele vermelha, o corte havia cicatrizado, porém não perfeitamente. A pele daquele local ainda estava se regenerando.
Simon: como se sente? - Perguntou sentando ao lado de Sebastian.
Sebastian: inútil, cansado, dolorido... - Falou de olhos fechados.
Simon: você não devia se sentir inútil, você fez um favor para o submundo banindo aquele demônio. - Tentou ajudar.
Sebastian: e agora estou aqui, impossibilitado de me mexer... - Falou baixo.
Simon: isso é consequência, relaxa... se você ficar de repouso vai melhorar rápido. - Sorri.
O loiro suspira novamente e fecha os olhos, aquele sentimento de inutilidade pesava forte. Simon queria ajudá-lo, mas não fazia ideia de como faria isso já que é a primeira vez em que tem que lidar com essa situação.
Simon: me conte, o que você costuma fazer para passar o tempo? - Perguntou ajeitando o óculos.
Sebastian: leio, estudo... gosto de caminhar pela cidade a noite, e você gosta de fazer o que para passar seu tempo?
Simon: eu toco guitarra, gosto de sair também... - Sorri. - Enfim, nnão é melhor eu chamar alguém do Instituto para vir cuidar de você?
Sebastian: sim, é uma boa ideia. - Fala num tom baixo.
Simon pega seu celular e digita o número de Alec, achava que ele seria a melhor opção. Sempre viu os dois juntos rindo. Ele leva o celular à orelha e espera chamar, não demorou muito para que Alec atendesse.
Alec: alô?
Simon: Alec, preciso da sua ajuda.
Alec: aconteceu alguma coisa? - Pergunta preocupado.
Simon: sim, é o Sebastian. Ele se feriu na luta contra o demônio, está aqui em casa de repouso.
Alec: se feriu como? Ele sempre foi muito cauteloso em suas missões. - Sua voz parecia cada vez mais preocupada.
Simon: ele teve que baixar a guarda por um instante e foi atacado por um demônio que veio pelas costas.
Alec: eu estou indo, daqui a 10 minutos eu chego aí. - Desligou o celular.
Simon: ele está vindo. - Sorri.
Sebastian: obrigado por estar fazendo tudo isso por mim, eu vou te recompensar assim que puder.
Simon: não esquenta com isso. - Ri envergonhado. - Descansa um pouco enquanto eu tomo um banho.
O loiro assente com a cabeça e se aconchega na cama enquanto Simon tira a camisa e pega algumas roupas no guarda-roupa depois vai em direção ao banheiro.
Sua camiseta estava ensanguentada e um pouco da sua calça também, ele jogou-as no cesto de roupas e tirou seu tênis e sua meia. Entrou no box do banheiro e suspirou, havia esquecido de tirar os óculos, os tirou e colocou em cima da pia.
Abriu o registro do chuveiro e deixou a água escorrer pelo seu corpo, soltou mais um suspiro de alívio. Estava muito tenso com tudo que havia acontecido, porém achava que estava fazendo o certo.
A água escorria pelo corpo cansado de Simon desarrumado seu cabelo, ele sentia o gelado do seu corpo cair juntamente com a água quente. Fechou os olhos e deixou a água cair em seu rosto, estava muito tenso e esse banho estava ajudando-o a relaxar.
Lembrou que não podia demorar no banho, tinha que esperar Alec chegar. Começou a ensaboar seu corpo lentamente enquanto a água retirava o excesso de espuma. Rapidamente lavou o cabelo e desligou o chuveiro, e pegou uma toalha no armário, se enxugou e se vestiu quando ouviu alguém batendo na porta. Secou rapidamente o cabelo e os óculos e colocou seu chinelo, foi até a porta e abriu-a para que Alec entrasse.
Alec: como ele está agora? - Perguntou nervoso.
Simon: sim, está deitado no quarto. - Respondeu calmamente.
Ambos foram para o quarto, Sebastian estava acordado lendo um livro.
Alec: você não se cansa de ler esse livro, não é mesmo? - Riu aliviado.
Sebastian: você sabe quanto ele me marcou. - Sorriu colocando-o na bolsa novamente.
Alec: como se sente? - Sentou-se ao lado do loiro.
Sebastian: bem melhor, graças ao Simon. - Olhou para Simon que estava sorrindo.
Alec: eu vou ativar sua runa, consegue virar de bruços? - Pegou sua Estela.
Sebastian afirma com a cabeça e vira de bruços, sua runa era grande, ia da base do pescoço até a escápula. O moreno passou a Estela pela runa lentamente.
A runa em forma de um losango desenhada no estilo tribal brilhava em Dourado bem forte, Sebastian sentia bastante dor e dava para escutar sua pele queimando.
Após o término da ativação, a runa estava falha. Simon olhava perplexo para Sebastian, nunca havia visto algo parecido com isso, uma runa capaz de regenerar ferimentos profundos.
Simon: isso é normal? Ela ficar falha depois de ser usada? - Perguntou ainda perplexo.
Alec: sim e não.
Simon: como assim "sim e não"? - Estranhou a resposta.
Alec: é normal porque ela foi feita para curar ferimentos mais graves e não porque quanto mais você usa ela mais é o desgaste, quando essa runa sumir não tem como fazer outra. - Falou olhando para a runa do loiro.
Simon: entendi... interessante, mas sinistro. - Riu baixo.
Alec: consegue andar, Sebastian? - Deu um sorriso de canto.
Sebastian: acho que sim. - Levantou-se.
Alec: consegue andar? Precisamos voltar ao Instituto.
Simon: só mais uma coisa... - Os dois olham para Simon. - Eu meio que envenenei o Sebastian.
Alec: como assim? - Perguntou nervoso.
Simon: eu tive que injetar veneno de vampiro em você.. era o único jeito de te deixar melhor. - Disse sentindo-se culpado.
Sebastian: tem algum antídoto ou alguma coisa assim?
Simon: sim, o Raphael tem. - Coçou a cabeça.
Alec: então vamos até ele.
Simon: agora são 14:00, ele não pode sair no Sol. Vai ter que esperar anoitecer.
Sebastian: e se eu ficar daquele jeito de novo? - Perguntou aflito.
Alec: daquele jeito como? - Olhou para Simon.
Simon: bom... viciado. - Falou sentindo-se cada vez mais culpado. - Vai ficar pálido, com a boca seca, hiperventilando, tendo calafrios...
Alec: mas e se isso acontecer? - Cruzou os braços.
Simon: ele vai ter que aguentar a dor. - Coçou a cabeça.
Sebastian engoliu seco, não queria passar por essa experiência novamente. Aquela sensação de impotência, inutilidade seguida de dor e falta de ar.
Alec: você consegue, Sebastian?
Sebastian: posso tentar... - Disse hesitante.
Alec: vou ligar para o Raphael e marcar onde ele pode nos encontrar hoje a noite. Arrume suas coisas, temos que voltar ao Instituto. - O loiro afirmou com a cabeça.
O telefone toca algumas vezes e da ocupado, Alec persiste e liga novamente. Alguns minutos depois tentando, Raphael atende.
Raphael: alô?
Alec: Raphael, preciso de um favor seu.
Raphael: do que você precisa?
Alec: antídoto para veneno de vampiro.
Raphael: não posso te ajudar, a pessoa foi atrás porque ela quis. - Disse de maneira fria.
Alec: na verdade, ele não tinha opção, se ele não usasse ia morrer.
Raphael: já ouvi essa lenda, foi o diurno?
Alec: sim, foi o Simon. - Olhou para Simon.
Raphael: as lendas diziam que o veneno do diurno viciaria bem mais fácil, porém o diferencial são as propriedades curativas.
Alec: você pode dar o antídoto para nós?
Raphael: nesse caso sim, onde posso te encontrar?
Alec: na Praça do Instituto, que horas você virá?
Raphael: 21:00 em ponto, esteja lá. - Desligou o celular.
Sebastian estava com sua mochila em mãos, tirou o curativo da barriga. Estava cheio de sangue, ele jogou no lixo e abaixou a camisa novamente.
Simon acompanhou-os até a porta e se despediu, os dois saíram e foram andando. Mais uma vez o moreno suspirou aliviado, nunca mais queria passar por essa situação. Sebastian podia ter morrido a qualquer momento e ele não sabia como lidar com isso.
Ele entrou em sua casa novamente e deitou em sua cama, não queria mais pensar sobre esse assunto. Mas o cheiro de sangue e o perfume do loiro estavam impregnados em seu travesseiro, o gosto do sangue dele era diferente de todo sangue que já tivera experimentado... Não que seja mais doce, mas a textura, os compostos era tudo tão delicioso.
"Preciso esquecer isso.", pensou consigo. Deitou sua cabeça no travesseiro e respirou fundo inalando o resquício de perfume do loiro. Após algum tempo adormeceu.
Segunda-feira, 15:00, Instituto
Alec e Sebastian chegam ao Instituto sendo recebidos por Izzy, ela corre na direção do loiro abraçando-o.
Izzy: pelos anjos, como você está? - Perguntou preocupada. - Antes de sair Alec me contou o que aconteceu.
Sebastian: e-estou bem. - Sorriu. - Mas se puder me soltar ia ficar melhor, sabe? Ainda arde um pouco.
Izzy: desculpe, posso ver o ferimento? - Estava curiosa.
O loiro levanta parte da camisa expondo o grande corte já cicatrizado, ela passou a mão levemente pelo local. Estava bem quente, pressionou levemente e o loiro gemeu de dor, rapidamente ela tirou a mão.
Izzy: desculpe. - Disse preocupada.
Sebastian: relaxa, está bem melhor do que antes.
Alec: melhor você descansar um pouco. - Pegou a mochila de Sebastian.
Sebastian: não, estou bem. Não quero mais descansar, ficar sem fazer nada me incomoda. - Riu baixo.
Alec: tem certeza? - Olhou com dúvida.
Sebastian: sim, tenho sim. - Sorriu.
Alec assentiu com a cabeça e pediu para que Izzy o acompanhasse até seu quarto deixando o loiro na cozinha, ela o seguiu com certa dúvida.
Alec: preciso que fique de olho nele. - Parou e cruzou os braços.
Izzy: porque, aconteceu mais alguma coisa? - Ficou encarando Alec.
Alec: o Simon envenenou ele com veneno de vampiro, o Raphael tem o antídoto mas só vai chegar aqui as 21:00. Enquanto isso ele poderá ter uma crise de abstinência. - Suspirou.
Izzy: o Simon? Mas eu nunca imaginaria que ele faria algo para machucar alguém. - Disse perplexa.
Alec: bom, ou era isso ou Sebastian estaria morto agora. - Deixou-a mais perplexa ainda.
Izzy: tudo bem, ficarei de olho nele até la. - Virou-se indo em direção a cozinha. - Ah, mas e você? Vai pra onde?
Alec: Magnus me mandou uma mensagem pedindo para eu ficar com ele hoje, vou ficar na casa dele. - Sorriu.
Izzy: entendi, boa sorte com ele. - Deu um riso malicioso e saiu.
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