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História Why'd You Only Call Me When You're High - Capítulo Um


Escrita por: Carol__R

Notas do Autor


Só pequenas explicaçoes: como é AU, eles tem a mesma idade, estão cursando a faculdade e não são famosos. Era só isso mesmo, obg, espero que gostem <3

Capítulo 1 - Capítulo Um


Acordei me sentindo estranho. Sabe aquela sensação de que algo está errado? Bem, estou pensando exatamente nisso enquanto fico encarando a janela de vidro que dá para a sacada. Sequer tinha amanhecido! Solto um grunhido involuntário e checo as horas no celular. 4:52 da manhã. Era isso que estava errado. Porque diabos eu acordei essa hora sendo que odeio acordar cedo? Meu cérebro parece ter ligado em 220V, já tentei de tudo, mas simplesmente não consigo voltar a dormir. Bufo me levantando e indo em direção a porta do quarto, se eu não podia dormir ia fazer o que.

Desço as escadas trajando apenas uma cueca box preta e uma casa de bunda. Hoje era o dia que eu voltaria para a faculdade e simplesmente teria que ficar em um dormitório porque resolveram colocar fogo na casa da fraternidade. Vou até a cozinha, que - ao contrário do que eu imaginava - estava iluminada pela luz da geladeira. Estreito os olhos para conseguir enxergar quem é que estava comendo a essa hora e me deparo com a mulher do meu pai procurando por algo. Pigarreio para que ela me note.

-Oh, Martin! - Ralha após levar um susto. - Sabia que não devia chegar assustando as pessoas desse jeito? Ainda mais uma grávida - fala lambendo algo parecido com glacê dos dedos.

-Desculpa - rio baixinho me aproximando. - O que está fazendo aqui embaixo às cinco horas da manhã? - Pergunto analisando a morena à minha frente. Ela é incrivelmente bonita, não aparenta os quarenta e dois anos que tem. Talvez seja algo que eu herdei do meu pai. Esse bom gosto para mulheres. Eu sei, eu deveria parar com esses pensamento, afinal, ela é quase uma mãe para mim, isso seria praticamente incesto. Credo.

-Se você ainda não percebeu eu estava comendo até alguém me atrapalhar - me encara maldosa, mas depois sua expressão suaviza e ela sorri. - E você, o que faz aqui? Não deveria estar dormindo? - Arqueia as sobrancelhas se apoiando na pia de mármore.

-Não consigo dormir - reclamo fazendo bico.

-Coitadinho, quer que eu te dê mamá e conte uma história para dormir? - Faz cara de pena. Quando foi que ela ficou tão sarcástica? Gostei.

-Depende de como você vai me dar o mamá - sorrio sugestivamente. Ela pode até ser minha madrasta, mas - que ela me perdoe - sou homem e tenho olhos e ela está vestindo apenas uma camisola de seda. Seus seios estão praticamente pulando pra fora.

-Você não tem jeito mesmo hein garoto - fala me dando um tapa no ombro. - Agora é sério, tem um remédio para dormir na caixinha de primeiros socorros no banheiro perto da escada. Toma e volta a dormir, aposto que sua cama é mais confortável que a do dormitório - sorriu gentilmente. -Agora se me permite, eu vou voltar para a minha - fala me dando um beijo na bochecha. - Boa noite, Martin.

-Boa noite Sarah - respondo indo ao banheiro que ela me falou. Abri a gaveta e procurei o remédio, que - assim como todos os outros - estava etiquetado com a sua utilidade. Sarah e suas manias. Tomo um comprimido e volto a subir para my quarto. Quando puxo os cobertores sobre meu corpo, meus olhos já começam a pesar.

(…)

Minha madrasta estaciona o carro na frente do dormitório temporário. Eu disse a ela - repetidas vezes - que não queria ajuda, mas ela usou como pretexto para vir o fato de que meu pai não poderia. As vezes eu penso que ela quer, de alguma forma, se redimir por conta de meu pai não dar a mínima para o único filho. Afinal, era ela quem sempre ia aos jogos de baseball quando eu era criança - e mesmo que eu fosse uma negação no esporte, ela me levava tomar sorvete depois da partida enquanto dizia que eu era o melhor jogador do time.

Sarah e meu pai estão juntos desde que eu tinha oito anos e ela foi meio que a mãe que eu não tive. Meu pai sempre foi muito distante, sempre trabalhando e usando isso como desculpa, mas eu sei que ele me culpa pela morte da mamãe.

Saindo de meus devaneios, desço do carro e pego a caixa maior junto com a minha mala, deixando apenas uma caixa pequena com alguns objetos para Sarah carregar - já que ela se negava e não ajudar. Nós dois estamos pensativos demais, pois ela também não fala nada durante o caminho até o quarto.

-O que houve com a casa da república? Ela pergunta enquanto abre a porta.

-Digamos que algum idiota esqueceu um baseado aceso em cima de uma cortina - respondo largando a caixa em cima da cama de solteiro que parecia de hospital.

-Vocês queimaram uma casa por causa de um simples baseado? - Me encara incrédula.

-Vocês vírgula - retruco. - Nesse dia eu estava naquela festa da vovó - digo em minha defesa.

-Vocês jovens de hoje em dia são estranhos - diz mexendo a cabeça enquanto abria uma das caixas.

-Pelo o que eu sei, na sua época o pessoal consumia muito mais droga do que hoje em dia - digo abrindo a mala e guardando as coisas no pequeno armário no canto do quarto. - E eu sou bem normal, aliás. Era considerado um menino prodígio na escola - digo me vangloriando.

-Meus colegas de faculdade nunca colocaram fogo em uma casa - diz como quem não quer nada enquanto arruma alguns livros em uma prateleira. - Era um prodígio, mas em compensação era uma negação em esportes - provoca rindo.

-Você dizia que eu era o melhor do time - a encaro fingindo estar ofendido.

-O que mais eu diria para uma criança chorosa que havia perdido o jogo e não tinha o pai ao lado pra consolar? - Pergunta, mas depois parece se arrepender do que diz. - Desculpa…

-Tudo bem, pelo jeito os negócios são mais importantes que o filho - dou de ombros. Já me magoei muito pensando no assunto, mas hoje não é como se eu realmente ligasse para isso.

-Martin…

-Vamos falar de coisa boa, não estrague meu dia falando dele - a interrompo. - Então, já decidiu como vai ser o nome dela? - Pergunto apontando para sua barriga.

-Eu estava pensando em Amanda, mas seu pai quer Leslie - diz pensativa.

-Se quiser minha opinião, Amanda é muito mais bonito - sorrio. Então ficamos em silêncio arrumando meu lado do quarto. Meu colega provavelmente só voltaria mais tarde, afinal, ainda faltavam duas semanas para o fim das férias. Se me perguntarem o motivo de deixar minha casa confortável para vir à um dormitório desses, tenho uma pequena lista: 1- meu pai; 2- preciso arranjar uma casa pra fraternidade; 3- Manhattan me estressa. Ainda estou meio perdido quando o celular de Sarah toca. Ela lê a mensagem e responde.

-Martin, seu pai acabou de me mandar uma mensagem avisando que vai passar aqui daqui alguns minutos, vou encontrar ele lá no portão - diz se aproximando e me dando um beijo na bochecha. - Boa sorte na busca pela casa nova - sorri pegando a bolsa e saindo.

Assim que ela sai, aproveito para terminar de arrumar algumas coisas e pegar uma roupa para ir tomar banho, agradecendo mentalmente por ainda serem férias e os banheiros não estarem lotados. Quem diabos inventou essa coisa de banheiros coletivos? Reviro os olhos para meus próprios pensamentos enquanto ando pelo corredor até o banheiro. Por sorte - ou talvez pelo fato de ainda faltarem duas semanas para toda aquele pessoal voltar - o banheiro está vazio. É até um pouco solitário andar por esses corredores vazios quando se está acostumado a ter que fazer contato humano forçado para caminhar por eles. Fecho a porta e tiro minha roupa, entrando no box/cubículo. Ligo o chuveiro tendo a ótima sensação de ainda haver água quente. Tomo um banho rápido, ainda pretendo almoçar e começar as buscas por uma casa. Saio com a toalha enrolada na cintura e os cabelos gotejando. Começo a me vestir distraído que mal percebo quando alguém chega ali, protestando por conta de alguma coisa. Termino de me ajeitar e vou em direção a saída, mas a curiosidade fala mais alto e olho para o lado. Um cara mais baixo que eu, com o cabelo comprido amarrado em um coque, ele tinha um dos lados da cabeça raspado. Vestia um moletom azul com “Yale” escrito em branco no peito e estava com um dos braços embaixo da torneira, tentando estancar um pequeno sangramento.

-Ei cara, tudo bem aí? - Pergunto me aproximando.

-Tudo ótimo - fala sarcasticamente, soltando um grunhido de dor.

Arqueio as sobrancelhas e dou de ombros. Eu tentei ajudar. Volto para o meu quarto e me atiro na cama. Sarah estava certa quando disse que eu iria sentir saudades da minha cama. Essa daqui é horrível. Eu definitivamente não gosto desse dormitório, não mesmo. Levanto reclamando comigo mesmo por ter confiado a casa àqueles irresponsáveis e termino de arrumar minhas coisas na prateleira. Me sinto em uma cela de prisão, onde temos apenas um pequeno armário e prateleiras. Rio me virando para a porta no exato momento em que ela se abre. O cara que estava no banheiro entra no quarto pressionando o braço. Ele me olha por um breve momento, mas depois se volta para suas coisas. Seu lado do quarto estava relativamente bagunçado, - não que eu fosse um fanático por arrumação, porque eu com certeza não sou - mas ele não parecia se importar.

-Como assim você chegou no campus e não me avisou?! - O furacão June grita entrando com tudo pela porta. Logo atrás dela entra Logan rindo da situação.

-Oi para você também - sorrio me sentando na cama.

-Idiota - revira os olhos. - Quem é? - Pergunta olhando para o cara sentado na cama ao lado improvisando um curativo.

-Meu colega de quarto, que por ventura eu sequer sei o nome - dou de ombros.

-Ei carinha, como se chama?

-Sonny - murmura sem se olhar para nós.

-Prazer, Martin!



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