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História Why'd You Only Call Me When You're High - Capítulo Dois


Escrita por: Carol__R

Notas do Autor


oi oi att linda da sexta à tarde, boa leitura <3

Capítulo 2 - Capítulo Dois


Depois de passar o dia todo visitando imobiliárias com a June e o Logan - o que não surtiu muito efeito, porque aparentemente ninguém quer alugar uma casa para uma fraternidade - deixo cada um em seu dormitório e volto para o meu. Destranco a porta e assim que abro encontro o meu colega de quarto praticamente desmaiado na cama ao lado da minha. Ele treme, o que era totalmente estranho porque ainda estamos no fim do verão - e seus cabelos estão empapados de suor. Sonny murmura coisas desconexas enquanto eu o analiso decidindo se acordo ele ou não. Decido esperar um pouco. Se ele parar, ótimo. Se continuar daí eu acordo.

Pego meu computador e deito na minha cama e abro a Netflix. Fico fuçando o catálogo por algum tempo até achar algo que valha a pena assistir. Antes de dar play, peço uma pizza - ainda são seis horas da tarde, mas como a cozinha dos dormitórios é muito longe, pizza é mais prático. Largo o celular na cama e observo a situação do cara dormindo ao meu lado. Ele não treme mais, mas posso perceber que a manga do seu moletom está manchada com sangue, então deixo meu bom senso falar mais alto e resolvo acordá-lo.

-Ei cara - digo chacoalhando-o. - Acorda - falo mais alto e ele acorda arfando e com os olhos arregalados.

-O que houve? - Parecia assustado. - Eu disse alguma coisa?

-Não, mas estava tremendo e suando e seu braço está sangrando - digo apontando e ele se encolhe na cama. - Deveria ir na enfermaria limpar isso daí, pode ficar bem feio - digo analisando-o curiosamente.

-Eu tô bem - murmura com a mandíbula tensa, se virando para ver o machucado.

-Ah você está ótimo - ironizo. - Se deixar desse jeito capaz de perder o braço ainda.

-Por que você não cuida da sua vida? Volta pra sua vidinha perfeita, vai festejar com seus irmãos de fraternidade e me deixa em paz - fala exasperado, passando a mão boa pelo cabelo.

-Eu só estava tentando ajudar. Quem está agindo como um idiota é você - reviro os olhos e volto para minha cama. Meu filme era muito mais legal que esse cara. Inclusive, ele foi todo gravado com uma GoPro, o que torna ainda mais incrível.

Sonny se levanta, pega um moletom limpo, calça os tênis e sai. Esse cara só pode ser retardado para sair andando por aí de moletom enquanto a maioria das pessoas usam o mínimo de roupa possível. Paro de pensar em o quão idiota esse cara é e volto a prestar atenção no meu filme. Não demora muito e o entregador chega. Pego minha pizza e entrego o dinheiro à ele.

(...)

Devo ter pego no sono em algum momento do filme, porque quando acordo, o computador já está bloqueado e tem algumas ligações no meu celular. Duas da June e uma do Logan. A maneira como eu conheci eles é uma história bem engraçada. Estávamos em uma festa da fraternidade, eu ainda era calouro e eles também. Eu estava bêbado, quase entrando em coma alcoólico - naquela época eu era muito fraco para bebida - e saí pela casa em procura de um banheiro. Acabei entrando no quarto que eles estavam transando e botei tudo para fora no tapete. Depois disso, eles se vestiram e resolveram me ajudar - o que foi bom, porque logo depois o ex namorado da June entrou no quarto soltando fumaça pelas orelhas e bem, se ele tivesse chegado uns minutos mais cedo teria pego os dois na cama. Ela deu uma desculpa qualquer, entramos os três no meu carro e fomos para o dormitório dela. Sua colega de quarto neurótica começou a ter um ataque por estarmos bagunçando o quarto e foi muito engraçado. Depois disso não nos separamos mais.

Me levanto da cama para ligar para ela e sinto a camiseta grudar nas costas por conta do suor. Faço uma careta e pego minha toalha para tomar outro banho. Fecho o quarto e vou andando preguiçosamente pelos corredores, encontro um ou duas pessoas no caminho e tem apenas uma garota no banheiro quando eu entro. Adeus privacidade. Não que eu tenha vergonha do meu corpo - pelo contrário, me acho incrivelmente gato - apenas não gosto de plateia quando vou tomar banho. Banho era para ser algo particular - ok, com exceção quando você divide com alguém, mas daí é qualquer coisa menos tomar banho - onde você pode cantar e pensar na vida. Mais um motivo para eu simplesmente odiar dormitórios de faculdade, mas acho que já mencionei isso. Entro no cubículo e ligo a água gelada. Dessa vez permito-me demorar, afinal, essa água está tão gostosa que nem dá vontade de sair debaixo.

-Martin? - Ouço June me chamando.

-Aqui - respondo desligando o registro.

-Seu idiota, por que diabos não atende o celular? - Pergunta, me encarando incrédula e ignorando totalmente o fato de eu estar nu.

-Desculpa, eu caí no sono - digo em minha defesa, enrolando a toalha na cintura. - O que você queria?

-É que o Logan achou uma casa perfeita para fraternidade e os donos estão loucos para vender pelo motivo de que eles tem uma filha pequena e não aguentam mais os vizinhos - diz praticamente explodindo de felicidade.

-Mas a gente foi em praticamente todas as imobiliárias - paro de caminhar e a encaro confuso.

-É que na verdade a casa é de um casal de amigos dos pais dele que ofereceu. Ele disse que a casa é enorme, quase uma mansão. Agora vem o melhor, eles estão vendendo por um preço muito baixo. Acha que consegue convencer seu pai a comprar? - Quando ela pergunta isso, tenho uma ideia muito melhor.

-A gente não precisa comprar uma casa - paro novamente, segurando seus ombros e sorrindo, enquanto ela me olha desconfiada. - Minha madrasta morava aqui. Eu só preciso convencê-la a liberar a casa para nós - digo me animando completamente. Quando chegamos no quarto ele ainda está vazio. June espera eu terminar de me vestir enquanto come um pedaço de pizza fria.  - Vou ligar pra Sarah e daí você me ajuda a convencer ela.

-Ok - fala com a boca cheia, se sentando ao meu lado. Ligo para minha quase mãe e ela atende no terceiro toque.

-Sarinha, pessoa que mais amo na vida...

-O que você quer Martin?

-Por que você acha que só te ligo para pedir algo?

-Porque você geralmente faz isso? - Responde como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

-Tudo bem, eu quero sua casa emprestada para a fraternidade - digo rapidamente.

-Sem chance -ela ri sem humor.

-Por favor Sarah - imploro. - Você nem usa aquela casa, ela está fechada desde que seu irmão foi embora.

-Não, Martin - ela suspira.

-Poxa Sarah, você sabe que é importante para mim, por que não?

-Vocês botaram fogo na última casa, Martin!

-Foi só na cozinha! - Protesto. - Por favor Sarah. Não confia em mim?

-Confio, Martin, não confio é nos seus amigos.

-Não, você não confia do mesmo jeito que o meu pai - ok, isso foi golpe baixo, mas precisamos da casa. June me olha com os olhos arregalados. Ela é minha melhor amiga, mas não sabe dos meus problemas com meu pai e não pretendo que saiba. Estamos bem assim.

-Tudo bem… - murmura.

-Sério? - pergunto surpreso.

-O que foi que vocês estão tão felizes? - Logan pergunta entrando no quarto com seu habitual cigarro nos lábios.

-Quem está aí? - Sarah pergunta no outro lado da linha.

-O Logan e a June - respondo.

-Oi crianças.

-Oi tia Sarah - os dois respondem rindo.

-Então, Logan, a gente conseguiu uma casa para a fraternidade - sorrio. - Não é mesmo Sarah?

Antes de ela falar algo, ouvimos um barulho de algo caindo lá fora. Nós três nos entreolhamos e eu largo o telefone na cama e me levanto para ir checar. Assim que abro a porta encontro meu colega de quarto caído no chão, desacordado. Os óculos e o celular ao lado do corpo. Eu e meus amigos encaramos a cena um tanto perplexos.

-Eu acho melhor levarmos ele para um hospital - Logan se pronuncia.

-Eu deveria deixar ele aí por ter sido um otário mais cedo - dou de ombros.

-Ele é seu colega de quarto! - June ralha comigo.

-Por isso mesmo, ele é meu colega de quarto, não meu filho!

-Será que dá pra vocês dois pararem de discutir e me ajudarem com ele? - Logan nos olha como se fossemos crianças brigando.

-Tá, que seja - reviro os olhos.

Colocamos ele no banco de trás do carro e Logan dirige em direção ao hospital mais próximo do campus. O cara parecia estar morrendo no banco. Ele tremia e suava e estava queimando em febre.

-Pra onde vocês estão me levando? - Ele murmura se remexendo no banco.

-Pro hospital? - Pergunto ironicamente.

-Me leva de volta pro dormitório…

-Você só pode estar brincando né? - Rio sem humor.

-Não pedi ajuda de vocês.

-Eu disse que a gente devia ter deixado ele atirado lá - digo, dessa vez olhando para Logan.

-Cala a boca Martin! E você - diz encarando-o pelo retrovisor interno. - Você não está em posição de recusar ajuda então cala a boca também. Obrigado.



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