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História Wolves and Witches - Forks e suas desventuras...



Notas do Autor


Olá pessoal, estamos com esse novo projeto, que escreveremos nós três juntas, as Sister's Black. Esperamos que apreciem sem moderação. E sejam bonzinhos , curtam e comentem bastante.

Capítulo 1 - Forks e suas desventuras...


Fanfic / Fanfiction Wolves and Witches - Forks e suas desventuras...

 

Abro os olhos despertando de um sono pesado. Não sei se cheguei a sonhar com alguma coisa, mas eu posso dizer que acordei, digamos, animado. Vejo a hora no despertador de minha cabeceira e percebo que acabei dormindo além da conta, memso pra um domingo. Combinei que ajudaria o Billy com a programação da nova tela plana, e no entanto a essa hora meu pai já deve ter feito tudo sozinho. Levanto e vou para o banho. Um banho frio, muito mais frio que qualquer pessoa dita "normal" tomaria, mas a minha natureza me impeliu uma temperatura elevada, sendo assim, a água gelada ao tocar minha pele desce morna em direção ao chão. Passo alguns minutos na ducha e depois no banheiro mesmo eu visto uma roupa qualquer. Sem grandes pretensões, afinal, hoje eu não tenho nada pra fazer na rua. Ontem a noite foi ótima, me diverti cm meus amigos e ainda fiquei com uma garota linda que estudou comigo. Ela é linda e até bem legal, mas fala pelos cotovelos e as vezes enche o saco por isso. E é isso que me indica que ela foi mesmo só um passa tempo com curvas perfeitas. 
 

Saio do meu quarto e como eu já bem esperava, Billy já está até assistindo o noticiário na tv nova. Ele me olha com cara de poucos amigos mas eu me dirijo até ele e me desculpo por minha falha. Billy sempre foi muito compreensivo comigo e então nem reclama por eu tê-lo deixado na mão com a big tv. Na cozinha encontro o café que meu pai preparou, ele é realmente um cara e tanto e se preocupa muito comigo. Me acomodo numa das banquetas e me sirvo, começo a comer me sentindo um cara de sorte por ter o Billy como pai. Como num passe de mágica as recordações me surgem e alguns momentos marcantes da minha infância prendem a minha atenção. 
Quando eu tinha 9 anos, eu estava brincando com Quil e Embry no quintal, estava um raro dia de sol e nós competíamos cestas na tabela presa acima da porta da garagem, de repente Billy chegou nervoso de um jeito que eu nunca havia visto. Ele veio correndo em nossa direção, afinal, nessa época Billy ainda não tinha tido suas pernas paralisadas pela diabete, ele então parou diante de mim, pôs um dos joelhos no chão e me olhou de um jeito que eu nunca vou me esquecer. Foi quando eu soube que por um acidente de carro, eu tinha perdido a minha mãe. Essa com certeza foi a primeira e maior tragédia que vivi em minha vida. Ou diria melhor, sobrevivi. Não é fácil crescer sem mãe. Não mesmo. E apesar de minhas duas irmãs, Rebecca e Rachel terem feito de tudo pra suprir a ausência da dona Sarah, a saudade que eu senti e ainda sinto da minha mãe, não pode ser preenchida por ninguém. O que acontece é que com o tempo, você acaba se acostumando a conviver com isso e em algum momento, você volta a viver. 
 

Parei por um momento o meu café da manhã e engoli seco aquela recordação triste. Decidi então que essa não era a melhor maneira de começar um dia então me esforcei pra buscar na memória outra recordação, uma que me remetesse a algo feliz. Logo me surge o momento em que Billy me levou pela primeira vez pra aprender a dirigir. Ele já havia se tornado um cadeirante, mas isso não foi empecilho pra que ele me ensinasse a dirigir em um carro não adaptado como o dele é. Billy e eu nos divertimos muito aquele dia, e o fechamos com chave de ouro comendo uma boa pizza numa cantina Italiana em Forks. É, Billy tem sido além de um pai, mas um grande amigo. Quando Rebecca decidiu ir fazer faculdade em outro estado, eu entrei em desespero achando que nunca mais a veria. E isso é quase verdade, o máximo que ela vem aqui é uma vez no ano, mesmo depois de já ter se formado há quase uma década... Ela construiu a vida dela em outro lugar e parece feliz com isso, mesmo sentindo saudade, Billy e eu ficamos felizes por ela. Rachel por sua vez, seguiu os passos de nossa irmã mais velha e depois de cursar a faculdade, se formou há quatro anos e nem pensa em voltar. Está trabalhando e namorando, logo logo sei que termos um casamento pra ir. Bom pra ela, é bom ver minha irmã feliz assim. Eu fui o único a ficar com Billy, e isso parece ter fortalecido a nossa relação pai e filho. Eu sou tudo pra ele e ele é tudo pra mim. 

 

Minha vida foi relativamente  normal, apesar de vez ou outra algumas coisas estranhas e até então sem explicação convincente, acontecerem em Forks, mais especificamente na Reserva Quileute. Eu sempre ficava desconfiado de algumas explicações mal dadas que nos diziam a respeito de algumas coisas, mas nem de longe eu podia imaginar o que realmente tinha acontecido. Eu achava que essa coisa de mundo sobrenatural era coisa de filmes hollywoodianos. Como eu fui bobo...  Mas quem poderia imaginar? Homens que se transformam em lobos, demônios bebedores de sangue com aparência humana num level bizarro e tantas outras coisas que podem existir por aí e que ainda desconhecemos...  Tudo é possível, agora eu sei disso. Voltando à minha vida, bom, eu não estudei muito. Só o suficiente. Eu não fui pra faculdade, me formei no Ensino médio com um pouco de dificuldade porque naquela época, qualquer estresse poderia me fazer arrancar a cabeça de um professor à dentadas. E é claro, eu sempre estudei na escola da reserva, eu estudar com os caras pálidas era fora de cogitação para o Billy,e  agora entendo o porquê. É importante que os Quileutes estudem na Reserva, assim aprendem, mesmo que subliminarmente, sobre coisas relativas a nossa realidade, ditas na escola como Lendas. 

 

Sorvo um bom gole de suco e meus pensamentos são interrompidos pelo telefone tocando. Assim que Billy atende eu noto por sua resposta se tratar de Charlie e isso me causa um breve riso. Nesse meu momento nostálgico em que me pego recordando o passado, me surge então Bella Swan. A filha do Sheriff de Forks e melhor amigo do meu pai. Eu a conheci ainda pequeno, mas ela se mudou com a mãe e eu nunca mais a tinha visto, até que ela veio morar com Charlie. Billy e ele negociaram uma pickup velha do meu pai que Charlie quis presenteá-la, e sendo assim, Billy é claro me fez ir com ele entregar na casa do Sheriff. Ah eu me apaixonei no mesmo instante. Dou risada de mim mesmo lembrando disso e vejo que Billy continua ao telefone com Charlie. Volto a lembrar daquele dia e em como eu parecia um pateta olhando pra ela com cara de bobo. Ela era o que chamamos canalhamente de "carne nova no pedaço" e eu estava numa fase "qualquer uma é o meu grande amor", quando lembro disso eu penso em como ser um adolescente cheio de hormônios é difícil, ainda mais quando se é um adolescente com hormônios adulterados por um gene lobo. Passei um tempo tentando conquistar a Bella, não foi muito tempo. Logo que ela começou a namorar Edward Cullen, caiu a minha ficha. O que eu senti por ela foi coisa de momento e logo que conheci a Milly, meu sentimento por Bella passou. Milly também não foi nada muito sério, mas foi forte. Afinal, a primeira mulher marca a vida da gente. Mas Milly se mudou com a família pra Inglaterra e eu tive aí a oportunidade de "cheirar outras flores"... Hoje eu me encontro num momento tranquilo. Não estou desesperado procurando por mulher, mas não nego que estou aproveitando muito a vida nesse sentido, afinal, eu sou muito jovem, 23 anos. Estou mesmo na época de aproveitar o que a vida tem a oferecer... Quem sabe um dia eu conheço alguém legal que vai me fazer sossegar? Nunca se sabe... E é como eu ouvi alguém dizer em algum momento: "Enquanto eu não encontro a mulher certa, vou curtindo a vida com as erradas...". Respiro fundo. Que pensamento idiota Jake! Reviro os olhos repreendendo a mim mesmo, abandono meu café da manhã e saio da cozinha. 

É melhor eu procurar alguma coisa pra fazer, porque esse lance de ficar pensando, não tá dando muito certo pra mim hoje não...
 



POV Yume

 

Meu dia amanheceu como qualquer outro aqui em Forks. Pacato e entediante. Levantei da cama e constatei olhando para o relógio no cuidado, que se eu não me apressasse chegaria atrasada no trabalho. Então corri pro banheiro e me preparei o mais rápido que consegui, levando em conta que eu pulei o banho quando percebi que o chuveiro tinha queimado. Desci  para a cozinha pulando alguns degraus da escada, liguei a torradeira e coloquei duas fatias de pão para tostar. Olhei pelo vidro da janela da cozinha e amaldiçoei aquele tempo de Forks, já estava chovendo outra vez. Resolvi subir e trocar os tênis que tinha calçado por uma bota por causa da chuva.

 

Uma vez no quarto, sentei na beirada da cama e tirei o sapato. No mesmo momento ouço um barulho estranho vindo do andar de baixo. Assim que o cheiro de queimado alcançou meu olfato  eu disparei escada abaixo, parei na porta da cozinha e fitei a cena  horrorizada.Através da claridade que entrava pela janela eu pude ver o estrago ali. Minha torradeira novinha explodiu e como se não bastasse causou um curto-circuito na cozinha.

 

__ Ainda bem que tem energia no resto da casa.

 

É claro que eu tinha que falar demais. Sabem o que aconteceu? Pois é... a luz da sala piscou algumas vezes assim que terminei de falar e apagou. Geralmente eu sou muito calma e comedida e não costumo me estressar com pouca coisa. Afinal era só uma cozinha destruída. Sendo assim, eu suspirei e voltei para o quarto. Peguei minhas botas e abri a gaveta de meias. Mas como eu acho que o dia hoje não está conspirando a meu favor, ela tinha que se soltar da cômoda e cair no meu pé. E lá se foi minha ideia de colocar uma bota.
Caminhei para o banheiro mancando e sujando o piso de sangue por onde eu passava. Fiz um curativo no dedo, bem mal feito por sinal e calcei a sandália mais baixa que encontrei no armário, peguei minha bolsa e finalmente sai para mais um dia entediante de trabalho.
Depois de uns 20 minutos de caminhada eu cheguei na biblioteca. Bart, um outro funcionário dali me ajudou com guarda-chuva e antes que eu entrasse o sr. Mollina veio me encontrar na porta.

 

__ Está atrasada srt. Yume. E não precisa se dar ao trabalho de guardar sua bolsa, eu tenho uma incumbência para senhorita.
Eu sacudi meu casaco para tirar alguns respingos de chuva e encarei o senhor de meia-idade na minha frente. Nada de bom vinha daquele homem. Ele com certeza era o chefe mais odiável que eu já tinha visto na minha vida.

 

__ Desculpe o atraso, sr. Mollina, houve um acidente em minha casa...

 

__ Não quero saber nada sobre sua falta de sorte, srt. Yume. Eu preciso que você pegue esses livros na livraria de Port Angeles para mim. Um cliente muito especial  vem busca-los ainda hoje e eu não quero deixa-lo esperando.
Ele estendeu uma folha de papel com uns rabiscos e a chave do carro dele junto.

 

__ Aqui está o endereço que você precisa e nem pense em fazer outra coisa no caminho, voce está indo lá a trabalho. E tome muito cuidado com meu carro. Se caso acontecer algo com ele eu desconto do seu salário.
Eu disse que sou calma, muito calma mesmo, mas não sou santa. Porém eu não podia bater de frente com aquele maldito. Então eu fechei os olhos e contei até dez.

 

__ O quê está esperando menina? Eu não tenho o dia todo, quero você aqui antes do almoço.

 

__ Mas senhor...

 

__ Não tem nada de mas, se você ainda quiser se manter nesse emprego, sugiro que ande logo.
O que eu poderia fazer? Eu precisava daquele emprego. Então eu só dobrei o papel, coloquei na minha bolsa e sai para  a chuva novamente.

 

Algumas horas depois, eu já tinha pegado os livros do Senhor Mollina e,  para me vingar daquele velho irritante,  eu resolvi dar uma volta pelo shopping. Quanto deu a hora do almoço, eu comi um lanche qualquer, e sem ter mais o que fazer, eu fiquei sentada por algumas horas, vendo as pessoas ir e vir. E só então, eu decidi que minha vingança já estava boa, eu só teria que arrumar  uma desculpa muito boa pelo atraso, mesmo sabendo que ele brigaria de qualquer forma. Quando cheguei no estacionamento, percebi que um pneu estava furado.

 

__ Ótimo! Mais essa agora. E eu nem sei trocar pneu.

 

__ E aí gatinha! Tá com problema aí? Se a princesa deixar, eu posso trocar o pneu, troco o óleo  também...
Eu franzi o cenho diante daquele cara abusado, só não mandei ele passear por que ele apareceu bem na hora que eu mais precisava. Então, eu coloquei um sorriso do gato da Alice no rosto e estendi minha mão para ele.

 

__ Olá! Você pode me ajudar? Estou com um problemão aqui.

 

Propositalmente eu dei uma mordidinha no meu lábio inferior  e pisquei para ele de forma inocente, e é claro que ele caiu direitinho. "Homens!" Eu pensei, me contendo para não revirar os olhos. Resultado: meia hora depois eu já estava com o pneu novo no carro e o idiota com um número de telefone que não existia. Já bastante atrasada, eu peguei a rodovia de volta para casa. Porém, meu dia que eu achava que estava ruim, ficou pior. Amaldiçoei todas as gerações de bruxas ouvindo o barulho do motor diminuir até parar de uma vez.
Naquele momento eu esgotei meu repertório de palavrões comigo mesma. Só  uma pessoa muito burra esquece de abastecer um carro.

 

__ Droga de vida!

 

Eu chutei o pneu do carro e me arrependi na hora que senti a dor aguda no meu dedo machucado, definitivamente esse não era um bom dia. Só podia ser maldição. Eu olhei uma última vez para um lado e para o outro da estrada, mesmo sabendo que seria em vão, caminhei para a frente do carro e me deitei no capô, fitei distraída as nuvens pesadas que se formavam acima da minha cabeça.

 

 __ Por que ninguém passa por essa maldita estrada?
Eu disse em voz alta e tirei o celular do bolso traseiro da calça jeans.

 

__ Descarregado... Que ótimo!
 

 

Um pingo de chuva caiu na tela apagada do aparelho e mais uma vez eu soltei uma série de impropérios. Me levantei e,  antes que eu ficasse toda molhada, entrei no carro. Uma vez protegida da chuva no conforto do veículo, fechei os olhos e recostei minha cabeça no banco. O barulho da chuva fazia um som cadenciado na lataria do veículo, talvez em outro momento eu até apreciasse a  sinfonia de pingos, mas naquele momento me irritou ao extremo. O que fez com quê eu tomasse uma decisão estupidamente corajosa.
Peguei minha bolsa, abri a porta do carro e saí para  a chuva.  Tomei o cuidado de travar as portas e comecei a andar.
Eu só teria que caminhar alguns quilômetros até chegar em Forks.  Debaixo de chuva, um frio do caramba,  com o dedão do pé esfolado e uma sandália que não contribuía muito.
 

 



POV Elizabeth 

 

Servindo mais um drink, que com certeza deveria ser horrível, no último lugar do mundo onde gostaria de estar, de todos os lugares e lojas ali fora o único em que consegui  um emprego.  Seria temporário dizia a mim mesma, servindo a mais um desiludido naquele pub.  Desiludido como eu, não pude deixar de comparar, além de desiludida com certeza também sou  louca, mas não é hora pra falar disso. Cá estou eu agora, trabalhando no primeiro emprego que consegui nessa cidade que só chove, viro noite aqui servindo mesas nesse pub, aprendi a fazer diversos drink's, coisa que para mim não tem utilidade, já que não bebo, álcool afeta o cérebro. 
 

Quando deixei minha casa e família la em Nova Orleans imaginei que algo muito incrível aconteceria comigo aqui, e eu queria algo novo para minha vida, tento me lembrar onde eu tava com a cabeça quando joguei algumas peças de roupas na mochila, peguei minha moto e parti. Com certeza não estava em meu juízo perfeito, até por que sou daquelas que analisa a situação e pensa um milhão de vezes antes, mais dessa vez apenas agi. Saiu de meus devaneios para servir a mais um cara que acha que só por que trabalho num pub, estou aberta a gracinhas.

- Hey docinho deixe uma garrafa de Bourbon, sim?  - Fechei a cara na hora, deixando a garrafa em sua frente. Saindo logo de perto.

 

- Elizabeth!!! - Meu patrão me gritou. - Sirva sempre sorrindo.

 

- Mas senhor, não vou ser condizente com essas gracinhas. - Respondi calmamente.

 

-.Pois eu não vou perder um bom cliente pelo seu mau humor, apenas sorria.

 

- Sim senhor. - Coloquei um falso sorriso no rosto e voltei para o balcão, posso suportar mais um pouco.

......

 

Acordando pra mais um belo dia em Forks, de chuva,  chegaria no serviço toda molhada, mais Okay, eu troco de roupa, sem problemas.  Respirei fundo, subir na minha moto e sai pra chuva gelada,  já na estrada percebi que meu velocímetro esta quebrado e provavelmente estou andando feito lesma, já que tem um carro buzinando impaciente atrás de mim. Respiro fundo, de novo,  devo ter feito isso várias vezes, só hoje!  Que dia lindo!  Pensei ironicamente. Bom,  se comparando com ontem em que não consegui a vaga num emprego melhor, hoje eu tô no lucro. Ouvi ao longe pneus derrapando e pensei : " o dia de alguém também esta ruim" , apenas senti o impacto do meu corpo indo ao chão a imagem ficou em câmera lenta, quando vi minha moto derrapando no asfalto. Os palavrões já estavam na ponta da língua, quando do carro desce uma senhorinha,  respirei três vezes mais e na minha cabeça  eu só pensava "relaxa", fingi que nada aconteceu, apenas peguei minha bebê do chão e rumei para o trabalho. Sem machucados, ponto pra mim.  

O pub estava lotado, apesar da chuva, e já no início do meu turno tive de aguentar um bêbado chorando por falta de carinho ou algo assim, não pude ouvir direito já que estava apartando uma briga, mas me mostrei solidária a dor dele.  Quando o movimento começou a cair pude respirar em paz,  nada de brigas e nada de chorões, ótimo!  Foi assim até o fim de meu expediente,  um pouco antes de sair me lembrei de jogar fora os copos quebrados pelo lutadores e resultado:  cortei a mão, nada que um curativo não resolva. Acho que "Sorte" deveria ser meu nome do meio e o primeiro deveria ser "Falta de" , por que Deus do céu!

Minha moto toda arranhada da vontade de chorar,  subo nela e saiu de novo na chuva,  essa é a parte ruim dessa belezinha aqui,  decido abastecer antes de ir pra casa,  sigo o caminho do posto literalmente rezando pra que pelo menos minha noite seja tranquila.
 




POV Lilith 
 

 

Sabe aqueles dias que o universo todo parece conspirar a seu favor? É... Hoje o meu dia NÃO foi assim. Tá certo que terminou bem legal, de um jeito diferente do que eu esperava, mas até chegar a parte boa, o dia foi bem longo... 

 

Flashback ON:

 

Levantei cedo de mais pra quem trabalha a noite inteira em pé numa balada. Na verdade, eu geralmente estou chegando em casa pra descansar, quando a maioria das pessoas estão saindo de suas casas pra trabalhar, e eu não me queixo disso, na verdade eu gosto e muito. Mas hoje, a minha vida funcionou de um jeito diferente, não que eu já posso dizer que tenho uma rotina de vida aqui em Forks, afinal, estou morando aqui há mais ou menos uns seis meses, e isso não dá pra ser considerado tempo suficiente pra ter uma rotina... Ou dá?

 

Enfim, normalmente, eu chego do trabalho de manhã, tomo um banho rápido e me enfio sob minhas cobertas e durmo agarrada ao Melvin, e antes que alguém possa maldar, Melvin é só um coração enorme de pelúcia que eu ganhei do Andrei, meu ex-namorado. Continuando... Eu deveria simplesmente me jogar na cama e ter lindos sonhos agarrada no Melvin, não que ele me remeta a recordações sobre o Andrei, não não não. Já superei essa fase da minha vida, mas o Melvin é realmente o meu xodó, então dormir com ele me causa um bem estar enorme, juro.  Só que, hoje as coisas não rolaram como deveria, e por pura questão burocrática, precisei ir pela manhã até o banco em Forks pra onde eu transferi minha conta. Meu paizinho lindo, ciente da minha dificuldade em comprar um carro por pura falta de um pézinho de meia, resolveu me dar uma ajuda e eu não estava conseguindo acessar minha conta pelo aplicativo no iphone. Tive então que ir direto do trabalho, com cara de anteontem até o banco onde fui recebida pela gerente mais careta que esse mundo já ouviu falar. Sra Morrisson. A Sra Morrisson é uma criação do capeta, ou algo do tipo, porque ela fez tudo que estava ao alcance dela pra dificultar a minha vida naquele banco, de onde só saí diga-se de passagem, as 12h! Legal né? Não.

 

Depois de finalmente conseguir resolver o problema no banco, passei pela porta giratória tentando me decidir se ia direto pra casa dormir, ou se passava na agência onde já havia escolhido um carro e adiantado o processo de compra. Foi então que apesar de todo sono e mau humor causado por isso, achei melhor ir atrás do meu carro, afinal, iria me adiantar e muito a ida para o trabalho e se tudo corresse bem ainda daria tempo de descansar umas horinhas antes de ir tocar. Ahh, é, esqueci de dizer que eu sou DJ na balada mais top de Seattle, a Infinity. Bom, segui o caminho em direção a agência, não era muito longe do banco, uma das raras vantagens em Cidade pequena, tudo fica próximo. No caminho, tive aquela estranha sensação de estar sendo seguida, e apesar de inúmeras tentativas de descobrir se era só impressão ou se tinha mesmo alguém, eu não consegui identificar onde estavam o par de olhos que acompanhavam meus passos. Foi quando, me apossei de uma coragem idiota e desviei o caminho por uma rua menos movimentada, aliás, nada movimentada. Não demorou muito pra que eu ouvisse passos vindo por trás de mim, e a medida que eu apressava os meus, os que eu ouvia também se acelerava. Droga de vida, era só o que me faltava, ter que lidar com um babaca que acha que pode me assustar. Parei repentinamente e logo os passos que eu ouvia também pararam. Respirei fundo e redobrei a coragem idiota.

 

— Olha só, seja lá o que você estiver pretendendo, é melhor desistir enquanto é tempo tá? Hoje eu não estou no meu melhor humor...

 

Pelo menos eu tentei né? Precisava tentar. De repente ouço o passo mais próximo e logo sinto a mão de alguém puxando meu braço e me forçando a girar o corpo tão rápido que levou alguns segundos pra eu assimilar a situação. Uma arma apontada em direção a minha barriga, um homem com cara de maníaco tentando me intimidar e ao esmo tempo vigiar se alguém aparece e eu, abusada que sou, só reviro os olhos ouvindo ele anunciar o assalto com aquele bafo podre no meu rosto.

 

— Passa a grana nanica e ninguém se machuca!

 

— O que? --- Questiono incrédula pela ousadia daquele marginalzinho de meia tigela. Eu cresci em New York, e não vai ser um tipinho desse que vai tentar me assaltar e ainda insultar minha estatura.

 

— Já falei, passa a grana! Eu vi você saindo do banco, anda logo, passa a grana nanica!

 

Meu sangue esquenta imediatamente. Se ele não tivesse tocado em meu ponto fraco, eu poderia até tentar ser suave, mas me chamar de nanica é abuso de mais pra eu tolerar. Com um movimento habilidoso eu encaixo a mão por baixo do braço dele desviando a mira da arma pra parede, antes que ele tente se mover, eu giro o corpo me desvencilhando da mão que antes me segurava e passando por baixo do braço dele eu estico a perna mantendo-a firme e usando-a como ferramente pra derrubá-lo no chão, com o tombo ele deix a arma escapar e quando ele pensa em alcançá-la eu piso em sua mão o impedindo. 

 

— Nunca mais me chame de nanica, seu babaca!

 

Ergo o pé e dou um chute na cara dele fazendo com que ele perca a consciência ao entrar em contato com a biqueira de aço do meu coturno. Vejo o sangue descer por sua narina e então começo a me preocupar. Em todas as técnicas que eu aprendi em todos os anos fazendo aulas de defesa pessoal, sempre me foi dito que se a pessoa está inconsciente e sangrando, é porque a parada tá feia. Pisco os olhos repetidas vezes tamanho o nervosismo que me surge, se tem algo que eu não quero pra minha vida é ir pra cadeia por ter matado alguém,  chuto pra longe a arma, mas próximo o suficiente pra que eu possa vê-la e então retiro o celular do bolso da jaqueta ligando de imediato pra emergência. Felizmente não demorou mais que 5 minutos pra uma ambulância aparecer, mas é claro que com ela  a polícia veio verificar o que havia acontecido e adivinha só?


Horas depois...

 

— Srtª Lilithy Saint'Claire Bennett, a srtª está liberada por enquanto. Aqui estão os seus documentos, peço que assine aqui o seu comparecimento por favor. Logo um oficial da justiça irá até o seu endereço entregar uma intimação para que compareça e preste maiores esclarecimentos pelo ocorrido hoje.

 

Reviro os olhos. — Mas isso não faz o menor sentido Charlie! Ele estava me assaltando! Vocês estão com a arma, façam essa coisa que vocês fazem e vejam que sãos as impressões digitais dele nela e não as minhas!

 

— Em primeiro lugar Srtª Bennett, é Sheriff Swan. Em segundo lugar, a srtª não precisa dizer como fazer o meu trabalho, então tenha a bondade de se conter. E em terceiro lugar, o cidadão em questão está com uma lesão facial provocada pela Srtª e ele prestou queixa de lesão corporal contra a Srtª sendo assim, cabe ao Juiz dizer quem está certo ou errado, eu apenas apresento os fatos. Quanto ao revóver encontrado no local, ele foi apreendido e está constando nos autos como prova e será periciado para verificação de sua acusação. Sendo assim Srtª Bennett, peço que aguarde pacientemente, pois logo será intimada e poderá expôr sua versão dos fatos. Aconselho que contrate um bom advogado, e caso não possa arcar, o estado lhe fornecerá um defensor público...

 

— Mas... --- Tento argumentar após tudo que ouvi.

 

— Nem mas, nem "meio mas" senhorita, já está liberada. 

 

O Sheriff me interrompe bruscamente e aponta a saída em seguida, eu estreito os olhos sobre ele, com uma profunda vontade de colocar a língua pra fora e fazer a careta mais infantil do mundo, mas dadas as circunstâncias decido forçar meio sorriso menear a cabeça em despedida e sair com o "rabo" entre as pernas. Saindo da delegacia, verifico o meu relógio e arregalo os olhos ao notar a hora. O tempo hoje resolveu passar voando só pra ferrar com a minha vida, já são 16h e eu ainda não preguei a droga dos olhos e nem comi nada. Respiro fundo e decidida a ir pra casa descansar um pouco, caminho pra fora da delegacia e procurando a direção de casa eu vejo poucos metros adiante a agência de carros pra onde eu estava indo antes daquele imbecil tentar me assaltar. Tento mesmo de verdade me convencer a pegar o caminho que me levaria à paz e o sossego da minha cama, mas a minha teimosia com certeza me domina. Sigo então decidida e contrariada pra agência, afim de buscar meu carro.

 

— Oi, boa tarde, a Louise por favor? --- Me direciono ao rapaz que vem em minha direção assim que atravesso a porta. Qualquer um poderia me atender, mas como já estive aqui ontem Louise não apenas me ajudou na escolha do modelo, como também já adiantou a parte burocrática, ninguém melhor do que ela pra fechar a venda.

— Louise? --- Ele questiona um pouco sem graça e eu estranho sua reação. — Só um minuto senhorita, por favor.

Quando eu pretendia questionar a reação dele, o vendedor simplesmente vira as costas e segue pelo corredor, ele para diante de uma mesa no fundo da loja e fala com um outro Homem que olha pra mim em seguida. Eu, sem entender bem o que se passa, aguardo enquanto os vejo vir em minha direção.

 

— Pois não senhorita, Jimmy me informou que está procurando por Louise...

 

Estranho o que ele diz mas respondo. — Sim, ela não está?

 

— E eu posso saber o que deseja com ela? 

 

Eu realmente não consigo acreditar na forma como o engravatado metido a besta reage, então pressentindo que terei novos problemas, cruzo os braços na frente do corpo.

 

— Aqui é uma agência de venda de automóveis, correto? Eu vim comprar um automóvel! Algum problema nisso?? --- Minha voz sai num tom irritadiço, e eu já não sei mais se é por não ter dormido, pela fome que está começando a doer meu estômago ou se é reflexo do estresse desse dia conturbado, que está guiando minhas emoções alteradas.

 

— Claro que sim Senhorita, me desculpe... De verdade, me desculpe... Queira me acompanhar por favor, posso lhe oferecer algo? Uma água, café, suco? 

O homem parece se impactar com a minha reação e agora sua postura de desconfiado mudou para completamente sem graça.

 

— Eu não quero nada moço, por favor, eu só quero comprar meu carro que a Louise separou ontem e eu fiquei de voltar hoje pra acertar os detalhes...

 

Eles se entreolham e o careca engravatado se volta a mim novamente. 

 

— A senhorita não chegou a fechar negócio com ela ontem, chegou? Quero dizer, efetuar o pagamento...

 

Estreito os olhos. — Não. Porque?

 

O homem chega a respirar fundo. — Ahh, que bom senhorita! Olha, me perdoe minha reação, mas vou lhe explicar a situação. Me acompanhe até minha mesa por favor...

 

Minha vontade era sair correndo dali, mas decido seguir com ele. George me explica tudo o que aconteceu e meu queixo cai. Louse não era nada do que eu pensei, a danada tinha uma carinha de boa moça e deu o maio golpe de todos os tempos na agência. Um prejuízo tão grande, que nesse instante Louise está sendo procurada pela polícia que tem um mandado de prisão contra ela. Felizmente pra loja, ontem meu cartão foi cancelado, pelo problema no banco o dinheiro que meu pai me enviou ainda não tinha caído, mas pra mim a sorte não foi a mesma. Louise não deixou meu carrinho tão desejado separado. Vendeu pra outra pessoa! E também não deixou a papelada pronta coisíssima nenhuma. Eu até tentei ir embora, e voltar outro dia, mas os benefícios oferecidos por George pra eu não desistir de comprar meu carro hoje me convenceram a ficar aqui mais algum tempinho, até porque ele disse que não vai demorar nada pra se resolver a situação.
 

São 19h e estou saindo da maldita agência de carros. Pelo menos, não estou saindo a pé, estou com meu carro novo que não era o que eu queria, mas é bom também e tem alguns acessório que Louise não havia me oferecido. Tenho que estar na Infinity, as 22h, o que significa que eu não vou ter tempo de tirar nem mesmo um cochilo, tenho que ir pra casa comer alguma coisa e me arrumar o mais rápido possível pra ir trabalhar. Pra piorar tudo, começou a chover, tá certo que agora eu vou de carro trabalhar, mas p*rra, que dia f*dido esse?!  

 

Em poucos minutos eu estaciono o carro na frente do pequeno prédio onde estou provisoriamente morando, se tudo der certo, logo o corretor vai me ligar e me dizer que achou um apartamento melhor pra mim. Subo as escadas correndo, assim que entro em casa vou direto a geladeira, abro uma caixa de lasanha industrializada e enfio no forno. Não tô com tempo pra me preocupar em me alimentar bem como costumo fazer. Me apresso pra escolher uma roupa que combine com o ambiente pra onde irei, deixo a roupa em cima da cama e vou direto pro banho. Acabo perdendo a noção do tempo lá e meu banho dura mais do que deveria... Saio do box apressada, me seco e me visto numa velocidade insana. A maquiagem é que costuma demorar mais, então eu nem capricho muito, uma sombra pesada, cílios carregados de máscara, pó compacto, base, corretivo e iluminador. Como num passe de mágica, a maquiagem fica uma... Droga. Reviro os olhos, eu sou muito exigente comigo mesma e qualquer uma diria que a maquiagem tá ótima mas meu lado perfeccionista me faz parar de encarar o espelho. Me perfumo, me visto e ao me olhar no espelho eu constato. É, pareço uma piriquete! Mas quem se importa? Corro pra fora do quarto e na sala o cheiro da fumaça me faz cair em mim de mais uma besteira que eu fiz hoje. Vou até a cozinha e sem sequer abrir o forno eu o desligo. Abrir pra quê? Já tô vendo a fumaça pela casa toda... Saio da cozinha amaldiçoando o mundo, pego minha bolsa, as chaves, e saio. Esse dia bem que podia acabar logo né? 

 

Depois de sair do prédio, me dá até vontade de rir do que eu vejo. Mal peguei o carro e já tem um multa por estacionar em local proibido... Respiro fundo e entro no carro, giro a chave e pego a estrada...

 

— Tá na hora de algo bom acontecer hoje, por favor!



Continua...


Notas Finais


Esperamos que tenham gostado desse primeiro capítulo e continuem acompanhando. Estaremos postando quinzenalmente... Comentem, favoritem, enfim....

Beijos, Black Sister's


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