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História World Domination for Cats - 1; Um Cérebro para dois Pinky.


Escrita por: FurElise

Notas do Autor


Para animar a Caah <3 ~

Capítulo 1 - 1; Um Cérebro para dois Pinky.


Fanfic / Fanfiction World Domination for Cats - 1; Um Cérebro para dois Pinky.

World DominationFor Cats

 

O tecido do maldito sofá velho, encostado no canto da sala pequena, fazia as costas de Suga formigarem, desde a bunda à nuca. Isso e as coceiras repentinas que sentar ali causavam eram coisas que o incomodavam, mas tinha que suportar: era o único assento da sala. Aquele sofá macio demais, todo puído, era o tipo de coisa ruim e barata que Taehyung achava aceitável, mas que não oferecia nem um centésimo do conforto que ele merecia. Inconformado e de mau humor, o gato branco tinha acabado de mexer-se no assento, logo depois que afundou tanto no móvel que sentiu a madeira deixando sua bunda quadrada. Vingar-se-ia de Taehyung mais tarde com algumas unhadas, pois estava até aquele momento largado, dormindo profundamente.

Renegado, ajeitou-se todo enrolado no estofado logo depois de catar o controle remoto perdido entre as almofadas. Ligou a TV e o primeiro canal passava um filme que já tinha visto umas mil vezes. Bufou, entediado, pondo-se a mudar de canal. Um era mais chato que o outro e nada merecia sua atenção, tanto que passava rapidamente as estações, sem mal olhar a programação.

Já tinha clicado milhões de vezes o botãozinho e sentia as pálpebras pesarem, o rosto encaixar na almofada e o sono voltando, quando ouviu um som d’água. Logo atrás do sofá, numa prateleira que os dois paspalhos decidiram colocar ali, um dos peixes do aquário mediano tinha acabado de pular. Não para sua boca nem para o chão, infelizmente. Choramingou, perdendo-se em divagações quanto ao gosto que aqueles peixinhos dourados teriam, sonhando acordado com o momento que conseguiria os tirar dali para coloca-los confortavelmente na sua barriga.

Sua distração foi tempo o suficiente para o programa que já estava na reta final e o comercial que passava logo após acabarem, então ele ouviu o toque conhecido da Warner Bros tocando e o famoso coelhinho mordendo sua cenoura. A musiquinha de tom clássico, animada, que abria o cartoon como cortinas desvendavam os palcos de teatro, fizeram suas orelhas, inconscientemente, erguerem-se de curiosidade. Vozes escrachadas então preencheram o ambiente:

“Cérebro, o que você vai fazer esta noite?” Fanha como se o autor apertasse o nariz para falar, de pronúncia nem tão corrida, um quê de idiotice.

“A mesma coisa que fazemos todas as noites...” Respondeu uma voz grossa, autoritária e pausada, então o gato se viu mexendo no sofá para ver, avistando na tela um rato meio gorducho e baixinho a virar-se. “Tentar conquistar o mundo!” Disse, com uma posição séria, decidida.

Uma musiquinha contagiante começou a tocar, uma voz a cantar, e na mesma medida que o gato ia entendendo a temática do desenho que nunca tinha visto, ele ia se interessando. Pinky e Cérebro, um imbecil e um gênio, que nunca cansam de tentar o mundo dominar, hm? Antes que pudesse notar, já não tinha o controle nas mãos, muito menos a mente nos peixinhos, mas sim no desenho, muito concentrado em tudo que se passava.

Um episódio de meia hora pareceu passar em apenas cinco minutos e, os minutinhos de comercial, pareceram durar anos para passar. Suga via os ratos em seu plano, o alto e magrelo de voz engraçado sendo idiota, estragando tudo, e o baixo e cheinho com voz séria, sendo o mais prejudicado, mesmo sendo o mais inteligente. E, em meio as risadas que deu por coisa boba, seu cérebro acendeu de repente, como se seu subconsciente gritasse “Eureka!”.

O que ele era? Um meio-gato de raça, um abastado, superior a todas as outras. Era um felino inteligente, muito mais que Cérebro, ocupando sua vida em pensar em três peixinhos dourados na barriga, em vez de em coisa grande. Suga poderia ter o mundo nas mãos, amarrado com um barbante e seguro entre duas garras. Poderia estar chutando o globo para se divertir, fazendo qualquer coisa, qualquer mesmo, em vez de sentado em um sofá velho e puído. E com certeza não deixaria os seus “Pinky” interferirem em seus planos.

Quem Jeongguk e Taehyung pensavam que eram? Melhor: o que Suga estava pensando? Dois estúpidos, seus escravos que lhe serviam comida, esquentavam sua cama e davam carinho, tratando-o como igual. Até inferior, com naturalidade. Eles o estavam distraindo do que deveria ser o seu ideal propósito com peixe, leite e carinho. Parecia simplesmente certo ser o rei do mundo, assim como era daqueles dois, naquele território.

Quer dizer, seria simplesmente, apenas um pulo para tanto. Era só fazer umas carinhas fofas, uns gestos adoráveis e soltar um miadinho manhoso, conquistar as pessoas. Poderia, não sei, ser o gato do prefeito; até do presidente! Teria até o presidente dos Estados Unidos como escravo, só precisava fazer um plano de conquista para algumas coisas.

Levar toda a comida da casa comestível. Legumes, verduras e frutas não são consideradas nem mesmo comida. Todo o leite, é claro. Sua manta, a erva de gato, os brinquedinhos de morder, a TV, mais algumas coisas...

Conquistar o taxista com uma carinha de gato abandonado. Convencer ele a comprar mais comida (comida é essencial);

Conquistar o aeroporto inteiro com alguma ação fofa e pegar a luzinha vermelha que foge pelo chão. Suga sabe que ela está escondida no aeroporto;

Conquistar todos os norte-americanos e pedir para o levarem até seu líder, como se fosse um alienígena tomando a terra;

Conquistar o presidente da maior potência do mundo, deixar ele no alcance das suas garras, susceptível a ouvir seus murmúrios por mudanças e obrigado a realizar;

Conquistar o povo do mundo todo, tomar a presidência, unir os países todos em um sem guerra, ser o imperador do mundo.

Com essas medidas, poderia se livrar de todo o tédio, todas as coisas que não gostava. Poderia ditar realmente as novas regras do mundo a seu gosto. Parecia menos que razoável, parecia um pensamento mais do que lógico. Um ser mais evoluído como ele mesmo deveria governar, não um humano normal qualquer, mesmo que eleito. Em que eleição não ganharia? Aliás, poderia apenas alugar um avião e roubar um paraquedas, daí aparecer no dia das votações caindo, voando direto para a vitória. Triunfal, exatamente a entrada que merecia, que todos deveriam lembrar. Então, só daí que Taehyung e Jeongguk entenderiam.

Entenderiam que não gostava de ser feito de trouxa, tipo quando pegavam os restos da sua refeição anterior na geladeira e requentavam, como se não fosse notar que não é comida nova (ele só quer comer coisa nova e gostosa). Aliás, que não podem comprar um sofá novo sem lhe consultarem, nem botar uma prateleira alta só para não conseguir pegar os peixinhos, não podem botar nada novo na casa sem pedir permissão (Suga gosta da casa como está e, sendo ela sua, deve decidir quando algo entra ou sai). Seguindo a mesma linha de raciocínio, conhecendo que a casa era sua, eles não podem em hipótese alguma trancar portas, nem a do seu quarto, onde caridosamente os deixa dormir para não se apertarem no sofá ou jogados no chão frio, nem a do banheiro, mesmo que estejam tomando banho, porque ele quer poder entrar e olhar, claro (mas não compartilhar box, logicamente. Ew, água).

Não via a hora de mostrar para os dois que precisava dos seus escravos o tempo todo, não queria vê-los saindo, fosse para que fosse (Suga que não iria fazer carinho na própria barriga, né. Não faz a menor lógica). Não queria saber de coisas piores que ficar sozinho, que era suportar um Taehyung carente querendo sua atenção, cutucando-o e estupidamente querendo brincar enquanto dormia, implicando consigo e tudo mais. Ou ter um Jeongguk o procurando para tomar remédio, tomar banho, tomar de tudo, menos leite que é bom. E também aquela coisa chamada privacidade, que eles pediam em geral para ficarem trancados no quarto a noite toda, pulando na sua cama, que ficava rangendo a madrugada afora (quem tem que ter privacidade era si mesmo, eles não. Qualquer coisa que fizessem juntos, poderiam fazer a três, e isso era escolha de Suga).

Poderia resolver tantos problemas. Como, por exemplo, abolir chuveiros e maçanetas redondas, dessas que não consegue abrir. Peixe enlatado, fazer as latas de pressão, ou seja, para abrir com um apertão só. Fechar feirões de móveis usados, ou impedir Taehyung de ir gastar os restinhos de dinheiro dele em um. Proibir por lei o roubo de comida dos outros da geladeira de casa, passível de compra de três iguais. Não vai poder mais fazer barulho enquanto Suga dorme, nem pode tocar nas suas orelhas ou puxar sua cauda. É perfeitamente aceitável andar pelado na rua, principalmente se você é híbrido, assim como também se pode alegar instinto para comer peixes ou pássaros cativos.

Enquanto o garoto pensava, ria-se, imaginando que mundo perfeito seria e como, de verdade, tinha nascido para isso. Com a TV ligada, falando para as paredes, Suga ficou olhando o teto e pensando em milhares de coisas que poderia fazer quando dominasse o mundo — com esse plano que, pelos seus cálculos, implantaria naquela mesma noite. Contudo, seu pensamento foi cortado pelo som de passos conhecidos e vozes animadas, que vinham se aproximando, desde a recepção. O gato reconheceu os dois antes de eles saírem das escadas até e, no sofá, refletiu.

Lembrou como não comia nada decente desde o dia anterior, já que ficou sozinho e comeu sardinha requentada, então seu estômago gritou de fome, um urro monstruoso de ouvir do outro lado do prédio. Enquanto isso, o gato revoltoso recordou que, de manhã, acordou sozinho na enorme cama de casal — que por sorte foi Jeongguk que arrumou, não Taehyung —, mesmo tendo dormido entre os dois, quentinho e aconchegado, assim como a sensação de solidão e a vontade de ter carinho entre as orelhas, como o mais novo lhe fez, assim como um abraço frouxo na cintura, coisa do outro. E, com o estômago nas costas e uma pequena, pequeniníssima carência, que ficou olhando do sofá ansiosamente a porta logo ali, esperando os dois.

Quando eles entraram, viu Jeongguk com o ridículo gorro de bicho na cabeça e a mochila nas costas, assim como duas sacolas. De Taehyung, só viu um borrão branco com rosa, quando ele veio se jogar em cima de si, com muita saudade. E o gato quase se arrependeu de esquecer por um segundo do quanto eles eram Pinky, que estragavam os seus planos de elevação para líder mundial, quando ambos começaram a tagarelar no seu ouvido, falando do seu dia e perguntando do seu.

Suga odiava o quanto os dois eram infantis, como tagarelavam demais, não tinham noção nenhuma de espaço e da vida, como não arrumavam a casa e como o forçavam a tomar banho no chuveiro, assim como o defeito de um em gastar todo o dinheiro em videogames e os trocados em móveis velhos, do outro de esconder as comidas gostosas e deixar o lixo vegano para trás. Contudo, tinha que admitir que o cuidado deles era invejável, mesmo que em geral não tivessem lá muito tempo.

Notou isso quando, em poucos minutos, estavam os três no sofá, ele mesmo se decidindo se hoje iria deitar no colinho do mais alto, mais baixo ou dos dois, deliciando-se com a comida que os dois trouxeram aos montes e já se preparando para a pipoca, que beliscariam quando começasse o filme que veriam naquela sexta-feira na TV. Já tinham visto mil vezes, mas existiam coisas mais interessantes para fazer que realmente assistir. Suga, por exemplo, esperava e ganhou muito carinho e mimo dos dois, então acabou por falar do seu antigo plano.

Eles apenas comentaram que se o problema do quarto o incomodava tanto e que ele que deveria escolher fazer as coisas a três ou não, poderia decidir finalmente aquela noite. E enquanto Suga os avaliava, pensou porque é que eles pareciam tão calmos, sendo que comentou que até então estava pensando em se mudar.

Quando Suga aceitou, descobriu que, de fato, eles não tinham que se preocupar com nada.

Não largaria o carinho, a cama e a comida deles por nada; nem pelo mundo inteiro.

 

E, aliás, o que é o mundo inteiro do lado de tirar uma soneca, com um carinho na barriga depois de um lanchinho? Então Suga decidiu dar um tempo na ideia de dominar o mundo, depois ele faz algo a respeito.


Notas Finais


Ah, é. E tudo acabou em sexo.
Aliás, vai que eu escrevo isso :D


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