História World Of The Dead - I need

Após andarmos quase o dia todo, o tempo estava fechando, com certeza iria chover, em uma rapidez Daryl me puxou assim que avistou um carro, olhei para ele sem entender.

—Entre – disse abrindo a porta mala do mesmo.

Sem muita escolha entrei me deitando, Daryl entrou e se deitou ao outro lado,  fechou a porta mala deixando apenas uma corda para dentro para que depois de para abrir. Aquilo não daria certo, depois de um tempo minha respiração começou a ficar ofegante, tentava puxar o ar para os meus pulmões, mas se parecia algo impossível.

— Você esta bem? – escutei sua voz baixa, já que havia zumbis se passando ao lado de fora.

— Sou claustrofóbica- falei já sem voz, procurando ainda por ar.

— Mas que merda.

Senti-o se mexendo pelo local e se deitando ao meu lado, ele me puxou fazendo que eu deitasse no seu peito.

— Tente acompanhar a minha respiração- disse calmo- sinta meu peito subir e descer.

Fechei meus olhos e fiz o que ele pediu, senti sua respiração, que não estava tão calma, seu coração batia um pouco rápido demais, talvez seja pela a adrenalina que havíamos passado há alguns minutos atrás. Quando percebi já estava respirando normal novamente, tudo estava normal, continuei com os meus olhos fechados assim pegando no sono.

Daryl me acorda e saímos da porta mala, mexemos no carro para ver se ele pegava, mas não, estava quebrado e sem gasolina, pegamos algumas coisas que tinha nele e voltamos a andar pela rua. Quando se marcava meio dia paramos na floresta para que o Daryl caçasse algo para comermos. Sentei-me no mato encostando minhas costas em uma arvore, descansando  um pouco os meus  pés.

Enquanto Daryl caçava, arrumei um mini acampamento para que passássemos  à noite ali, coloquei algumas latas com uma corda, amarrando entre as arvores, caso algum zumbi chegasse perto, iria fazer barulho. Quando chegou, vi que carregava uma cobra morta com ele, meus olhos se arregalaram.

- Pode acender uma fogueira para prepara-la?- disse colocando sua besta no chão junto com a cobra.

— Okay. - fui atrás de lenha o suficiente para o agora e de noite, voltei para o acampamento e fiz a fogueira.

Enquanto comíamos, eu o observava um pouco distante, comendo a metade da cobra, ele comia rapidamente, parecia nem sentir o sabor dela, quanto eu comia lentamente sentindo cada sabor que me proporcionava.

— Preciso de uma bebida- digo a ele.

— Aqui tem água- jogou uma garrafa para mim.

— Preciso de uma bebida alcoólica! – me olha, mas não diz nada, me levanto - não preciso de você mesmo.

Aprecei meus passos entrando cada vez mais na floresta, andava a procura de alguma casa, cabana ou ate mesmo loja, andava próxima a estrada, para ter uma visão ampla. Escuto alguns passos, retiro meu facão e fico atenta, vejo que é uma grande horta de zumbis.

— Mas que porra - digo correndo e me escondendo atrás de uma arvore, esperando que eles passassem e rezando que para que não me vissem.

Quando olhei para o lado vi Daryl me observando, já havia entendido seu olhar, comecei o seguir em direção à estrada. Ficamos andando por um bom tempo ate encontramos uma pequena cidade, entramos na primeira casa, parecia a maior dali. Ao entramos havia corpos por todo lado. Tampei meu rosto impendido de sentir o cheiro.

Pegávamos tudo que encontrávamos pela frente, comida, roupa, arma, qualquer coisa que fosse útil, entrou em um pequeno corredor onde encontrei uma estante, bem em cima dela havia uma garrafa de vinho, sorri e fui ate ela, no chão tinha um zumbi, no qual já se encontrava morto, subi no primeiro degrau da estante me segurando na mesma, peguei a garrafa já comemorando.

Quando me virei me dei de cara com um zumbi, soltei um grito e com o desespero quebrei a garrafa em sua cabeça, mas o mesmo continuava em pé, com dificuldades para pegar meu facão, assim que consegui o acertou em sua cabeça, suspirei vendo que já estava fora de perigo.

Virei-me vendo que Daryl estava ali apenas me observando enquanto eu ia sendo atacada.

— Obrigada pela ajuda.

— Disse que não precisava de mim, você provou isso!- e naquele momento eu o odiei, porque eu precisava sim dele! Mais do que eu imaginava.

— Idiota – sussurrei.

Continuamos a andar pela casa procura de mais alguma coisa e eu de ainda de uma bebida, ao entramos em uma sala, vimos vários zumbis, corremos dali entrando em outra e vendo que não tinha mais saída. Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, já via Daryl jogando sua bolsa e besta no chão, ficando apenas com uma faca. Ele matava os zumbis com força, ele estava bravo, ele estava colocando toda sua raiva naquela faca e a colocando nos zumbis.

Eu sabia que ele não estava bem, ainda mais comigo, estávamos juntos já se fazia uns quatro dias mal se falavam, ele não sabia onde estava às outras pessoas de seu grupo e ainda por cima tinha que cuidar de mim e dele mesmo. Mas ainda tinha esperança, que ele em algum momento começasse a confiar em mim e visse que eu não era nenhum perigo a ele e aos outros.

Voltei minha atenção a ele, que já tinha matado todos os zumbis que estava naquela sala.

— Vamos continuar. - sua voz se espalhou pela sala.

— Tudo bem.

Ao voltarmos andar um pouco acabo encontrando um mini bar, corro ate ele a procura de alguma bebida e a única coisa que encontro é uísque, pego o mesmo, dei vários goles sentindo a bebida descendo rasgando e queimando pela minha garganta, quando coloco a garrafa em cima do balcão tudo vem à tona, lagrimas  começam a escorrer pelo me rosto, soluços saiam pela minha boca, tudo aquilo era minha culpa. Era minha culpa meu irmão estar morto, minha culpa meus amigos estarem mortos tudo era minha culpa.

— Que porra - Daryl gritou jogando a garrafa de uísque na parede me fazendo tomar um susto. - Vamos, você precisa de uma bebida melhor.

Eu não precisava de uma bebida, eu precisava de carinho e amor, eu precisava da minha família da mesma forma que ele precisava da dele.