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História Writing a story - Família perfeita


Escrita por: Thamiyyi

Notas do Autor


DESCULPA A DEMORAAAAAAAAAAAAAAAA 😣😑
Sério, desculpa mesmo.
Enfimmmmmm feliz ano novo atrasado 😁
Eu não quero demorar muito aqui nas notas...... só queria dizer que ainda nao respondi comment, mas eu vou blz ? Blz.
Eu nao revisei o cap, e desculpa mesmo se tiver erros muito feios, sério.
Enfimmmm
Espero que gostem !!

Capítulo 4 - Família perfeita


Acredito que família nenhuma é perfeita. Quer dizer... Claro que não!

Talvez eu tivesse essa visão de família dos sonhos quando era criança, mas à medida que ia crescendo, os outros ao meu redor me jogavam o contrário na cara. E acabei acreditando, mesmo que isso esteja evidente agora, quando mais velha.

Minha família não era perfeita, mas não por causa de meus pais, como muitos diziam para mim com os seus comentários maldosos, mas sim, porque aprendemos que nada na vida é um mar de rosas. Nunca foi; nunca vai ser.

E se alguém discorda de mim, e vive em um mundo perfeitinho, por favor, me leva. Preciso viver isso também!

Enfim, brincadeiras à parte, nós sabemos da verdade.

Gostaria de dizer que com Hiccup foi exatamente como foi comigo. Que para ele, seus pais eram os melhores que podiam existir no mundo todo, e ai de quem discordasse! Que quando crescesse, ele seria que nem seu pai... O seu herói.

Todavia, desde criança ele não sentia isso em relação ao casal. Desde criança, seus pais não lhe foram a imagem que ele precisava.

Eu podia mentir nesse tratamento. Dar a essa história uma visão mais feliz e bonita. Mas nem tudo pode e é do jeito que queremos, só porque queremos.

Ele sorriu, ao que avistava a loira perto de onde estava andando com seus amigos. Os garotos ao seu lado fizeram questão de o cutucar, ao que finalmente também focaram a garota.

Os três a observaram, até que chegassem ao portão juntos.

-Meu Deus...- Hiccup murmurou.- Ela é muito... Gostosa.

Luke riu sacana, tendo ainda seus olhos presos na menina fazendo seu caminho.

-Pena que...- provocou, mesmo que sussurrando. Todavia, Hiccup escutou e entendeu seu tom irônico.

-Duvida que eu consigo pegar ela?- se virou então para o loiro, que ainda possuía seu sorriso de canto.

-Quê? É claro que não! Imagina, cara!- gargalhou, assim que desfez sua pose surpresa.

-Podem anotar os dois.- deu ideia de escrita realmente, ao que imitou uma caneta na mão.- Eu ainda vou ter Astrid.

Os dois que o rondavam trocaram olhares cúmplices, uma vez que duvidavam, de qualquer forma. Mas então, levantaram e abaixaram os ombros, esquecendo aquele assunto.

O ruivo deu de ombros, ao que começou a andar, passando de uma vez para o lado de fora. Não evitou provocar o segurança Alex, rindo ao escutar o resmungo do mais velho, e logo se despediu de Luke e Evans, indo até o beco onde sempre esperava por seu pai, ao qual ia o buscar em um dos vários carros da família.

No momento em questão, não haveria a companhia de uma garota que nem teria o conhecimento de seu nome, e ele não sabia se aquilo era um alívio, ou algo ruim. Todavia, encarou como um alívio, já que não estava em um dia tão agradável assim.

Hiccup se encostou à parede, puxando um cigarro do maço que mantinha num dos bolsos de sua mochila quase vazia.

Ele não deveria fumar, uma vez que sabia que fazia mal e não tinha idade, e também porque odiava aquilo. 

Seu tio fumava e morreu por causa disso. O ruivo odiava o fedor, odiava o fato de ficar tossindo e odiava a falta de ar que também acompanhava.

E por que ele fazia isso, afinal? Por que tinha um maço em suas coisas, que ele ainda utilizava?

Bom, basicamente ele consumia para provocar seus pais, já que mesmo inconscientemente aquela era a forma que ele podia ser notado por eles.

Apanhou o isqueiro, também no mesmo bolso onde o maço estava e não demorou para colocar o cigarro na boca, o acendendo logo depois.

O ruivo tossiu um pouco, fazendo uma careta, ao que o fedor característico começou a se fazer presente. Então se encostou novamente à parede, começando a ficar meio impaciente por causa da espera e desejou ter algum recurso, para poder saber qual era o horário naquele momento.

Hiccup continuou tragando, enquanto encarava o chão, imerso em nada em particular. O fato de olhar para onde estava olhando e o cigarro entre seus dedos, fez com que se distraísse e não prestasse tanta atenção no tempo de demora para seu pai chegar.

O som da buzina o fez desviar a atenção para cima, uma vez que levou o cigarro até a boca de propósito e imediatamente. O carro estava a poucos metros e Hiccup rodou os olhos, ao ver que no lugar onde era para estar seu pai, se encontrava um motorista da família.

Então, resmungou em frustação, jogando o cigarro no chão e o pisando logo depois. Arrumou a alça da mochila em seu ombro e caminhou contrariado até o carro preto.

-Cadê meu pai?- perguntou, assim que sentou no banco de trás.

O motorista pareceu corar um pouco, ao que abaixou o olhar do retrovisor, parando de encarar o ruivo.

-Desculpe, Sr. Haddock... E-eu não sei.- deu uma pausa, voltando a olhar para o jovem estudante pelo pequeno espelho.- Seu pai apenas me ligou, falando para te buscar aqui.

Era um novato naquilo, e o ruivo tinha certeza disso. Seu modo de falar não era como todas as pessoas que trabalham para seu pai. Pelo menos, ainda.

Stoico era muito exigente, mesmo quando não queria. Ele não permitia qualquer linguagem vinda dos seus vários “funcionários”.

Mas de qualquer forma, Hiccup acabou por se escorar ao banco, olhando para fora pela janela.

O motorista suspirou em alívio, dando partida no carro e fazendo seu caminho até a casa dos Haddock's.

[...]

O carro ainda estava em movimento, ao que ia para seu espaço na garagem, todavia Hiccup não demorou para abrir a porta e fazer menção de sair.

-Sr. Haddock! O senhor pode se machucar!- o motorista exclamou, ao que percebeu as intenções do ruivo ao querer sair mesmo que ainda não estivessem parados.

Hiccup apenas rodou os olhos, pulando para fora do automóvel. Deu a volta no carro, indo até à pequena porta que também dava acesso à casa, não querendo ter que ir pela frente da residência.

O ruivo andou pelo curto corredor, esperando ver seus pais, embora não fizesse sentindo os dois estarem naquele canto da casa. E então, enfim chegou até a sala, encarando o cômodo vazio por alguns segundos.

Deixou que sua mochila caísse no chão, não se importando com ela de qualquer forma e, caminhou dissimulado até a cozinha não muito distante dali.

A bancada se encontrava incrivelmente arrumada, mesmo que aquilo seja o costume da casa. Porém, não era como se o ruivo se importasse com esses detalhes. 

Assim que Hiccup chegou até a geladeira, não esperou muitos milésimos para abri-la e averiguar o que ali continha. Observou o espaço por alguns segundos, mas no final, ele não precisava escolher um alimento.

Como um bom adolescente dessa idade, sua fome quando chegava da escola definitivamente não podia ser medida, o que resultou em muitos petiscos em cima da bancada, e em um Hiccup desesperado em comer tudo o que podia e não podia em um mesmo segundo.

Não se importou e nem escutou os passos vindos em sua direção, mesmo que a pessoa somente estava indo até a cozinha, já que a bagunça que o garoto fazia não ia passar despercebida.

E assim que a mulher o viu fazendo o que estava fazendo, não conseguiu evitar a careta com a cena que presenciava. Hiccup todavia, a encarou com certa inocência em seu rosto. 

Ele não estava fazendo nada demais...

-Que bom que chegou, Sr. Haddock.- disse finalmente, arrumando mais a postura em frente ao seu patrão.

O ruivo até responderia, porém ele não queria.

-Cadê os seus pais?- perguntou, uma vez que olhou para trás, por poucos segundos.

Mesmo que sua boca estivesse muito cheia, Hiccup não segurou a expressão um pouco debochada e indiferente.

-Não sei. Você que trabalha aqui o dia todo... Devia saber.- respondeu para a empregada.- Cadê os meus pais?

Ainda que não demonstrasse, o ruivo começava a ficar interessado quanto ao assunto. Quer dizer, ninguém que ele tinha visto até agora sabia do paradeiro do casal. Aquilo não deixava de ser estranho.

-Eu... Realmente não sei. Estava lavando as roupas até agora. Não vi quando eles saíram.- lhe disse finalmente, parecendo um pouco confusa com tudo aquilo.

O garoto apenas rodou os olhos, depois de alguns segundos longos a encarando. Soltou um arroto pavoroso e depois foi lavar as mãos.

-Limpa isso aqui, tudo bem?- ditou, assim que passou ao lado da mulher, apontando para sua própria bagunça em cima da bancada, logo lhe dando um tapa fraco nas costas.

Em geral, Hiccup não tratava aquela, justo aquela funcionária de seus pais mal. Ele gostava dela, ainda que não assumisse alto, já que a mulher era a mais antiga que existia ali. Ela o conhecia realmente é era dona das melhores conversas que Hiccup já teve com alguém. Mas outra vez aquele dia não era um dos melhores e sabia disso. Ele também tinha noção que ainda iria piorar quando seus pais chegassem, uma vez que sentia isso transbordando pelo ar.

O ruivo então andou até a escada, pretendendo chegar ao seu quarto. Ele não ligou para as outras poucas empregadas que havia no cômodo, ainda no andar de baixo, uma vez que acabou tirando a blusa da escola ali mesmo. 

Subiu os degraus rapidamente, colocando a roupa em um dos ombros, enquanto tinha uma das mãos no corrimão branco. 

Assim que chegou no corredor dos quartos, passando pela sala de visitas, ele encontrou ambos vazios, o fazendo arquear as sobrancelhas.

Seus pais realmente não estavam ali.

O ruivo então andou pelo corredor, passando os olhos pelo maior quarto da casa, pensando ver quem sabe, sua mãe. Porém, se convenceu que seria inútil continuar procurando. 

Se eles estivessem ali, já o teriam notado.

Deu de ombros, continuando sua caminhada até a porta preta no final do corredor. A mesma estava entreaberta, o que o levou somente a empurrá-la sem muito esforço.

Jogou sua blusa em cima da cama e começou a tirar seu tênis, estando ainda em pé, o que o levou a dar pulos, uma vez que estava somente sobre uma perna.

E assim que já se encontrava descalço, não demorou para também se livrar de sua calça jeans e cueca, deixando ambas as roupas no chão mesmo. Ele espiou rapidamente pela janela grande, ainda que não se importasse se havia ou não alguém que o poderia ver naquela situação, e percebeu não ser alvo de nenhuma atenção, estando a rua pouco movimentada no momento. E então, caminhou com sua toalha em um dos ombros até o banheiro do seu quarto

Assim que se encontrava debaixo do chuveiro, o ligou sem nem pensar direito, lamentando de imediato a sensação de susto e choque térmico quando a água fria caiu em sua pele, todavia, logo passou a mão nos fios ruivos, sabendo que iria se acostumar com a tremedeira.

Ele não pensava em muita coisa, enquanto ainda tinha os dedos massageando de leve sua cabeça. Na realidade, não tinha muito o que pensar, a não ser coisas relacionadas ao colégio, mesmo que... Não era como se ele prestasse atenção nas aulas, e o que sobrava? Sobrava pensar em algumas garotas com que flertou no dia.

Porém, Hiccup não estava no clima nem para aquilo.

Seu humor não era um dos melhores, isso ainda por causa do que seu pai fez com ele. O ruivo não entendia o motivo do mais velho ter lhe tirado seu celular, num tipo de castigo completamente sujo, em sua opinião.

E tudo isso somente o fez apertar os fios entre os dedos, ao que encostou à parede levemente.

Passou mais uns poucos minutos ali e iria permanecer mais, se não fosse a voz grossa no andar de baixo, causando destaque mesmo no lugar onde estava.

Então logo tratou de fechar o registro e alcançar a toalha pendurada, a passando na cintura, sem se importar em ainda estar pingando muito.

Foi até seu guarda roupa, abrindo a primeira gaveta que lhe chamou atenção. Logo apanhou uma calça moletom e uma camisa branca, ambas simples.

Vestiu a calça sem cueca mesmo, tendo esse hábito quando estava em sua casa e depois fez o mesmo com a camisa, que colou um pouco com sua pele, por ainda estar com o corpo molhado.

Seu cabelo pingava e caía em sua testa, porém Hiccup não se importou tampouco com aquilo ao andar até suas sandálias, as colocando, e correr para fora de seu quarto, mais interessado em ir bajular seu pai, para que lhe entregasse seu celular logo.

Correu distraidamente pelo corredor e escada, chegando ao andar de baixo rápido demais. Seus olhos de imediato procuraram pelo casal e perceberam a porta aberta, ao que logo o homem robusto passava por ali com algumas - várias - sacolas em mãos. Ele nem sequer olhou para seu filho, quando ditou com a voz firme:

-Vai ficar aí pelo resto da tarde, garoto?

Hiccup o encarou com as sobrancelhas franzidas e um pouco confuso, ao que novamente olhou para a porta.

-E eu tinha que fazer alguma coisa agora?- perguntou, levando a atenção para seu pai novamente.

O homem continuou seu caminho até à cozinha, embora tenha se preocupado em responder à fala do outro.

-Vai lá fora e você vai ver o que você tem que fazer agora.- mandou, sumindo de sua vista.

O garoto então direcionou a atenção até a porta novamente, onde uma de suas empregadas passava no exato momento, também com sacolas na mão. Hiccup não deixou de coçar os fios de sua nuca, ainda confuso, antes de se direcionar até o lado de fora de uma vez por todas

O ruivo acabou por entender do que seu pai estava falando, ao que viu o carro em frente à sua casa com o porta-malas aberto e sua mãe administrando os vários funcionários que se encontravam ali ao seu redor.

-Não! Deixa isso!- a mulher gritou com a voz fina, arrancando uma sacola da mão de um dos homens que se voluntariavam para ajudá-la.- Isso é pra ficar no carro.

O homem a pediu desculpas, que foram aceitas, de qualquer forma. Então, logo depois apanhou outra coisa em mãos, andando em direção ao ruivo parado em frente à porta.

Hiccup lhe deu passagem, direcionado a atenção até sua mãe, ao que ela disse:

-Hiccup, anda!

O garoto não evitou rodar os olhos, se aproximando do carro de forma contrariada. Logo teve que pegar várias coisas, já que sua mãe as empurrava em sua direção, o deixando sem saída.

[...]

Suas mãos ainda doíam por causa das sacolas pesadas, mesmo poucas horas depois que as carregou.

Ele bufou mais uma vez, ao que seus dedos apertaram o lençol do colchão, mostrando sua total frustração. O ruivo só conseguia pensar em o quanto aquilo era uma tortura.

Necessitava de seu celular, ou nas próximas horas, ele tinha certeza de que iria surtar.

A tarde parecia interminável e o tédio não podia ser maior para Hiccup. Ele odiava ficar sem fazer nada, mesmo que não tivesse ânimo para sair daquele estado.

Sua raiva era tão grande, que por mais que quisesse fazer algo, faria aquilo com má vontade e... Ele não gostava daquela ideia.

Só não pensou na hora, mas aquilo lhe podia ajudar, de qualquer forma.

Então, se viu levantando de sua cama, ao que andou até seu guarda roupa, sem pensar muito no que queria fazer ou estava fazendo.

Seus olhos foram para o espaço por alguns segundos, como se estivesse checando se alguém o estava vigiando. Se encontrava sozinho, então aquilo seria impossível.

Sua mão alcançou o espaço ao canto, ao que logo seus dedos tocaram o objeto. Ele o pegou, em meio àquela bagunça de roupas, o trazendo para fora dali.

Passou por uma das cômodas que haviam em seu quarto, pegando uma caneta dali, ao que sua mão esbarrou em algo que caiu imediatamente, o qual não se importou em pegar, ou saber do que se tratava.

Sentou-se novamente sobre o colchão, ao que começou a folhear o pequeno caderno, passando os olhos pelos desenhos e pequenos textos que já desenhou e escreveu.

Hiccup, por mais que não desse valor a escola e ao ensino que a mesma proporcionava, ele sabia que se um dia fosse fazer alguma faculdade, com toda a certeza seria relacionado à desenho. Ou quem sabe... Faria algo sobre escrita? Ele não sabia.

O ruivo não se dava ao luxo de ler as palavras e, não observava os desenhos. Sabia que se o fizesse, machucaria relembrar o motivo para que os mesmos estivessem ali, registrados.

Chegou à uma página vazia, ao que desviou sua atenção para frente por somente alguns segundos, antes de fechar seus olhos, em preparação para o que iria fazer.

Soltou um suspiro longo, ao que sua mão esquerda já estava com a caneta segura em mãos.

As palavras vieram, colocando para fora um sentimento já sentido antes.

 

Hey dad, look at me 

(Hey pai, olha pra mim)

Think back and talk to me

(Pense de novo e converse comigo)

Did I grow up according to the plan? 

(Eu cresci de acordo com o plano?)

And do you think I'm wasting my time doing things I wanna do?

(E você acha que eu estou perdendo meu tempo fazendo coisas que eu quero fazer?)

But it hurts when you disapprove all along

(Mas dói quando você desaprova tudo)

 

And now I try hard to make it

(E agora eu dou duro para fazer isso)

I just wanna make you proud

(Eu só quero te deixar orgulhoso)

I'm never gonna be good enough for you

(Eu nunca vou ser bom o suficiente para você)

I can’t pretend that 

(Eu não posso fingir que)

I'm right 

(Estou bem)

And you can’t change me 

(E você não pode me mudar)

 

Cause we lost it all 

(Porque nós perdemos tudo)

Nothing lasts forever 

(Nada dura para sempre)

I'm sorry

(Sinto muito)

I can’t be perfect

(Eu não consigo ser perfeito)

Now it's just too late

(Agora é tarde demais)

And we can’t go back

(E nós não podemos voltar atrás)

I'm sorry

(Sinto muito)

I can’t be perfect

(Eu não consigo ser perfeito)”

 

Sua respiração está desregulada, assim que termina de escrever a última parte. 

Ele não sabe muito bem como chegou até ali, mas as palavras pareceram simplesmente escapar. Elas estavam querendo a liberdade e, agora, elas tinham.

Hiccup, de um momento para o outro, não evitou jogar o caderno no chão, ao que sabia que se ficasse mais tempo naquilo, poderia fazer algo que com certeza não valeria a pena.

Seus olhos se desviaram assustados e rapidamente até sua porta, ao que percebeu certo som vindo dali.

A mulher não entrara totalmente, ao que também era dona de uma expressão de espanto ao presenciar o ruivo daquela forma. Parecia com tanta... Raiva.

Ela olhou para o chão, onde estava o objeto aberto, mas suas pupilas logo vieram para o rosto do garoto em pé.

-Que é? Ta fazendo o que aqui?- ele perguntou claramente sem paciência, ao que antes passou a mão pelo rosto, tentando melhorar sua expressão.

A mulher também tratou de se recompor, arrumando sua postura. Limpou sua garganta, tirando sua mão da maçaneta.

-Sr. e Sra. Haddock mandou-me lhe informar que o jantar está devidamente pronto.- disse finalmente, com a voz suave.

Hiccup não evitou rodar os olhos, ao que o vocabulário usado em sua fala realmente lhe incomodou.

-E você pelo menos bateu?- perguntou em resposta, arqueando as sobrancelhas em sua direção.

Outra vez o ruivo assistiu a empregada se desconcertar, bem em sua frente.

-E-eu es-escutei um ba-barulho...- ela apontou para o lado de fora, ao que o ruivo entendeu ser de onde ela estava antes.- Pensei ter acontecido a-algo d-de errado.

Hiccup acabou por rodar seus olhos novamente, bufando dessa vez.

-Já estou descendo.- informou, ao que não demorou nem um segundo direito para que a mulher não estivesse mais ali, indo para a escada rapidamente.

Assim que notou estar sozinho novamente, o ruivo apanhou o pequeno caderno rapidamente, ao que pisou duro quando caminhou para o guarda roupa, jogando o objeto dentro do mesmo. Acabou por bater a porta do grande cômodo forte, não se importando com o som.

Ele então pegou sua blusa branca em cima da cama, a vestindo sem muito interesse. Logo não estava mais no quarto, andando pelo curto corredor.

Desceu os degraus da escada, escutando os sons de seus passos ecoando pela casa, ao que não demorou para estar caminhando até a sala de jantar.

Alguns empregados ainda colocavam coisas à mesa extensa, e Hiccup teve que desviar de alguns, para que pudesse se aproximar.

Ele sentou de frente com sua mãe, ao que seu pai se encontrava na ponta da mesa.

Os três esperaram até que não tivesse mais nenhum funcionário ali, para que pudessem comer.

-Hiccup, não.- seu pai disse, ao que o ruivo já possuía as talheres em mãos, pronto para atacar seu arroz.

Sua mão ofereceu a mão em sua direção, o qual ele segurou um pouco confuso. E então, logo depois seu pai fez a mesma coisa, o que refrescou a mente do ruivo, que quis rodar os olhos, o fazendo logo depois.

-Hiccup, por favor.- a mulher disse, fechando seus olhos.

O ruivo franziu o cenho, desviando sua atenção para seu pai, que o encarava também.

-Faça.- ele sussurrou firme.

Um suspiro escapou dos lábios do garoto, que deixou que seus ombros caíssem.

Ele já havia feito aquilo antes, porém nunca iria saber como começar direito.

Limpou sua garganta, acabando por fechar seus olhos, completamente vencido.

-Hmm... Deus, abençoe essa comida, para que ela não faça mal para nossas barrigas. Err... Que ela também esteja boa, e... Amém...??

Seus pais disseram um "amém" logo depois, tratando de soltar as mãos do ruivo, para que pudessem começar a comer. 

O jantar ocorreu silencioso, o que não era novidade. Seus pais tentaram manter algum tipo de conversa em algum momento, mas o fizeram somente entre si. Não que fosse alguma surpresa.

Hiccup terminou primeiro que os dois, ao que esperou certos poucos minutos para que pudesse tocar no assunto.

-Pai...- chamou, tendo a atenção do homem grande.- Sobre meu celular... Eu q-

-Ora, Hiccup!- começou, já usando um tom elevado.- Eu já disse que vou devolver quando eu quiser! Para de me encher! Você sabe que eu não vou te devolver, se você ficar vindo atrás dele!

O ruivo estava claramente surpreso, ao que a forma com que as palavras vieram fora realmente assustadora.

Ele olhou para sua mãe, esperando ter qualquer ajuda da parte dela, todavia a mulher parecia se interessar em terminar de comer sua comida.

Hiccup sabia que estava sozinho.

Ele também sentiu a raiva crescer dentro de si, ao que bateu levemente na mesa com a mão esquerda.

-Porra, mas eu não fiz merda nenhuma!- as palavras saíram, uma vez que ele voltou a encarar seu pai.

Só não pareceu perceber a expressão nada feliz no rosto do mesmo crescer, continuando a dizer mais algumas coisas.

-Quem você pensa que é para usar essas palavras em minha casa?!- gritou mais alto que seu filho, levantando da cadeira.- E quem você pensa que é para falar que não fez nada?! Eu que digo aqui se você fez ou não alguma coisa! Quem você pensa que é?!

Embora assustado com a pose do homem, Hiccup ia responder.

Sua boca se abriu, e ele murmurou algo, todavia seu pai o interrompeu novamente.

-Isso. Você não é nada.- seu rosto agora demonstrava certo nojo e indiferença.- Vai para o seu quarto, agora.

O ruivo não precisou escutar duas vezes, ao que empurrou um pouco a mesa, derrubando um copo com algum líquido dentro e, logo já estava longe dali, subindo a escada de dois em dois.


Notas Finais


A música que está aí no cap não me pertence, não pertence ao Hic, pertence ao Simple Plan.
Se vocês estiverem interessados, ela se chama Perfect e é muito linda..... recomendo.
Enfimmmm espero realmente que tenham gostado desse cap......
Vou tentar não demorar para att 😊
Preciso do seu comment para postar o próximo, entao, comenta pls 💚
KISSUSSSSSS 😍❤❤


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