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História Yin Yang - The end


Escrita por: KimSeuk

Notas do Autor


É com muita tristeza e muito olho nas minhas lágrimas que vim trazer o último capítulo de Yin Yang.
Essa fic é meu xodozinho Hunhan e foi uma delícia escrever toda a história recheada no pão de treta <3 Conheci pessoas maravilhosas através dessa fic como uma das minhas melhores amigas: Nath Hunhan Hard Shipper e Lais ultimate Jaejoong, foram pessoas que iluminaram ainda mais minha vida e deixou meu leque de amizades mais colorido <3
Quero agradecer a minha beta que me suportou em todos esses capítulos e nossa vida de prazos e falta de tempo. Sabe como é especial para minha pessoa, está no meu core <3
E finalmente a vocês leitores que me fizeram uma pessoa determinada a sempre entregar o melhor para vocês, não tem ideia do quanto eu me sinto feliz em escrever para vocês <3
*CHORANDO PAKAS*
Vamos deixar de enrolação né?
BOA LEITURA <3

Capítulo 32 - The end


Fanfic / Fanfiction Yin Yang - The end

『♥』

O Sr. Oh não conseguia mexer nenhuma das partes de seu corpo. Ver aquele homem na sua frente era como ver um fantasma de seu passado. Querendo manter sua pose superior tentou passar por Lee Suk, que foi mais rápido segurando seu braço. 

— Eu não vou embora daqui até nós conversarmos — Lee Suk disse, vendo um olhar furioso por parte de Oh Chu — Você não vai mais fugir igual já fez uma vez. 

— Entre logo! — Oh Chu abriu a porta de casa e pediu que a empregada levasse sua garrafa de uísque importado para o escritório. 

Quando os dois ficaram sozinhos no escritório, Oh Chu estava com a respiração entrecortada, estava com medo de ver todo seu passado voltar. No dia de hoje, parecia estar pagando todos os seus pegados pelos acontecimentos. 

— Alfred me contou tudo o que estava acontecendo e me contou sobre a história de seu filho ter se apaixonado por um garoto — Lee Suk estava se aproximando do antigo amigo — Você está mesmo impedindo esse relacionamento? Está mesmo preso a um sentimento de repúdio e ignorância? Tenho certeza que se lembra do nosso beijo na época colegial, eu resolvi abraçar minha verdadeira sexualidade e hoje posso dizer o quanto estou feliz por essa minha decisão — passava o dedo pelo anel de casamento — Sabe que está impedindo a felicidade do seu filho, não sabe?

— Não sabe nada da minha vida e está querendo ter alguma moral sobre ela? — Oh Chu já estava começando a ficar alterado — É o relacionamento entre dois homens, pelo amor de Deus, como isso é errado — passou a mão pela têmpora — Eu não vou permitir que meu filho perca um império por não poder ter filhos por um amor adolescente: ele está precisando amadurecer para torna-se um homem de negócios. 

— Esse amor não é errado, Oh Chu — Lee Suk transmitia calma e paciência em suas falas — Eu apoio uma ONG que dá suporte a jovens gays por toda a Ásia. Já escutei histórias de repressão de sexualidade, amores violentos, preconceitos por parte da família que chega a agredir apenas pela confissão dos jovens sobre quem eles realmente são e o que querem para sua vida. Eu me arrepio todas as vezes que me lembro da fala de minha mãe me dando apoio à minha decisão em ser gay. Nossa sociedade é muito rígida em questões de tabus sociais, foi uma pessoa que não tive medo de ir contra tudo e todos apenas por querer ser felizes e ajudar outras pessoas a serem felizes. 

— Não tem como meu filho ser feliz com aquele bastardo, ele... — sua fonte de argumentação estava ficando falha. 

— Pode ter certeza que ele será; como você, ele não tem medo de expressar o que sente pelo garoto por medo de julgamentos, ele está sendo forte até o último momento para lutar por esse amor. Está indo contra o próprio pai e contra todo um preconceito. Se você aceitar ou não esse relacionamento, não vai ser importante. Mas se você ama seu filho e quer participar da vida dele, aceite, pois se não a distância entre vocês dois vai só aumentar e no final você vai morrer sozinho, sem ninguém para você reclamar o quanto você foi à vítima desse nojento ato de amar — Oh Chu começou a pensar sobre aquela fala, mas não voltaria na sua opção — Se a preocupação for em ter filhos, existe a adoção. Uma criança adotada se torna a família de quem a adotou, um verdadeiro filho. Quando estava na Europa há cinco anos, eu fui a um orfanato e conheci o pequeno Lucian que agora é meu filho. No futuro, quando eu e meu marido não estivermos mais aqui, ele tomará conta do meu império, como se fosse um verdadeiro filho que iria ter com uma mulher, caso essa fosse minha opção sexual. 

— Você pode ir embora? — Oh Chu pediu deixando seu corpo cair sobre a cadeira — Quero ficar sozinho. 

Lee Suk escutou seu celular tocar e assim que atendeu, falou:

— Tudo bem, meu amor. Já estou descendo — desligou o celular — Espero que tome a melhor decisão como pai. 

Olhando para sua gaveta, Oh Chu pegou uma folha de papel e sua caneta, sabendo que aquela seria sua melhor decisão. 

 

『♥』

 

Sehun e Luhan correram para o hospital onde Helen fora internada e estava passando por uma cirurgia. Os dois estavam à espera de notícias e os pais de Helen também aguardavam para saber sobre a filha; os familiares choravam e Luhan como cristão, orava para que nada de muito grave tivesse acontecido. Queria poder conversar com ela, esperar que recebesse um pedido de desculpas vindo da boca dela, pois sabia que viver uma vida sem o perdão de alguém no qual fez mal, era uma das piores mortes possíveis.

— Quem são os familiares da Srta. Helen? — um médico apareceu quando a luz da sala apagou indicando que a cirurgia tinha acabado. Quando os pais de Helen se manifestaram, prosseguiu — Tememos que a filha de vocês tenha adquirido uma consequência grave do acidente, o sistema nervoso periférico foi atingido e nesta região, nós temos nervos que suprem as pernas — a mãe de Helen sentiu seus joelhos fraquejarem, o que acabou fazendo com que ela desabasse no chão — Vamos esperar que ela acorde para sabermos o resultado, espero que compreendam que demos nosso melhor trabalho em equipe. 

— Obrigado doutor — o pai de Helen comentou agachando, ficando ao lado da esposa. 

Luhan abraçou Sehun, que pediu que os pais de Helen lhe telefonassem quando a mesma acordasse. Os dois saíram do hospital e entraram no carro, onde Luhan falou:

— Eu sei o quão mal ela nos fez, mas eu não queria que ela morresse. Caso ela tenha ficado paraplégica, espero que aprenda com as adversidades que a vida vai lhe proporcionar e que aprenda que existem coisas na vida que não podem ser compradas e que às vezes precisamos pedir ajuda às pessoas.

— O amor que ela me entregava não era saudável, era doentio. Espero que ela possa encontrar alguém que a ame de verdade, como eu amor você Luhan — Sehun deu um selar nos lábios dele — Vamos para a casa da pequena Yerin-ah, sei que ela está sentindo falta do Luhan oppa!

Chegando à casa da pequena, Luhan recebeu uma série de socos vindo de Yerin-ah quando a pegou no colo. Ela dizia o quanto sentiu saudade do oppa no tempo que tinham ficado separados e avisou que transformaria a vida dele em um pesadelo se ele fosse embora de novo.

Olhava para Sehun com uma expressão zangada, mas depois que Luhan explicou estar tudo bem entre os dois e que ela deveria tomar novamente sua posição de anjo da guarda da relação dos dois. Sehun novamente entregou aquela pequena pulseira para ela que aceitou de bom grado com um sorriso. 

— Espero que esteja disposta a ser a fadinha do meu casamento com o Luhan — Sehun comentou baixo no ouvido da pequena. 

— Obviamente, só eu posso espalhar rosas pelo ar com meus super poderes — falou alto deixando Luhan sem entender.

— Do que estão falando? — Luhan perguntou. 

— Segredo — Yerin-ah riu cúmplice para Sehun. 

Depois que saíram dali, Sehun resolveu levar Luhan para sua casa, onde abriram um vinho e se colocaram a conversar sobre as lembranças que construíram juntos e a contar sobre a vida deles longe um do outro. Passado um tempo, os dois começaram a se beijar e acabaram por passar a noite trocando juras de amor através de toques quentes, deixando a marca de seu amor pelas peles uns do outro. 

Eles sabiam que aquela era a forma mais pura de amor, amar sem que nenhuma barreira estivesse entre eles, com a certeza que qualquer obstáculo poderia ser vencido se os dois estivessem juntos. O amor tratava justamente disso, apesar de saberem dos problemas existentes pela estrada da vida, tinham a plena certeza que eles seriam mínimos perto do imenso carinho que tinham para tratar um ao outro, da paixão que acendia a chama todas as vezes que o sol aparecia no céu.

Os preconceitos existiam, mas e daí? A inteligência existia. A intolerância existia, mas e daí? A tolerância existia. O ódio existia, mas e daí? O amor estava aí para provar que todos esses sentimentos negativos eram fases que podiam ser superadas. 

 

『♥』

 

Sehun acordou com o braço de Luhan em sua cintura desnuda e ao escutar a campainha levantou tendo cuidado para não acordá-lo. Colocou seu roupão azul marinho e foi atender a porta, sabendo que tinha uma folga para Alfred e também pedido para que ele arranjasse algumas coisas para si.

Abrindo a porta, encontrou um homem estendendo um envelope em sua direção. 

— De quem será essa carta? — falou para si mesmo abrindo o envelope, encontrando a caligrafia de seu pai. 

 

Você deve estar se perguntando o motivo de eu estar enviando uma carta ao invés de conversar com você de homem para homem. Mas ontem, depois de muito pensar, percebi que não conseguia mais encará-lo depois de uma conversa que tive com um velho amigo. Depois de tudo o que ele disse, ou melhor, jogou na minha cara, eu percebi que minha saúde estar sendo sugada de mim pelo cansaço que estou adquirindo por tentar lutar por algo que vai acabar acontecendo no final, mesmo contra minha vontade. 

Eu não mudei minha decisão de achar que o relacionamento de você com aquele garoto é errado. Mas pelo que vi nesse tempo todo, eu agi de acordo com meus princípios e não quero mudar isso, afinal, eu nunca aprovarei vocês dois. Ao invés de ir contra tudo isso, quero apenas me afastar. Decidi depois de muito pensar não querer fazer parte da sua vida mais, eu não conseguiria todos os dias ver uma criança me chamando de vovô sabendo que ela teria outros pais pela impossibilidade de você ter um filho para deixar o império Oh. 

Provavelmente vai se sentir feliz por eu me afastar, esse é o sentimento de quem não consegue separar o racional do irracional. Dirão que sou preconceituoso e sei que é verdade, mas não quero mudar isso em mim, não vou deixar que mudem meu pensamento. Se quiser casar com o Luhan, adotar filhos e formar uma família não convencional faça isso, mas minha aprovação nunca terá. Eu vou para Europa e não direi o destino, pois não quero receber notícias sobre vocês mais, sua mãe não aceitou ir comigo, portanto estarei sozinho a partir de hoje. 

Tendo um pensamento reflexivo, sinto que devo me desculpar por não ser o pai dos seus pensamentos. Fiz mal a você e a sua vida, mas a partir de agora vou ficar recolhido ao meu canto e você tomará as rédeas da sua vida. Tomará conta do meu império e vai parar de tentar me impressionar e adquirir algum elogio de mim, por hoje eu vou assumir que você foi um filho que me orgulhou em uma parte de minha vida e decepcionou em outros. Não posso fazer nada e estou ficando cansado de tentar mudar as coisas, cansei de sujar minhas mãos de sangue. 

Pode ser que alguma notícia chegue para mim um dia, que esse meu retiro faça-me pensar na vida de outra forma, mas por agora não tenho coragem de assumir de verdade qualquer erro que tenha cometido, portanto só vou me afastar em silêncio. 

Até mais meu filho, Oh Chu. 

 

— Bom dia — Luhan apareceu de roupão branco abraçando Sehun que estava sentado em uma das mesas da sala de jantar — Está chorando?

— Eu acho que eu tenho liberdade agora, Luhan — fechou a carta — Eu sinto de coração que eu estou livre. 

— Vamos aproveitar essa sua liberdade com um delicioso café da manhã — Luhan olhou de lado e percebeu o nome de Oh Chu no papel e não quis tocar no assunto — O que vai querer para começar o dia, meu amor?

— Um beijo e um café estilo americano — Luhan deu um beijo em resposta e foi preparar o café. 

 

『♥』

 

Naquela mesma noite, Segi tinha combinado de encontrar Luhan em um dos parques de Seul. 

No momento que Luhan estava chegando, avistou Segi ficando de pé em um banco vestido com roupas mais formais toda preta, ostentando um grande sorriso para si. Ficando próximo, os dois abraçaram-se e começaram a caminhar na passarela que existia entre as imensas árvores. 

— Pelo jeito, estamos seguindo nossas vidas, não é mesmo? — Segi comentou colocando as mãos para trás — Você finalmente foi tirado de mim pelo meu irmão, eu estou encaminhando minha vida com meu filho e Baekhyun — Luhan já sabia de toda a história de Segi por Sehun, então apenas afirmou com a cabeça — Eu acho que finalmente posso respirar aliviado depois de tudo o que passamos — deu um longo suspiro — Nossa história é digna de um filme. 

— Concordo — Luhan deu um risada — Só sei que agora podemos ter paz e tranquilidade para ficarmos ao lado de quem gostamos. 

— Acho que comecei a entender o que sentia pelo meu irmão com Baekhyun — Segi começou a divagar seus pensamentos sobre quem falava — Todos esses anos ele cuidou do meu filho como se fosse dele. Eu consegui captar todo o amor que ele criou meu filho, que foi fruto de uma traição, mas que agora simboliza uma futura família que vamos formar. Deixei de ver o amor como uma competição por atenção! Devo assumir que no início eu via você como mais um caminho de conseguir irritar meu irmão, de fazê-lo perder como eu perdi, um amor — estava se abrindo para Luhan, o que era até estranho, mas o rapaz não o interrompeu — No final, você mudou a concepção de tudo, você me fez mudar. Você foi a pessoa que apareceu no lugar certo, na hora certa. 

— Não sei se devo me sentir tão importante, mas acho que fui como uma ponte de equilíbrio entre você e seu irmão — Luhan abriu um sorriso — O ponto que o Yin Yang precisava. 

— Não é se achar demais: tenho certeza que foi — Segi passou a mão pelo cabelo de Luhan — Hoje oficialmente eu estou te entregando para o meu irmão, infelizmente Luhan não terá mais a chance de ter o corpinho sedução de Oh Segi — quando terminou de pronunciar seu nome, as árvores do parque ficaram iluminadas — Chegou a hora. Até que enfim. 

Luhan não entendeu, mas seguiu seu olhar até o fim da passarela de concreto e encontrou um Sehun se aproximando com um buquê de flores de diversos estilos. 

— Por que você tem que ser tão romântico e meloso? — Segi comentou quando seu irmão ficou próximo. 

— Você a partir de agora vai ficar quietinho até que eu termine para falar com o Luhan sem interromper um minuto sequer, okay? — Sehun comentou com o irmão, que fez um gesto de rendimento e foi ficar sentado no banco perto dali — Eu queria fazer uma surpresa e o Segi colaborou. 

— E que surpresa seria essa, senhor? — Luhan pegou aquele buquê para si. 

— Finalmente estou tendo a oportunidade de fazer o que em muitos sonhos já o fiz — Sehun colocou a mão dentro do buquê tirando dali uma caixinha aveludada — Agora que nossa vida está no trilho certo quero dizer que finalmente eu tenho a oportunidade de te pedir a coisa mais certa da minha vida— ele abriu a caixinha mostrando um fino anel dourado — À partir de hoje, com esse pedido, eu quero que você faça parte da minha vida eternamente Xiao Luhan, quero que tenho no seu nome meu sobrenome para deixar claro que somos unidos por um matrimônio. Eu sei que esse ano vai ser conturbado para a gente, mas não consigo mais segurar— tirando o anel da caixinha, perguntou — Quer casar comigo, Xiao Luhan?

— Claro que quero! — pulou abraçando Sehun, em lágrimas. 

— Finalmente fez o pedido? Amém! — Segi apareceu — Já devia ter feito a mais tempo, sei que estava coçando para pedir a mão do meu Luhan. 

— Seu Luhan? Não me faça rir! — Sehun gargalhou — Ele fará parte da família, mas será meu marido. 

— Ele nunca deixará de ser o meu Lulu — Segi segurou o pescoço do irmão, iniciando uma falsa luta. 

— Silêncio! — Sehun falou fazendo Luhan rir e ao mesmo tempo sentir-se bem vendo aquela cena tão calorosa. Estava tão feliz por ver que tudo estava caminhando para uma ordem e para o equilíbrio do Yin Yang. 

— Ao invés de ficarmos aqui nessa lutinha, acho melhor irmos ao nosso compromisso, não é? — Segi comentou ao perceber estar perdendo para o irmão — Vamos visitar o túmulo da Jin Na, queremos ter um momento para nós três — Segi deu uma risada fraca. 

— Claro, eu vou para casa, primeiro — Luhan comentou pegando a chave do carro com Sehun que voltaria com Segi — Vou preparar o jantar, teremos comida tailandesa hoje!

— Eu vou amar, tenho certeza — Sehun comentou e depois Luhan começou a se afastar — Vamos logo, irmão. 

Quando chegaram ao cemitério, os gêmeos ficaram em silêncio por um minuto e depois trocaram um olhar para saber quem seria o primeiro a falar. Segi acabou sendo o escolhido no final. 

— Quanto tempo não venho te ver, Jin Na — pigarreou, colocando as mãos para dentro dos bolsos da calça — Hoje não vim ficar em silêncio praguejando sobre sua morte ou lhe xingando mentalmente por todas as mentiras que contou para mim, acho que amadureci na vida para continuar com esse sentimento de rebeldia sem causa — Segi sabia que não teria como não chorar, eram muitas emoções dentro de si, sua garganta estava cheia — Acho que posso dizer que eu e meu irmão estamos aqui para agradecer pela história que nos fez viver. Sem ela, não nos tornaríamos o que somos hoje. Eu não teria conhecido nosso filho, não teria ganhado coragem para admitir ao meu irmão que traí sua confiança, não saberia o que é uma família de verdade, não teria conhecido o amor na minha vida, não teria amadurecido — limpou uma lágrima na lateral dos dois olhos — Acho que sem toda a história que compartilhamos, eu não estaria aqui hoje. 

— Então, Jin Na — Sehun tomou as palavras — Faz um tempo também que não venho aqui, mas creio que daí de cima você consegue ver que nossa vida está um caos aqui na Terra. A única coisa que quero completar da fala do meu irmão, que tomo como parcialmente minha, é o agradecimento por você ter me feito ver o mundo de outra forma — Sehun segurou a mão do irmão, que assustou-se com o toque, mas permaneceu quieto — Nós sabemos o peso que existe na convivência, sabemos o quanto é difícil carregar nossa mala e mais alguns pertences de outra pessoa, principalmente quando existe amor envolvido. Eu não duvido que me amou, eu via esse sentimento nos seus olhos, da mesma forma que você via nos meus. A nossa separação foi um acaso do destino, você também se apaixonar pelo meu irmão foi mais uma das peças criadas pelo destino para testar nossas fraquezas humanas — Segi apertava a mão do irmão como um incentivo para continuar — A frieza que adquiri depois de sua morte foi o que precisei para conhecer o amor da minha vida, você já sabe quem ele é — fungou ficando alguns segundos em silêncio — Eu o fiz sofrer por você, eu errei diversas vezes por querer construir a sua imagem em cima da proximidade de aparência que ele tinha com você. No final eu percebi que toda essa semelhança era a maior das diferenças que poderiam existir. 

— O Luhan entrou em nossa vida para trazer de novo o equilíbrio que você nos tirou — Segi viu que era hora de continuar — O Yin representa a escuridão, o princípio passivo, feminino, frio e noturno. Já o Yang representa a luz, o princípio ativo, masculino, quente e claro. Como gêmeos posso falar o quanto nos encaixamos nesse conceito. E agora estamos aqui para estabelecer que nós dois dependemos um do outro, como o Yin Yang, o pequeno círculo branco no lado negro significa que o Yin possui o Yang e, o círculo que o lado branco possui significa que Yang possui Yin. O Sehun possui minha essência assim como eu possuo sua essência — Sehun deixou a mostra sua tatuagem do símbolo citado — Você nos fez perceber que nos completamos e a partir de hoje estamos fechando esse capítulo da nossa história para começarmos outro. Esperamos que descanse em paz. 

Sehun olhou para Segi e o abraçou. Os dois choraram, mas Sehun ainda comentou: 

— Eu te amo, meu irmão. Obrigado por tudo — apertou mais o abraço. 

— Que coisa mais melodramática — Segi não pôde deixar de abrir um sorriso — Eu também te amo, cara. 

 

『♥』

Um ano depois...

 

— Aish! Por que ele ainda não saiu do exame? — Kyungsoo perguntava para si mesmo olhando para seu relógio de pulso. 

Assim que levantou a cabeça, encontrou um Jongin com cabeça baixa e ombros caídos, uma postura derrotada. Kyungsoo já começou a preparar mentalmente um discurso de incentivo para o aluno e agora namorado. A história deles começou a um ano atrás, onde os dois deram a oportunidade de tentar alguma coisa, o que viram estar dando muito certo. O ano passou rapidamente com os encontros, com as horas de estudo para o exame e as tardes ao ar livre juntamente com uma caminhada. 

— Olha, tem outro exame ano que vem... — Kyungsoo colocou a mão sobre o ombro do namorado. 

— Do que está falando? Eu arrasei nesse exame — sua postura mudou completamente para algo extremamente animado — Eu tive o melhor professor do mundo — segurou Kyungsoo e o tirou do chão — Eu estou ansioso para receber o resultado! 

— Por que me deu esse susto? — Kyungsoo comentou assim que foi colocado no chão. 

— Ah! É divertido ver sua preocupação por mim estampada no seu rosto — Jongin riu — Olha a hora! Precisamos ir lá para casa, temos que nos aprontar para o casamento do Sehun. 

A cidade estava completamente alvoroçada.

O presidente de uma das empresas mais influentes do país estaria se casando com um homem. Obviamente a cidade estava dividida ao meio, repórteres iriam cobrir todo o matrimônio a pedido dos próprios noivos. Apesar de muitos cidadãos considerarem desligar a televisão naquele dia fatídico, a curiosidade era maior. Afinal, um grande tabu estava sendo desafiado pelo casal. 

O casamento aconteceria na Catedral Myeong-dong e mesmo que Luhan insistisse por um evento mais simples, acabou por entrar na ideia de Sehun de ser um evento memorável; no final, os melhores serviços foram contratados. Eles passaram o ano administrando as empresas ao mesmo tempo em que elaboravam a data festiva, o casamento entre Helen e Sehun fora desfeito e todas as demais papeladas resolvidas. A lista de convidados tinha ficado grande, mesmo que eles só quisessem convidar os mais próximos, eles ainda eram pessoas que precisavam atuar como seus papéis sociais. 

Luhan estava sendo mimado em um salão com maquiagens necessárias enquanto Sehun estava terminando de ajustar seu terno no alfaiate. Por mais que não tinha essa profecia do noivo ver o noivo antes do casamento, eles queriam se ver só no momento da igreja. 

Na entrada do local da cerimônia, tinha de tudo: repórteres, convidados, políticos, amigos, padrinhos e madrinhas. Todos estavam conversando antes que o evento em si começasse. Luhan estava em uma sala separada recebendo algumas visitas, estava com uma roupa social completamente branca destacando seu cabelo cor de mel e seus olhos demarcados pela maquiagem: como sempre estava impecável. Encontrava-se conversando com um acionista da empresa quando Jongin apareceu com Yerin-ah no seu colo acompanhado da mãe da mesma e Kyungsoo. 

— Encontrei uma fadinha aqui na porta louca para entrar — Jongin comentou passando Yerin-ah para o colo de Luhan, ela seria a dama de honra e estava fazendo jus ao vestido de princesa que usava — Acho que as pessoas mais importantes devem visitar o noivo antes de todo aquele, eu aceito e pode beijar o noivo, no caso. 

— Fez muito bem em vir me ver, achei que ainda daria lição de moral de dizer que no final eu não escutei e continuei do lado do Sehun — Luhan brincou apertando a bochecha de Yerin-ah e cumprimentando a mãe da mesma com um beijo na bochecha. 

— Estou me segurando para não fazê-lo — Jongin brincou estendendo o braço para que Kyungsoo apoiasse sua mão — Sei que esse coruja aqui iria implicar comigo quando sentássemos no banco da igreja — viu o olhar de reprovação do namorado — Enfim, só saiba que o melhor dos presentes de casamento é o meu. 

— Vamos ver se será mesmo — Luhan brincou virando o rosto por ter as duas mãos de Yerin-ah sobre suas bochechas. 

— Lu Oppa! Eu estou me sentindo uma princesa! Esse casamento vai ser lindo, agora está mesmo parecendo um príncipe dos meus contos de fadas!

— Nós vamos nos ajeitar na entrada, daqui a pouco uma das mulheres do evento vai vir te chamar para ir para a porta, então é melhor irmos — Jongin comentou indo abraçar o melhor amigo — Vai dar tudo certo, hoje é seu dia!

Assim que Jongin e Kyungsoo saíram, Luhan continuou conversando com Yerin-ah, quando escutou a porta ser aberta e seu olhar focou na entrada, fazendo seu corpo congelar ao ver aquela figura parada ali, simplesmente em frente a si. 

— Su... Suho? — sentiu uma lágrima escorrer pela sua bochecha, certeira e lenta. 

— Acho que cheguei tarde demais para roubar o noivo, não é mesmo? — comentou fechando a porta atrás de si. 

— Yerin-ah vai ficar com sua mãe, a cerimônia logo vai começar — tirou a garota do colo e ela foi embora. 

— Não acredito que estou sendo responsável pelo noivo estar acabando com a sua maquiagem — Suho falou recebendo o baque do corpo de Luhan contra o seu — Não chore, hoje é seu dia — afagou a cabeça de quem o abraçou — Assim eu vou acabar chorando também. 

— Como descobriu sobre meu casamento? Onde estava? Como você está? Você... você... você — Luhan não conseguia mais formular frases. 

— Eu estou bem, muito bem na verdade — Suho falou desfazendo o abraço — O tratamento que estou fazendo está dando certo e dou graças a Deus por estar vivo para presenciar sua felicidade sendo consagrada. Eu continuo tendo notícias suas, de seu ótimo trabalho com a empresa, sobre tudo na verdade. Afinal, eu sou a segunda pessoa que mais se preocupa com você já que deixei o cargo de primeira ser ocupado por Oh Sehun. 

— Você não tem noção do quanto eu estou feliz e agradecido por ter sua presença no meu casamento, de forma simbólica eu coloquei seu nome na lista de convidados, pois mesmo você não podendo estar fisicamente, espiritualmente você estaria no meu coração — Luhan tentava controlar as emoções para não chorar mais. 

— Eu estava certo em todas as minhas decisões — Suho também já chorava, aquele reencontro já tinha passado em diversos sonhos em suas noites — Só por eu estar presente em um momento tão importante de sua vida, já me sinto completo. 

— Mais dez minutos Sr. Xiao — uma mulher apareceu vendo o estado do noivo pedindo que a maquiadora aparecesse novamente. 

— Você pode entrar comigo na igreja, Suho? — mesmo sendo pego de surpresa, o rapaz apenas afirmou com a cabeça e retirou-se da sala deixando as profissionais trabalharem. 

— Eu sabia que eu estava certo! — Heechul apareceu com seu estojo de maquiagem — Minhas previsões nunca falham. Já está chorando antes do casamento começar? Assim destrói toda maquiagem amiga! Não dá, assim não dá para fisgar o boy de jeito na lua de mel. Vamos dar um jeito nisso!

Na outra sala no final do corredor, Sehun estava nervoso para o decorrer do casamento, olhava para os votos e ficava com medo de esquecê-los na hora H. Andava de um lado para o outro impaciente. Segi abriu a porta comentando:

— Vim visitar meu brother antes de ele se enrolar de vez.

— Não se fala isso no dia do casamento de uma pessoa, Oh Segi, principalmente se ele for seu irmão — Baekhyun apareceu atrás dele junto com o filho dos dois — Não escute o seu irmão, Sehun. Aprendi a ignorar com o tempo. 

Durante esse um ano, os três construíram uma boa relação de família. Sehun estava adorando a ideia de ser tio e ver seu irmão entrando em um relacionamento sério com Baekhyun. Os três tinham aprendido muita coisa juntos. 

— Ele sempre foi assim, duvido que vai mudar — Sehun comentou com um sorriso nos lábios — Pelo visto resolveu platinar o cabelo de novo. 

— Marca registrada de Oh Segi a partir de hoje — ajeitou o terno preto colocando o braço no ombro de Baekhyun que segurava a mão de Enzo — Provavelmente você está surtando por pensar na probabilidade de esquecê-lo no momento que precisar falar, que eu nem sei que horas são. 

— Mas é bom você saber hoje para o dia do seu casamento querido irmão — Segi e Baekhyun se entreolharam. 

— Tô esperando esse aí me pedir, mas tá difícil — Segi comentou cruzando os braços — Ele ainda não bolou o avião que vai estar com um enorme anúncio em uma das asas me pedindo em casamento. 

— Como se eu fosse fazer um pedido assim, coitado, não se iluda — Baekhyun comentou — Não se preocupe, tudo o que escreveu no voto vem do fundo do seu coração, na hora com certeza você vai se lembrar desse sentimento. 

— Obrigado, Baekhyun — Sehun agradeceu e os dois retiram-se da sala. 

Sehun olhava para o espelho. 

Luhan olhava para o espelho. 

A hora tinha chegado. 

Todos os convidados estavam de pé esperando Luhan na entrada. Ficaram impressionados em encontrar Suho entrando na passarela de madeira com o noivo. 

— Estou te entregando meu bem mais precioso — Suho falou quando chegou ao altar entregando a mão de Luhan para Sehun — Espero que saiba protegê-lo. 

— Obrigado, estará sob os cuidados de Oh Sehun — respondeu fazendo Suho retirar-se. 

Todo procedimento de uma missa de casamento foi feito e agora tinha chegado o momento dos votos. 

— Xiao Luhan pode fazer seu voto de casamento — o padre falou olhando para o mesmo. 

— Finalmente, eu estou podendo ser sincero com meus sentimentos olhando para seus olhos sem medo do que pode vir depois de tudo o que eu falar — Luhan segurou as mãos de Oh Sehun abrindo seu sorriso branco, sentindo seus olhos marejarem — A partir de hoje, eu só quero saber de uma coisa vinda de você: se seu amor por mim vai continuar pelo resto de nossas vidas. Se tiver certeza disso, tenho a plena certeza que seremos felizes e conseguiremos ultrapassar qualquer dificuldade que apareça em nossa vida — Luhan segurava o choro — Amizade, sinceridade, companheirismo, carinho e amor, são os pilares para a construção de uma relação estável e eu tenho certeza que mesmo com trancos e barrancos construímos cada um deles — para não se estender por muito tempo, Luhan finalizar — Eu, Xiao Luhan, prometo amar e cuidar de Oh Sehun, meu futuro marido, para o resto de minha vida e farei do possível até o impossível para lhe ver feliz, pois a partir de hoje, a sua felicidade é a minha felicidade. 

— Oh Sehun, sua vez — o padre tomou a palavra mais uma vez — Faça seu voto, por favor. 

— Você quer me fazer chorar no dia do nosso casamento, Xiao Luhan?— Sehun brincou fazendo todos darem uma risada na igreja — Tomo suas palavras como minhas: a partir de hoje, só quero ter em minha mente a sua proteção. Esta será minha prioridade a partir de hoje, proteger o verdadeiro tesouro que encontrei pelo caminho da minha vida. Eu agradeço todos os dias da minha vida pelo destino ter me feito te encontrar, me sinto abençoado por ter encontrado uma pessoa tão especial em minha vida — acariciava a mão do noivo — Você chegou na minha vida para trazer um equilíbrio para todos nós, nos fez encarar um passado que antes não tínhamos a mínima coragem de encarar, você me fez amar novamente, ou melhor, entender uma nova forma de amor que muitos não conseguem compreender — deu uma pequena olhada para o público — Hoje é um dia especial, é o dia que te prometo amor eterno e declarar que você já faz parte de mim e que vou cuidar dessa minha parte até o último suspiro que eu der. 

— Obrigado noivos — o padre limpou um canto do olho — Bem, se alguém tem algo contra esse casamento, fale agora ou cale-se para sempre. 

— Eu tenho algo contra esse casamento! — escutaram uma voz no fundo da igreja, voz essa que pertencia à Helen, que estava sentada em sua cadeira de rodas — Não posso permitir esse casamento, nunca!

— Helen, você não cansa? — Luhan perguntou quando a mesma ficou próxima do altar. 

— Eu que estou farto! — Sehun comentou olhando diretamente no rosto da mulher — Eu nunca teria me apaixonado por você e não vai ser em um futuro que vai acontecer, o que você precisa para nos deixar em paz? Você precisa de tratamento, sua vida está sendo baseado na futilidade em querer nos controlar com sua manipulação! — Sehun não queria ter estourado, mas não conseguiu — A única pessoa que amo e sempre amarei é o Luhan, apenas ele e... — alguns homens de branco acompanhados dos pais de Helen entraram na igreja pedindo perdão pelo comportamento da filha dizendo que seu quadro mental estava instável e que ela tinha fugido da clínica onde estava internada.

O alvoroço passou e assim depois que todos voltaram a ficar em silêncio, o padre voltou a falar:

— Agora, vou repetir. Se alguém tem algo contra esse casamento, fale agora ou cale-se para sempre. 

Como o silêncio tomou conta da igreja, prosseguiu:

— Uma vez que é vosso propósito contrair o santo Matrimônio, unam as mãos direitas e manifestai o vosso consentimento na presença de Deus e da sua Igreja. 

— Eu, Oh Sehun, recebo-te por meu esposo a ti, Xiao Luhan, e prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida — ditou colocando o anel no dedo de Luhan. 

— Eu, Luhan, recebo-te por meu esposo a ti, Oh Sehun, e prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida — Luhan repetiu o mesmo gesto. 

— Confirme o Senhor, benignamente, o consentimento que manifestastes perante a sua Igreja e Se digne enriquecer-vos com a sua bênção. Não separe o homem o que Deus uniu — o padre deu a palavra final — Pode beijar o noivo. 

E assim, depois de muitas dificuldades e desafios na estrada, encontraram um momento de alegria generalizada entre todos daquele ambiente; no final, o amor prevaleceu e finalmente, o ponto de equilíbrio do Yin Yang foi estabelecido. 

Será que existe o feliz para sempre? Isso eles vão descobrir, dia a dia, mas do jeito mais importante, juntos. 

 

FIM. 


Notas Finais


Catedral do casamento: https://pt.wikipedia.org/wiki/Catedral_de_Myeong-dong
Roupa Lu Han: https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/564x/42/de/29/42de2993454fe8fc9040ea2e32fbabb4.jpg
Roupa Sehun:
https://67.media.tumblr.com/a0ca7937e81012773d528b6662af6b26/tumblr_n0xsljPSTX1stcyrto1_500.png
ACABOU .Y.Y.Y.Y.Y.Y.YY.Y.Y.Y.Y.Y.Y.Y.Y.YYY.CHORAR ETERNAMENTE!!!
Eu obviamente já tenho outro projeto em mente que venho contar quando postar! Devo postar no meu aniversário <333
Então preparem <3333
Espero que tenham gostado, apesar de ainda quererem matar a Helen. Acho a morte um caminho muito fácil kkk Espero que tenham entendido o que coloquei para o Sr.Oh, a questão preconceituosa presa as suas entranhas a ponto de desistir da família para não ver seu filho como homossexual. É o que acontece com muitas famílias hoje em dia, então deixei de lado o drama de novela mexicana para colocar um pouco da realidade no que diz do Sr.Oh :)
Todos sabem que sou das tretas <3 Tretas até o ponto final <3
Mas espero de coração, de pulmão, de rins, de cérebro e outros órgãos que tenham gostado <3
Vejo vocês em uma próxima fic Hunhan, beijos da Kim *3*
BOWWWWWWWW BJOOOOOOO


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