1. Spirit Fanfics >
  2. You Always Win >
  3. The Games You Play

História You Always Win - The Games You Play


Escrita por: Ashley_Black e liceisaying

Notas do Autor


Alguns avisos básicos para vocês beautiful people que decidiram abrir esta estória:

❀ O casal escolhido foi Tom Riddle e Hermione Granger, e a música, "Set Fire To The Rain", da cantora Adele.

❀ Harry Potter não nos pertence. O enredo, porém, é de nossa total e pura autoria, então pensem duas vezes antes de plagiar: é feio, antiético e digamos que desonrado.

Boa leitura!

Capítulo 1 - The Games You Play


Fanfic / Fanfiction You Always Win - The Games You Play

Toda escola, não importa onde se localize, possui seus nojentos clichês de filme americano, e Tom Marvolo Riddle era um clichê em expressão.

Vinha de uma família aristocrata de enorme influência na política do país. Muito em breve herdaria sozinho toda a enorme fortuna dos Riddle, e aos dezoito anos ele já tinha em seu poder uma conta com quase um milhão de libras. Conhecia os truques sujos do charme, era inteligente, educado, dono de uma voz suave que fazia o coração das moças disparar sempre que falava e fazia até o homem mais rígido ceder. Sabia fazer piadas, era um célebre jogador de futebol, possuía uma beleza invejável e era o garoto mais popular de Hogwarts High.

Todos queriam algo dele, mesmo que só um tasco: ser um amigo, namorá-lo, ficar e até falar; qualquer coisa era válida. Tom, usando do truque sujo da falsa modéstia, disfarçava com vitimismo: pobre garoto rico; quando se tem dinheiro, todos querem se aproveitar de você. A dura verdade era que o rapaz não dava a mínima, tampouco os seus amigos.

Como em toda escola, havia aqui e ali algumas poucas pessoas que não tinham o menor interesse nele. Uma delas era uma garota astuta chamada Hermione Granger, inteligente demais para perder seu tempo interessada em um rapaz que usava seu sobrenome e seu dinheiro em tudo o que fazia. Mal sabia como essa opinião era mutável. Eis que, um dia, Tom veio falar com ela, despertando um interesse extremamente suspeito, e os sentimentos de Hermione em relação á ele passaram de indiferença para algo muito maior.

[][][]

Sair com os amigos não era uma atividade incomum na vida de Tom. Festas estavam na agenda de todas as sextas-feiras, sem exceções, quando os pais de algum deles deixava Londres para uma viagem ou mesmo passava algum tempo fora, ele esbanjava-se nelas. Era o anfitrião da maioria, o que acabou fazendo com que ganhasse certa fama. As suas festas, diziam as vozes de Hogwarts High, “eram as melhores”, e o rapaz tinha de concordar, ninguém sabia festejar como Tom Riddle. Ninguém.

Por baixo da máscara de bom moço, não era nenhum exemplo. No entanto, era cuidadoso: tal máscara cobria seguramente seu rosto a todo tempo, sem nunca cair, exceto nessa ocasião. Como todo ser humano, ele tinha seus maus hábitos: fumava, bebia vários tipos de bebidas, não se contentava com um “não” e nunca deixava uma festa antes de ficar bêbado. Quando as festividades ocorriam na sua casa, era pior ainda, mostrava a sua verdadeira natureza, e infelizmente para ele, não era a de um homem frio e indiferente, e sim a de um rapaz selvagem, insensato e confuso.

Fosse como fosse, haveria uma festa naquela noite de sexta-feira. Abraxas Malfoy disse que faria a “caridade” de ceder sua casa, como se fosse um gesto feito contra sua própria vontade, não que Tom desse a mínima.

Ela começara tarde e se estendeu por toda a madrugada. Quando Tom finalmente começava a ficar entorpecido, eram quase três da manhã, e nem ele ou algum dos amigos tinham a menor pretensão de voltar para casa tão cedo. Estava zonzo e sentia-se entrando naquela familiar fase inicial do torpor, onde o corpo se solta e os outros começam a parar de importar.

Foi nesse clima que ele sentou-se, de cabelos bagunçados e rosto sujo de batom, à mesa onde estavam seus amigos, pousando a garrafa de absinto sobre a mesa e fazendo o mármore do objeto tremer.

— Boa noite, cavalheiros e dama — fez uma reverência irônica e desnecessária sem sair da cadeira. — Aproveitando essa maravilhosa festa?

Nenhuma das três pessoas o assistindo deu o trabalho de responder a algo que não era nada além que Tom em síntese, ao invés disso, as atenções desviaram-se para a garrafa de bebida.

— Absinto, Riddle? — Cygnus Black perguntou em tom de chacota. — Até ontem você só bebia uísque.

— Foda-se o que eu disse ontem, é até agradável — pegou um copo, e não um shot, e serviu-se, tomando um gole voraz. — Parem de ser frescos, experimentem e aproveitem meu gesto — Tom deu um sorriso prepotente. Não costumava fazer favores para as pessoas, tampouco pagar bebidas, mas aqueles três eram a única exceção, não diria com certeza absoluta que eles de fato eram amigos verdadeiros, mas eram o mais próximo que ele tinha disso.

Havia Aleto Whitehome, que na linhagem dos estereótipos, era a garota que estava sempre contra a burguesia, por mais que tivesse dinheiro suficiente para ser uma boa representante dela se quisesse. Chad Masterston era o galante capitão do time. O já mencionado Cygnus Black era, na opinião de Tom, a figura mais interessante dentre os três: você nunca sabe se Cygnus está rindo de você ou com você.

— Então, cavalheiros e dama, do que falavam antes da minha célebre chegada?

— Mulheres — sorriu Cygnus. — E de como você está desacelerando. O que houve Tom? Decidiu aderir ao celibato?

— Caralho, Cygnus, cala a boca — Aleto rugiu.

— Concordo com a dama. Você só fala merda — Tom bebeu mais de seu absinto. — Que eu saiba, eu pego quem eu quiser na hora em que eu quiser, Cygnus. Você não tem absolutamente nada a ver com isso.

— Se aceitar participar do que acabamos de bolar, tanto eu quanto Chad teremos algo a ver com isso, sim — ele sorriu, e novamente, o Riddle não sabia se era dele ou com ele.

— O que vocês inventaram desta vez?

— Merda — Aleto bufou. — Cygnus insiste em ser um idiota, decidiu listar mulher por mulher dessa escola, aquelas que não ligam para ele, como se elas fossem objetos ou o brinquedo mais caro da loja. Cresce, cara.

Tom olhou para Cygnus com uma sobrancelha erguida.

— Desembucha — Cínico como era, o amigo ergueu suas mãos em inocência.

— Eu estava avaliando com o meu grande amigo Masterston quantas dessas moças dessa lista nós conseguimos levar para a cama, e envolvemos você no cálculo. Mas conhece Aleto... isso é machista e escroto.

— É basicamente uma aposta, Tom — Chad simplificou. — Nós escolhemos uma moça da lista e o que conseguir mantê-la por certo período de tempo, ganha.

— Ah! Isso é fácil — vangloriou-se.

— Tom! — a mulher ralhou. — Não acredito que você está pensando em se juntar a algo assim.

— Já escolhemos — Chad retomou a fala. — Cygnus ficou com Druella, e eu, com essa bolsista, Arabella Fig. Pode escolher.

Aleto lhe lançou um olhar de profunda censura.

— Tom — sua voz era completamente repreendedora.

— Desculpe-me, minha querida.

Irritada, Aleto bufou e levantou-se ruidosamente da mesa, fazendo questão de levar a garrafa de absinto consigo.

— Aleto! — Chad chamou. — Porra, deixa o álcool, pelo menos!

— Cadê a lista? — Tom pediu e Cygnus a entregou, e o Riddle quase riu quando pousou os olhos naquilo. Não havia papel por perto, portanto eles escreveram todos os nomes em um guardanapo. Chad, Cygnus e Tom eram os homens mais desejados, então não eram muitas as que os negavam. No guardanapo, eles fizeram uma coluna com seu nome e escreveram os nomes de todas as mulheres que não o queriam logo abaixo. Ele leu nome por nome, indeciso, até que um deles acabou chamando sua atenção. — Quem é essa Hermione Granger?

Era, no mínimo, um nome exótico.

— Uma nerd qualquer que sequer olha na sua cara — disse Cygnus. — É uma escolha não muito recomendável.

Tom sorriu.

— Então vai ser ela. Quanto tempo?

— Cinco meses — Chad sorriu em satisfação. — Não vale cumprir com o tempo só namorando por namorar: tem que dormir com ela. Se conseguir, Cygnus e eu vamos te dar nossas mesadas. Se não... bom, você tem que dar a sua para nós, sem dividir. Eu começaria juntando dinheiro se fosse você.

— Chad, Chad, Chad — Cygnus cantarolou. — Está contando com a vitória com antecedência demais. Antes de qualquer coisa, vai ter que tirar Tom e eu da linha. E eu não estou nada disposto a perder.

[][][]

Encontrou-se com Hermione pela primeira vez na biblioteca na segunda-feira seguinte à festa, e ficou abismado com o que viu, não sabia bem o que imaginar, mas definitivamente não pensaria em alguém assim, com uma beleza tão natural. Era, sem dúvidas alguma, um contraste.

Ela estava sentada e conversando num tom baixo com uma garota ruiva que reconheceu ser Ginny Weasley. Limpou a garganta, inflou o peito e caminhou em direção a elas, aproximando-se e sorrindo calmamente.

— Bom dia, moças.

— Bom dia — elas disseram.

— Eu poderia perguntar se vocês são anjos e falar que caíram do céu, mas essa já é velha, então serei bem direto... — ele deu seu melhor olhar sedutor para a morena. — Hermione Granger, correto?

Ela revirou os olhos castanhos, um pequeno sorriso brotando no canto de seus lábios e para o desespero de Tom, era de chacota.

— Eu mesma.

— Meu nome é Tom Riddle — ele sorriu. — Você é tão linda e me parece tão inteligente... quer lanchar comigo qualquer hora dessas? Tenho certeza de que será uma saída muito produtiva, eu e você podemos trocar grandes ideias.

Ela riu com divertimento.

— Não, eu não quero. Muito obrigada.

— Ah, mas eu tenho certeza de que você ia gostar — Tom insistiu. — Aliás...

— Acontece que eu realmente não estou a fim — Hermione interrompeu seca. — Agora, se nos dá licença, estávamos conversando sobre algo importante e você nos atrapalhou.

— Oh... sim, sim, claro — Tom sorriu. — Mas não pense que eu vou desistir. Até a próxima, garotas.

[][][]

— Garotas normais dessa escola te fuzilariam agora! — Ginny exclamou rindo. — Céus... Tom Riddle nos interrompendo e te chamando para sair? Tem ideia de quantas garotas dessa escola matariam para estar em seu lugar?

— Falando assim, você parece uma delas — disse Hermione.

— Não, santo Cristo, não — Ginny fez uma careta. — Fez certo, mulheres são objetos para caras como ele.

Hermione lentamente abriu um sorriso feliz, que só abria quando tirava dez em alguma prova.

A ruiva arqueou uma sobrancelha com essa atitude. Hermione parecia feliz por Riddle tê-la notado, por mais que tentasse esconder esse sentimento, mas apenas de olhar Ginny reconhecia o que ela queria ocultar, já que ambas se conheciam faz tempo. Só faltava que Granger fosse, secretamente, apaixonada por ele também, como todas as meninas eram.

 — Caras como ele deviam arrumar uma mulher decente para entrarem na linha, não sei, quem sabe assim sejam mais felizes... – a amiga respirou fundo e lançou um olhar descrente.

— Hermione Granger, até você?! — disse exasperada — Sinceramente achei que tivesse um pouco mais de amor próprio!

— Desculpe. Ginny, é inevitável! Mas pelo menos assim ele me notou, se tivesse jogado-me aos pés dele como todas as outras, talvez ele nunca tivesse vindo falar comigo.

— Até você... — ela resmungou, apoiando a testa na mesa.

[][][]

Hermione estava andando tranquilamente pelos corredores de Hogwarts com Rony, uma pessoa muito querida por ela. Os dois conversavam animados sobre inúmeras coisas até chegarem à sala de matemática. Ela entrou com o livro já aberto — faltavam vinte minutos para começar a aula e estava no intervalo, porém ela sentia a necessidade de rever o conteúdo já que havia rumores de uma prova surpresa.

Para o choque da morena, Tom entrou logo em seguida e se sentou ao seu lado.

— Problemas com matemática? — ele perguntou, dando uma espiada na página do livro.

— Problemas com provas — rebateu enquanto dava de ombros e respirava fundo como se estivesse cansada. — Mas faz parte.

— Realmente, mas o segredo da matemática está na lógica, uma vez que entende o raciocínio, os cálculos se tornam fáceis — abriu seu estojo e retirou dali uma lapiseira, apoiando o cotovelo na mesa e copiando alguns cálculos do livro na mesa. — É só entender direito o que acontece nos exemplos e aplicar na conta que professor der.

Ambos passaram o resto do recreio falando sobre a prova surpresa e dando dicas para irem bem.

No final da prova, o Riddle foi falar com a morena.

— Eu te ajudei em matemática, acho que mereço um jantar com você — Hermione abriu um sorriso levemente zombeteiro.

— Certo — concordou depois de alguns segundos pensando e em seguida seguiu seu caminho.

O rapaz abriu um sorriso satisfeito, aquela aposta seria muito mais fácil do que imaginara. No fim das contas, a morena era como todas as outras.

Depois que as aulas acabaram, foi tomar um banho para ir jantar, mandou uma mensagem para Hermione avisando que iria pegá-la às oito. O bom de ser um popular é que basta pedir que você consegue o telefone de qualquer pessoa da escola. Não se arrumou muito, na verdade, estava como estaria em um dia normal de escola, cabelos bagunçados, pele perfumada, calça jeans preta e uma blusa aleatória que havia pegado no guarda-roupas.

Quando se encontrou com a morena na porta da escola, percebeu que estava deslumbrante. Usava um vestido vermelho que marcava suas curvas, sapato preto de salto alto e uma maquiagem leve que não tirava a beleza natural.

Optou por levá-la a um restaurante chique e caro, as garotas sempre morriam de amores quando fazia isso, porém ela não parecia estar se impressionando. Tom perguntou-se se ela viria de uma família com boas condições financeiras e o questionamento não ficou apenas em mente.

— Classe média — respondeu. — Tenho uma vida boa, mas confesso que invejo os ricos que podem comprar tudo, se duvidar até o mundo.

— Dinheiro não compra tudo — rebateu com certo sarcasmo enquanto via-a dar uma risada.

— Não sabia que você era tão clichê assim.

— Por favor, a minha vida é um clichê.

A conversa se estendeu pela noite toda e quando deu a hora de voltarem, Tom não queria ir embora e perder a companhia, era agradável estar em sua presença. Como o bom cavalheiro que era, pagou a conta com seu cartão de crédito já que tinha uma mania de usar apenas ele para comprar as coisas e acompanhou-a até sua casa.

[][][]

Três meses passaram rapidamente, todo dia depois da escola era comum ver Tom e Hermione saindo juntos. Para a surpresa do Riddle, mesmo quando não estavam juntos, seus pensamentos voavam em sua direção, sonhava sempre com aquele rosto, sentia saudades e uma vontade de ficar sempre em sua presença.

Aquele era um dia especial, Tom havia comprado um colar de diamantes para dar à morena e pedi-la em namoro. Nunca havia se sentido tão nervoso, nem mesmo quando conheceu o Bill Gates, em parte porque se havia uma coisa que não entendia era de joias e nunca havia dado uma a ninguém, nem mesmo a sua mãe, e também porque nunca pediu ninguém em namoro.

Estava no jardim da escola; sabia o quanto ela gostava daquele lugar e assim que a viu chegando, seu coração acelerou no peito e abriu um sorriso nervoso.

— Tom, você está bem? Parece... estranho — disse colocando uma mão em sua testa para ver se estava quente, porém sentiu apenas o suor e limpou na calça do uniforme. — Definitivamente você não está bem deveria ir à enfermaria e...

Antes que acabasse de falar, o Riddle puxou-a pela cintura e lhe deu um beijo profundo, fazendo borboletas voarem pelo estômago do rapaz.

— Hermione Granger, você aceita namorar comigo? — perguntou assim que se afastaram, a morena abriu um sorriso enorme e puxou-o para outro beijo.

— Tom Riddle, por que demorou tanto para pedir? — questionou em um tom divertido, em seguida viu-o pegando o colar do bolso e ergueu seus cabelos para ele prender em seu pescoço, o que demorou alguns segundos já que não tinha o costume de prender colares.

— O que acha de irmos comer em algum restaurante?

— É uma ótima ideia, vamos comemorar com vinho tinto? Sempre achei vinho tinto coisa de rico — disse em um tom brincalhão.

— Vinho tinto? Granger, você realmente não sabe beber. Vamos lá, só vou precisar passar no banco para sacar dinheiro antes de irmos.

— Sem problemas.

Assim que passaram no banco foram direto para o restaurante, como sempre foi uma noite alegre e agradável.

[][][]

SET FIRE TO THE RAIN — ADELE

Faltavam algumas semanas para o prazo da aposta acabar e para a infelicidade de Tom, naquela mesma noite havia feito sexo com Hermione, naquele momento ela dormia tranquilamente em seus braços enquanto fitava o teto, sentindo-se culpado.

Ao longo dos meses, sua presença havia se tornado algo vital no dia a dia, simplesmente não conseguia ver-se sem ela. Era incrível como tudo parecia melhor quando Hermione estava por perto, mais... colorido.

Perguntou-se qual seria momento naqueles quase cinco meses no qual perdeu totalmente a cabeça, havia se entregado mais do que poderia admitir para si mesmo. Aquela garota, no fim das contas, valia mais que qualquer dinheiro.

Aquela maldita aposta havia deixado de importar. Na manhã seguinte iria conversar com Cygnus e Chad, daria sua mesada para eles e tudo ficaria bem. Com esse pensamento fixo em sua cabeça, adormeceu.

Para sua agonia, quando acordou a morena não estava mais em seus braços, não havia nenhum sinal que estava ou que um dia estivera no quarto. Levantou-se rapidamente e procurou-a pela escola inteira, mas nada de encontrá-la. Ligou inúmeras vezes para seu número, mas sempre dava caixa postal e quando mandou mensagens percebeu que havia sido bloqueado.

Voltou para o quarto e sentou-se desolado na cama, ela só podia ter descoberto sobre a aposta e ido embora dali, havia ficado cego naquela tempestade de sentimentos desconhecidos e simplesmente não sabia como reagir agora que havia sido desmascarado.

Sentiu-se zonzo, desnorteado, nauseado. E, Cristo, como doía. Doía como uma enorme ferida aberta, deixando-o sem ar, era como ter a caixa torácica esmagada. Só na dor veio se dar conta que amara Hermione mais profundamente do que jamais pensara. Agora, o que sobrara dele estava ali, atirando fogo à chuva enquanto gritava seu nome, ardendo em completa solidão.

Mas acima de qualquer dor, sentiu-se mal por ela, porque esse sentimento horrível de ter sido usada como um objeto fora experimentado por ela. Pensar nisso fazia a dor aumentar ainda mais: ele machucou a garota que amava e a ele, e a culpa era totalmente sua.

Sempre fora normal jogar seus joguinhos, nunca se arrependera, afinal o vencedor era sempre ele, porém naquele momento era o único perdedor e se deu conta disso quando seu celular tocou, em um ato esperançoso tirou-o do bolso e viu que era um número desconhecido, imediatamente atendeu esperando que fosse Hermione do outro lado da linha.

— Senhor Tom Marvolo Riddle? — sua expressão fechou-se naquele momento, não estava no humor de falar com ninguém.

— Quem é? Se não for muito importante eu estou ocupado no momento.

— Desculpe senhor, meu nome é May e trabalho para o banco onde a sua fortuna está guardada... Quer dizer, estava, foi você que, às sete horas da manhã, retirou todo o dinheiro de sua conta bancária? Parte superior do formulário

Tom arregalou os olhos, completamente sem reação, sua mente pareceu encaixar as peças na mesma hora, a forma como Hermione falava sobre dinheiro, o jeito sutil como às vezes invejava-o, o olhar em cima dele quando colocava sua senha de seu cartão ao pagar as coisas...

— N-Não — tamanha a perplexidade gaguejou, uma conversa demorada se estendeu entre os dois, o que serviu apenas para confirmar as suas suspeitas.

Assim que a conversa acabou, sentiu-se bobo, sujo e usado, no final das contas o sumiço não era por causa da aposta, questionou-se se ela sequer sabia sobre a aposta. Quis rir, quis rir porque era a única coisa que podia fazer, quis rir porque era a maneira mais fácil de esconder o enorme buraco que se abrira dentro dele.

Hermione Granger revertera o jogo de uma forma extraordinária, fizera-o pensar que o manipulador era ele e enquanto caía em seu próprio jogo, ela havia orquestrado algo muito maior usando-o como um peão. O mentiroso era ele, porém estranhamente a única pessoa que caiu em sua mentira havia sido o próprio. Havia um lado da morena que ele nunca conhecera, e ela jogara joguinhos o tempo todo, sempre os vencendo. Ela o explorara como um verdadeiro objeto, sugando-o, e tudo o que deixou para trás foi um rapaz solitário, com o coração sangrando em dor.

Aqueles quase cinco meses eram uma ilusão, ela nunca estivera apaixonada e entregue como ele. Antes parecia que estivera na escuridão e acabado, porém cada vez que ela o beijava era como se tivesse o salvado. Sempre se considerou um homem forte, mas ao que parecia seus braços eram fortes, mas seus joelhos fracos demais para permanecer nos braços da linda morena sem cair a seus pés.

Tom era extremamente cético, não acreditava em carma e em nada relacionado à filosofia do "você colhe o que você planta", tampouco era algo que pudesse ser chamado de homem de fé, mas naquele momento sentiu que aquele era o preço a se pagar por todos os corações que já havia partido e por todas as mentiras que havia contado.

E talvez estivesse se sentido melhor se essa dor fosse causada pelo dinheiro, mas era muito além disso.

Lágrimas escorriam por seu rosto, pois sabia que aquele havia sido o último dia que tivera a amada consigo e seu coração parecia gritar seu nome a todo instante.

Por mais que tentasse, não conseguia odiar aquela garota. Sentia raiva dela pelo que ela fez, claro que sim, mas não era uma raiva maior do que aquela que ele estava sentindo por ele mesmo. No final das contas ainda era um bobo apaixonado, o coração que a morena havia ganhado estaria esperando por ela, afinal para ele não tinha coisa melhor que os dois juntos.

[][][]

— Rony! — Hermione tascou um beijo enorme do verdadeiro namorado algumas horas antes enquanto exibia um sorriso de uma vencedora. — O dinheiro está no carro. Vamos para Paris? Sempre quis conhecer essa cidade.

— Hm, acho que você merece depois do trabalho que teve para consegui-lo; Sabia que ele estava com você por causa de uma aposta? Ouvi os amiguinhos dele comentando — a morena tombou a cabeça para trás e gargalhou.

— Uma aposta? Isso é hilário. Você viu como ele ficou todo apaixonado por mim? Mas não se preocupe, você é muito melhor de cama. Ele tornou as coisas tão fáceis, sequer tentava esconder a senha do cartão. Tom Riddle não passa de um menininho carente — ela soltou um suspiro forçado. — Acho que essa viagem vai fazer bem para mim, afinal. Preciso extravasar um pouco depois desses três duros últimos meses com ele só para conseguir o dinheiro.

Rony fechou a cara.

— Chega de falar dele. Vamos logo comprar as passagens antes que alguém nos encontre.

— Sim, senhor!


Notas Finais


❀ Fanfic escrita para o projeto "A música perfeita" do blog Perfect Design [www.perfectdesign-pd.com] - a one já foi postada faz tempo no Nyah Fanfiction, mas só tomamos vergonha para postar no Spirit agora, KKK.

❀ Ganhamos o concurso em primeiro lugar *-* foi tipo uma super alegria, KKKK [http://www.perfectdesign-pd.com/2016/07/a-musica-perfeita-resultado-final.html]

❀ Em um determinado momento sinalizamos quando começamos a usar trechos da música durante a one, se quiser ouvir-lá aqui está o link [https://www.youtube.com/watch?v=d9bB8csLSug]

SURPRISE YOUR MOTHERFUCKIN' UNICORNS kashkahskahs parei.
Mas conseguimos surpreender alguém?

Obrigada por ler! Nos vemos nos comentários ^^


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...