POV Mido:
A recepção do hospital nunca teve tão agitada como naquele dia, todos estávamos impacientes, Goenji e Kudo andavam de um lado a outro nervosos aguardando notícias.
— Não é nada grave — falei na inútil tentativa de acalmar a todos
— Não ouse dizer nada — disse Goenji ríspido
Antes que eu pudesse retrucar o médico surgiu da emergência e paramos, aguardando atentamente o anúncio dele.
— Ele ficará bem, foi apenas uma concussão leve, por precaução hoje ele ficará de observação aqui — disse
— Podemos ver ele? — perguntei de imediato
— Só a família no momento, vocês são muitos não podemos permitir que todos entrem —respondeu
— Eu — disse Goenji — sou família
— Como? — briguei — você não vai entrar naquela sala
—Por que? — perguntou irritado
— Você só foi motivo de sofrimento e angustia para o Fubi, você seria a última pessoa que ele iria quere perto dele nesta hora, deixe o em paz de uma vez por todas seu estúpido! —gritei
— Quietos! — brigou o médico — aqui é um hospital, tenham respeito! Se quiserem brigar vão para fora!
— Você não pode mais fazer parte da vida dele seu cafajeste — falei irritado e sai dali
— Não é você quem decide — disse ele por fim
Senti os olhos dele arder em chamas me acompanhando até sair, algo mudou. Meu peito estava me sufocando, tinha algo saindo do lugar, mas o que? O mundo parecia que iria ruir, alguém devia fazer algo.
Fiquei lá fora por um tempo tomando um pouco de ar, recobrando um pouco a paciência, tentando pensar... O que foi que aconteceu?
— Mido?
Me virei e tomei um susto ao ver o Hiroto.
— Olá — falei confuso
— Vim ver como estava — falou sem graça
— Vou ficar bem...
— Ele é seu melhor amigo, estou certo?
— Muito — falei com um nó na garganta
— Precisa ficar quieto, não se intrometa na vida dele, deixe-o tomar suas próprias decisões — disse sério
— Como é que é? —perguntei incrédulo — por que diz isso?
— As coisas parecem que vão mudar, e você precisa deixar elas acontecerem, não interfira — falou
— Do que está falando? — perguntei, a angústia crescendo cada vez mais no meu peito
— Não negue o que sabe... Viu como ele estava, ele acordou do sono. A ficha caiu e ele vai correr atrás — falou ele sério
— De quem está falando? — perguntei e as lágrima começaram a cair
— Você não pode ficar com ele Mido, você nunca fez parte do coração dele — respondeu Hiroto sem jeito
— O que está dizendo? —perguntei irritado
— Não negue! Gosta do Fubuki, no fundo você gosta! Viu que o Goenji acordou, ele vai voltar atrás, não o impeça, não atrapalhe... Você confundiu muitas coisas enquanto esteve com o Fubuki, ele é seu amigo, não paixão, não confunda! Sabe muito bem a quem seu coração pertence e que o Fubi nunca taparia este buraco...
Minhas pernas não aguentaram e cai de joelhos na grama e me pus a chorar, lentamente Hiro se aproximou de mim e levantou meu rosto, depositou um beijo delicado e doce na minha cabeça, se virou e saiu sem dizer mais nada. Foi então que o desespero me inundou e chorei, até não haver mais lágrimas para chorar.
POV Fubuki:
Acordei lentamente, minha cabeça doía a cada movimento que eu fazia, tentei me sentar, mas alguém me empurrou de volta, quando olhei quem era tomei um susto, era o Goenji. Meu coração acelerou e minha cabeça doeu mais ainda.
— O médico recomendou repouso até sua alta — falou ele sem jeito
Eu não sabia o que falar, estava sufocado com ele ali, onde estavam os outros? Respirei fundo e tentei recobrar minhas lembranças.
— Alguém me empurrou — consegui sussurrar
— Como é? — perguntou Goenji incrédulo — alguém fez isso com você?
Assenti triste e vi os olhos de Goenji arderem de ódio.
— Quem foi?
—Não sei — respondei sem jeito
— Iremos descobrir — disse dando um beijo no topo de minha cabeça
Tinha algo errado, como se alguma coisa tivesse saído do lugar, Goenji me parecia estranho, meu coração inquieto se incomodou com o clima que o lugar estava trazendo, precisava sair dali.
— Quero ir para casa agora — falei triste — onde está Kudo? E o Mido?
— Vai ficar aqui até sua alta, os outros estão lá fora — respondeu
— Okay
***
Pensei que seria eterno, mas tive alta e pudemos voltar para casa, encontrei a galera na recepção e Mido foi o primeiro a me abraçar.
— Não faça mais isso com a gente ou morreremos do coração seu idiota — reclamou e rimos
— Desculpe, não era minha intenção — falei sem graça
— O importante é que você está bem — disse Kudo aliviado
— Certo, podemos ir agora? —perguntou Goenji ríspido
— Sim, podemos — respondeu Kudo
Todos nos acomodamos no ônibus, sentei ao lado do Kudo o que deixou Goenji bufando ao lado da Natsume, discretamente passei o olhar por todos ali, quem poderia ter sido a pessoa que me empurrou? A angústia me abraçou com força e tive vontade de chorar, como alguém ali pode ter essa coragem? Eu era tão ruim assim?
— Fubuki — chamou Kudo
— Oi — respondi
— Estamos indo pra casa agora, tudo vai ficar bem — disse e segurou minha mão, apenas assenti
É o que veremos, ele não percebeu, mas as coisas estavam fora do lugar, era fácil sentir o desequilíbrio ali, nada voltaria a ser como antes a partir de hoje, teremos problemas, mas a questão é, quem está do seu lado quando se precisa? Eu tenho o Kudo, o Mido, o Endo, o Fudo, o Kido, talvez até mais pessoas... Estou seguro.
***
Todos desceram do ônibus e começaram a pegar suas bagagens para irem embora, fiquei no ônibus com o Kudo em silêncio, apenas observando pela janela.
— Alguém me empurrou — sussurrei
—Como é que é? — perguntou Kudo incrédulo
— Não consegui ver quem era, mas falo a verdade Kudo, tem de acreditar em mim — respondi suplicante
— Eu acredito — disse e beijou minha testa — vamos logo
Sai do ônibus e peguei minha bagagem, todos se despediram e segui meu caminho, coloquei um fone e dei play em “Faded-Allan Walker”
— Where are you now? — sussurrei “onde você está agora?”
— Aqui — disse Goenji do meu lado me assustando — calma pequeno, sou eu
— Talvez tenha sido esse o problema — consegui falar
— Okay, vamos para casa — disse Goenji pegando em minha mão
— Não precisa de tanto — falei soltando — fique longe de mim
— Por quê? — perguntou chateado e o encarei incrédulo
— De todos os dias esse é o único que não quero fazer retrospectiva de você, me deixe em paz Goenji, estou cansado de você e de suas brincadeiras — respondi triste
Continuamos o caminho em silêncio, o ar ficava cada vez mais denso a medida que a noite caia, a brisa fria envolvia cada músculo, a luz do luar fica mais presente e tudo que antes se escondia começava a sair, pois é nesta hora que os piores perigos se divertem.
Cheguei em casa e fui recebido pelo abraço quente e aconchegante de minha mãe, suas lagrimas quente tocavam minha pele como pedra num rio calmo, e chorei junto. Depois de uns minutos ela me levou pra dento, desfiz minhas malas enquanto ela preparava a janta.
— Quer ajuda? — perguntou Goenji na porta
— Não preciso — respondi de imediato
— Preciso de outra chance — sussurrou
— Mais elas não caem do céu assim Goenji, já devia saber — falei sério
— Me dê outra chance, por favor — suplicou
— Não posso, sinto muito — respondi segurando o choro — não depois do que me fez sofrer
— O que vou fazer agora? Você é tudo na minha vida — disse chorando
— Posso já ter sido, mas você demonstrou o contrário esses meses — falei
— Eu vou consertar tudo, mesmo que custe toda a minha vida — falou determinado
— Boa sorte com isso, mas não se intrometa na minha vida de modo com que possa afetá-la amorosamente — falei o empurrando — preciso ficar sozinho agora, e mais uma coisa, não me force a nada
Fechei a porta na cara dele e chorei.
***
A manhã estava nublada, tudo estava coberto por uma leve geada, peguei meu casaco e desci para tomar café, mamãe já estava lá como já era de se esperar, me sentei a mesa e ela me trouxe o café.
— Aqui meu pequeno — me entregou uma caneca e me serviu café — coma bem antes de ir
— Okay — respondi animado
— Tem certeza de que deve ir hoje? Não acha melhor repousar a semana toda? —perguntou preocupada
— Está tudo bem mamãe, se eu ficar em casa vou acabar enlouquecendo, preciso respirar um pouco e me divertir bastante — falei sorrindo
— Como quiser — disse e beijou o topo de minha cabeça — apresse-se e coma, não se atrase
— Okay — falei
Não esbarrei com o Goenji e nem fiz questão de perguntar sobre ele, sai de casa as pressas, o mundo todo parecia cinza, sem cor, mais isso me parecia bom, agradável, o ar era úmido o vento frio, o mundo parecia ainda dormir, pouco sinal de pássaros. Não fui muito longe e logo Kudo encostou na calçada com o carro, não perdeu tempo e desceu.
— Carona para a escola? — perguntou sorri animado
— Obrigado, mas quero ir andando está manhã — falei respirando fundo
— Ótimo, vamos caminhar — disse acionando o alarme do carro
— Vai deixar o carro ai simplesmente? — perguntei confuso
— Por que não? — perguntou rindo
— Como quiser, não me responsabilizo — falei dando de ombros e continuei minha caminhada
— Viu o Goenji? — perguntou Kudo
— Não hoje, espero que continue assim — respondi
— Mas estudam na mesma sala — lembrou
— Pode ser que ele não queira ir hoje — falei
— Sim, não podemos descartar essa hipótese — disse rindo e sorri de volta
— O que acontece agora? — perguntei
— Com o que?
— Com o time, com a escola, comigo — respondi
— Vai ficar tudo bem — disse
— Pode prometer isso? — perguntei triste
— Vai ficar tudo bem, é só isso que posso dizer — respondeu sorrindo
Continuamos a caminhada em silêncio até chegarmos na escola e nos separarmos, entrei na sala de aula e notei um clima tenso, vários grupinhos haviam se formado e cochichavam fofocas, suposições e dúvidas, nada iria ficar bem.
As aulas começaram e as únicas ausências foram a de Mido e do Goenji. Física na tinha mais tanto interesse, durante quase todas as aulas minha mente vagou por através da janela, mergulhando num mar de fantasia, o clima lá fora estava tão bom, imaginei o time unido, vários troféus no colégio, todos com seus devidos pares e felizes, eu com o Goenji... Esse até poderia ser o nosso futuro se nada de ruim tivesse acontecido, tinhamos tudo para dar certo em todos os sentidos, e no fim com o sentimento de dever cumprido irmos para boas universidades e quem sabe se ainda fosse de interesse se tornar profissionais no futebol.
— Fubuki — gritou o professor me tirando dos meus devaneios
— Sim — respondi
— Quer nos explicar as leis de Newton? — perguntou curioso
— Claro — repondi
Terminado as aulas da manhã era hora do almoço, peguei dois yakisoba e fui para o ginásio, chegando lá entrei na sala do treinador, e lá estava ele sentado à mesa atolado de papéis.
— Vamos comer? — perguntei sorrindo
— Eu ia te levar para comer fora — respondeu rindo
— Fui mais rápido e afinal, não temos tanto tempo assim — falei dando de ombros e lhe dei o almoço
— Não pode se acostumar com essa comida do refeitório, ela não é tão boa — falou
— Oh céus, é tudo que temos — falei indignado — você tem muitos papéis para um treinador
— Isso por que aconteceu um acidente enquanto estivemos fora — disse desanimado
— Me desculpe — sussurrei
— Não foi culpa sua, agora coma — disse sem jeito
— Okay — falei animado
— Espero que não sai sem mim hoje — disse — deixei meu carro perto de sua casa, não espera que eu volte lá sozinho
— Pode deixar — concordei
Assim que comemos eu sai para voltar para as aulas e tomei um susto ao ver Goenji nas arquibancadas, ele mantinha um olhar sério sobre mim que me deu calafrios, fingi não o ver e tentei seguir para saída sem ser impedido, o que não aconteceu.
— Vocês são muito próximos — disse agarrando minhas mãos
— Não é da sua conta — falei de imediato
— Claro que é se envolve você — respondeu ríspido — não gosto de vocês dois junto, sinto vontade vomitar
— Adoraria te ver passando mal toda vez que me ver com o treinador — falei rindo debochado
— Não me provoque Fubuki! — brigou
— O vou vai fazer o que? — perguntei sarcástico
— Você vem comigo — respondeu me puxando para o vestiário
— Por que está me levando ai? — perguntei angustiado
— Espere para ver
Não consegui fazer muito para impedir de me levar, nada que eu fizesse parecia surtar efeito, assim que entramos lá, Goenji me empurrou para a primeira parede e senti minhas costas na cerâmica gelada, gemi em desaprovação.
— Você vai me deixar louco — disse ele e selou nossos lábios
O beijo era urgente, cheio de desejo, suas mãos passeavam pelo meu corpo, minhas mãos seguravam seu peito que acelerava e ofegava no mesmo ritmo que o meu, quando ele separou o beijo começou a depositar beijos no meu pescoço, meu corpo fervia, a parede já não era tão fria assim.
Meu corpo o deseja arduamente eu o queria mais que tudo, tiramos nossas camisas rapidamente e voltamos a nos beijar, Goenji puxou meu lábio lentamente me fazendo gemer, então começou a depositar beijo em linha reta do meu tórax até a barra da minha calça, chegando ali a desabotoou, pôs sua mão dentro e começou a massagear meu membro enquanto voltava a me beijar.
Não consegui mais pensar o por que de não o deixar continuar, eu apenas queria aquilo mais que tudo, só mais uma vez, apenas.
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