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História You Belong With Me - Capítulo 22


Escrita por: Future_Star

Notas do Autor


Como eu disse a algumas pessoas nos comentários, aqui estou eu postando mais cedo. Deixando claro que este é o encerramento do arco sobre o pai da Lucy, a partir de agora iremos focar no aniversário, no festival e na evolução do nosso casal. LEIAM AS NOTAS FINAIS. Obrigado pelos comentários e pelos favoritos, enfim Boa Leitura *-*

Capítulo 22 - Capítulo 22


Fanfic / Fanfiction You Belong With Me - Capítulo 22

Lucy 

 

 

 

Mesmo o carro não estando muito rápido, chegamos rápido no nosso destino. Parece que quanto menos queremos estar aqui, mais precisamos estar.

As roupas completamente pretas combinavam com os olhares melancólicos e um misto de sensações ruins. Já passavam das duas da tarde, e eu e minha mãe estávamos mais uma vez em frente aquele cemitério. Virgo não ficou conosco, mas fez questão de nos trazer, deixando a volta por nossa conta.

 

Segurando algumas flores que minha mãe comprou no caminho pra casa suspiro profundamente, e segurando a mão da mais velha, atravesso os portões do lugar.

 

Túmulos, túmulos e mais túmulos. Aquele lugar era totalmente aberto pro sol, então por que parecia tão frio?

Não tinha muito o que fazer ali. Colocamos a novas flores no lugar das antigas, algumas orações silenciosas e um abraço de conforto depois das lágrimas de saudade da minha mãe. Em sua lápide, a foto daquele que nos deixou tanta saudade. Eu só espero que ele esteja nos vendo de onde estiver.

 

Era possível ver algumas pessoas visitando o túmulo de seus parentes ou conhecidos, isso era normal, afinal este lugar foi feito pra coisas assim. Mas o que mais me tocou foi um enterro feito um pouco antes de chegarmos. As pessoas estavam desoladas, um senhor chorava descontroladamente sobre a lápide recém fechada, e um pouco mais atrás de si, uma garotinha, com os olhos opacos e provavelmente não querendo ficar nem mais um pouco ali. 

Várias pessoas ao redor tentavam acalmar o senhor que se recusava a se afastar por qualquer coisa. Ele parecia ser um senhor de idade, porém não tão velho.

Como estavam próximos a nós não pude evitar ouvir de uma das pessoas que o senhor precisava deixar sua esposa descansar. Então era isso, sua esposa havia morrido.

 

Olhava aquela cena cheia de dor, como a morte de uma só pessoa afeta a vida de tantas outras.

A garotinha que eu olhei a pouco tempo agora vinha andando em minha direção, ela usava um vestidinho preto e sapatilhas de laço. Ela se aproximou de mim e deu algumas puxadas na ponta do meu vestido, pedindo silenciosamente para que eu a olhasse.

 

- Moça, sua vovó também foi pro céu? - perguntou em tom inocente, como se aquilo não fosse nada demais. Me abaixei na altura da garotinha de cabelos castanhos, coloquei uma mecha de seus cabelos atrás de sua orelha e disse.

 

- Não, meu pai é quem está no céu agora. - seu olhar me fez lhe dar um sorriso carinhoso.

 

- Meu vovô sente falta da vovó, ele diz que queria ir com ela, por que ela não esperou ele? - é uma boa pergunta pra uma criança da idade dela. Por que as pessoas não esperam? Por que elas vão antes sem nem mesmo avisar?

 

- É uma ótima pergunta, você pode fazê-la ao papai do céu, ele sempre sabe o que faz. - a menina assentiu sem dizer nada e inesperadamente seus olhos se encheram de lágrimas.

 

- Eu também vou sentir falta da vovó, ela não podia ter ido embora assim. - a garotinha se desmanchou a minha frente, chorando de soluçar enquanto dizia coisas sem nexo sobre sua avó.

Ao meu lado minha mãe via a cena, com os olhos vermelhos pelo choro recente, porém com um sorriso doce nós lábios. Me lançou um pequeno sinal, que eu entendi, apertando com carinho a menina em meus braços, tentando de algum jeito a reconfortar, enquanto impedia minhas próprias lágrimas de escaparem.

 

- Mila! - uma mulher muito bonita disse em tom elevado ao olhar a menina em meus braços. A pequena desfez seu abraço comigo limpando vagamente os vestígios do choro. Olhou pra mim um pouco corada e abriu um lindo sorriso.

 

- Ela vai estar me vendo não vai? - ela me pegou de surpresa com a pergunta repentina.

 

- O que? - perguntei.

 

- A vovó, ela vai estar me vendo lá de cima não é? - olhei ternamente menina a minha frente sorrindo encantada com suas palavras.

 

- Claro que vai, e sempre que quiser conversar com ela olhe pra estrela mais bonita no céu, com certeza ela vai te ouvir. - seus olhos brilharam e ela me deu mais um ótimo abraço.

 

- Obrigada moça, também tenho certeza que seu papai está te vendo. - disse sorrindo fazendo meus olhos se arregalarem por segundos. Ela segurou na mão da mulher que julgo ser sua mãe e antes de ir a mais velha se pronunciou.

 

- Obrigada por ter cuidado dela, com tudo isso eu acabei não vendo quando ela saiu de perto do meu marido. - eu e minha mãe somente assentimos com pequenos e singelos sorrisos, acenando uma última vez para a garotinha antes de dar as costas e sair do cemitério.

 

No caminho pra casa pegamos um táxi, e sem mais diálogos seguimos o nosso percurso. Encostei minha cabeça na janela do carro olhando o lado de fora que passava rapidamente. 

Minha mente estava na garotinha chorando bem a minha frente, naquele momento eu me identifiquei com ela, talvez pelo fato de que eu também queria chorar tão abertamente como ela fez, mas não consigo. Eu não sou infeliz, nem guardo mágoas, eu só não consigo expressar tão abertamente quanto queria. 

Mesmo que eu queira, queira muito dizer o que acontece dentro de mim, eu simplesmente não consigo. Assim como não consigo dizer o que sinto pelo Natsu mesmo depois de tantos anos.

Continuei acompanhando a paisagem até perceber que estava na frente da minha casa. Desci primeiro que minha mãe e estranhei quando percebi que a porta estava aberta, será que ela se esqueceu de trancar antes de sair?

 

- Já chegaram? - ao entrar vejo Virgo com um pano de prato em mãos e um singelo sorriso de lábios.

 

- Estamos em casa. - eu disse em tom mais baixo assim que vi minha mãe entrar e fechar a porta atrás de si.

Virgo abraçou minha mãe fortemente e logo em seguida me deu um beijo na cabeça.

 

- Vou tomar um banho, você também devia fazer isso. - minha mãe me disse pegando minhas mãos e fazendo um pequeno carinho. Beijou minha testa e subiu pro seu quarto a passos lentos.

Suspirei pesadamente e comecei a considerar a ideia de tomar um banho e ir comer alguma coisa. Mal tive tempo de chegar do colégio e já tive que sair de casa, isso me ajudaria a descansar a cabeça.

Estava no meio da escada quando Virgo diz meu nome.

 

- Lucy, esqueci de dizer, você tem visita. - juntei as sobrancelhas em forma de pergunta, mas ela só entrou na cozinha me deixando sozinha ali. 

Suspirei novamente indo até meu quarto que permanecia com a porta aberta, imaginei ser algumas das meninas pra me perguntar como foi, mas assim que parei em frente a porta, não poderia estar mais enganada.

Ele está aqui, sentado à beira da minha cama com as mãos apoiadas no colchão e os pés juntos. Olhava seriamente para um ponto fixo na parede e tinha a respiração calma.

 

- Natsu? - eu o chamei em tom baixo, e ele finalmente percebeu minha presença no quarto. Não sei bem qual expressão eu estava fazendo naquele momento, mas assim que me viu seu olhar passou de sério pra um de compreensão.

Eu ainda estava parada no mesmo lugar quando ele se levantou calmamente da cama se pondo de pé. Permaneceu ali, me lançou um sorriso de canto acolhedor e por fim abriu os braços na minha direção, em um pequeno gesto que dizia que eu podia confiar nele.

 

Senti uma leve ardência nos olhos ao mesmo tempo que sentia minha visão ficando embaçada. Não pensei duas vezes em andar rapidamente até ele e me jogar em seus braços enterrando de uma vez só meu rosto no seu peito.

Eu o apertei bem forte, e fui retribuída igualmente. Ele me abraçava e suas mãos faziam um leve carinho nos meus cabelos enquanto seus lábios beijavam minha cabeça e eu me desmanchava com todas as lágrimas que eu tenho segurado.

 

Aos poucos ele foi andando pra trás até nós dois estarmos sentados na beira da minha cama. Não importava o quanto meus soluços eram altos, suas carícias não cessaram momento algum.

Seu cuidado comigo era extremo, delicadamente suas mãos afastaram alguns fios de se soltaram do coque que eu usava a minutos atrás. Meu choro já tinha cessado, somente uma respiração ofegante se fazia presente acompanhada de poucos soluços. 

Estava me sentindo patética, eu pareço uma criança que acabou de se machucar em uma brincadeira de rua, totalmente deplorável, porém muito aliviada.

Meu queixo foi erguido por sua mão, e em um gesto calmo ele singelamente limpou minhas lágrimas expressando um sorriso terno e um olhar indescritível. Seus lábios cálidos depositaram um rápido beijo em minha testa, e juntando minhas mãos as suas ele disse:

 

- Se sente melhor? - eu ainda permanecia em seus braços, com a cabeça deitada em seu ombro, ele segurava minhas mãos com sua cabeça em cima da minha.

 

- Muito. - me limitei a uma resposta rápida porém sincera, aquilo realmente me tirou um peso do corpo.

 

- Você parece cansada, toma um banho e desce assim que terminar, vou te esperar lá na sala. - disse já se levantando e eu fiz o mesmo. Assenti pra ele e antes que Natsu pudesse atravessar a porta eu disse:

 

-Promete que não vai embora, você vai me esperar mesmo né? - o que tem comigo, por que esse comportamento infantil?

 

- Prometo. Não vou embora até que descanse. - disse em tom divertido, ele deve estar achando graça da minha manha repentina, até eu estou.

Ele saiu e eu finalmente me permiti tomar um banho de água quente, o que me ajudou muito. Todos aqueles sentimentos ruins que saíram no meu desabafo, todas as sensações ao presenciar a cena de mais cedo no cemitério, tudo, foi levado embora junto da água, deixando somente o cansaço.

Depois disso, uma calça de moletom com uma camiseta deve bastar. Já passa das quatro da tarde, e o que eu mais quero é que a noite chegue logo.

 

- Lucy, Natsu trouxe algumas coisas então decidi fazer algo pra vocês comerem. - Virgo disse da bancada da cozinha. Agradeço a ela e vou até a sala, encontrando minha mãe e Natsu conversando alegres. 

 

- Então quer dizer que o Igneel finalmente fisgou alguém? - minha mãe dizia entre risos, é muito bom ver ela assim, isso é meio raro depois que voltamos da visita.

 

- No começo nem eu acreditei, eu sempre pergunto qual magia ele usou, mas o velhote insiste em esconder de mim. - Natsu a respondeu sorrindo.

 

- O que vocês tanto riem? - perguntei somente pra entender melhor o assunto. Como eu estava perto do sofá que minha mãe está sentada tento sentar ao seu lado, mas a esperta me ignora completamente colocando suas pernas nos lugares disponíveis do sofá, praticamente se deitando nele. A olhei incrédula, mas minha mãe é perita em ignorar, nem sequer me olhou e continuou rindo como antes.

Suspirei derrotada e me sentei ao lado de Natsu, que enlaçou minha cintura com um de seus braços e me trouxe pra mais perto dele me fazendo ficar vermelha. Eu realmente gosto dessas aproximações, mas elas ainda me deixam constrangidas, principalmente na frente da minha mãe, uma pessoa que não tem piedade na hora de tirar sarro e te fazer passar vergonha.

No fim decidi aceitar o pequeno aperto me aconchegado melhor e deitando a cabeça em seu ombro, vi o olhar da minha mãe sobre mim, mas ela resolveu não comentar. 

 

- Luce, sabia que meu pai está namorando? - levantei minha cabeça o olhando e percebi as frustações na sua face emburrada.

 

- Não me diz que vai ter ciúmes desse tamanho? - soltei um riso e seu rosto se fechou ainda mais.

 

- Essa não é a questão aqui. - minha  mãe deve ter entendido o que ele quis dizer, pois riu descaradamente.

 

- Então qual é? - o perguntei com a sobrancelha arqueada enquanto ainda ouvia os risos abafados da dona Layla no outro sofá.

 

- Ue Luce, descobre você mesma. - suas bochechas adquiriram um tom forte de vermelho acompanhado com um bico infantil que ele sempre faz quando se emburra.

 

- Não vai me dizer? - ele desviou o olhar e eu olhei minha mãe de relance, em resposta ela levantou suas mãos em rendição fazendo um semblante bem suspeito - Sem problemas, um dia eu vou te fazer me contar.

Dei um sorriso em seguida virando pra frente e prestando atenção ao filme que acabou de começar. Nesse mesmo instante Virgo entrou na sala com alguns doces e pipoca, e minha mãe tirou as pernas do sofá dando lugar pra ela. Agora diz pra mim, é ou não é armação?

 

 Sem perceber eu voltei a colocar minha cabeça no ombro de Natsu que olhava o filme atentamente, porém com as bochechas avermelhadas. Sua mão segurava minha cintura com firmeza, então assim como mais cedo segurei sua mão em um ato de carinho com um sorriso discreto.

 

 

Natsu

 

 

A garota que eu amo está praticamente colada a mim e aceitando minhas carícias, mas eu não posso fazer nada, isso é simplesmente sufocante pra mim. 

Reprimir querer beijar seus lábios rosados e macios, de abraçar ela de uma forma mais afetuosa ou ficar junto dela pelo resto do dia, isso me enlouquece, ela me enlouquece. 

Eu nunca consigo saber o que passa na mente dela, se quando ela retribui um carinho ou um olhar diferente, eu nunca sei dizer o que eles significam. Isso me faz recuar de aprofundar qualquer tipo de aproximação.

 

É claro que eu ficaria envergonhado, ela não percebe que minha frustação é por não conseguir sua reciprocidade em anos enquanto em meses meu pai já pensa em casamento. E saber que a tia Layla percebeu e muito bem minhas intenções, só piora o quão constrangido eu estou.

As vezes sinto um leve carinho na minha mão, é tão bom, acalma e revigora, um simples gesto vindo dela.

Faz um tempo que não assistimos filme assim, claro que não está como antes, além de que Virgo e Layla também estão aqui. Sem falar que sessões de filmes nunca foram tão silenciosas assim com nós dois.

 

Eu sei bem como ela volta das visitas do cemitério, quando éramos mais próximos ela chegava e só me escrevia algo como "estou de volta", ou "tudo foi bem", mas não importava qual delas era, o sorriso estava lá de teimosia, talvez um pouco de orgulho, mas estava falsamente. Ela não ficava deprimida ou dentro de casa o resto do dia, ela normalmente ia pro quintal pra conversar comigo, ou então pra minha casa jogar.

Há tempos eu venho querendo fazer isso, toda vez que ela voltava minha vontade era de simplesmente abraça-la sem dizer nada, quem sabe assim suas emoções presas se espremessem até irem embora.

Eu devia ter feito isso bem antes, seus olhos diziam o tempo todo, que um abraço bem apertado era tudo que ela queria. Sem palavras de conforto nem nada do tipo, simplesmente alguém deixá-la ficar em seus braços por um momento. Ver ela chorando não foi fácil, mas foi necessário, sem falar que dessa vez ela não estava chorando por algo que eu tenha feito.

Tiro meus olhos da tv por segundos, e vejo uma loira adormecida em meus braços. Ela respirava tranquila, sua boca entre aberta e sua mão ainda sobre a minha. Sorri de canto e me mexi um pouco no sofá chamando a atenção de Layla que era a única que permanecia acordada, já que Virgo roncava com tudo ao seu lado. Ela olhou a filha dormindo espremida e sorriu.

 

- As vezes ela parece uma criança. - disse em tom baixo pra não acorda-las.

 

- Verdade, mas acho que todos nós temos esses momentos infantis. - disse sorrindo começando a ajeitar a Luce em meus braços.

 O jeito manhoso como ela ficou depois de chorar foi de certa forma inesperada. Não é costume dela ser manhosa pra falar comigo, então é a primeira vez que ela faz isso, que me pede pra ficar com ela. Foi realmente inusitado, mas eu gostei, tanto que a vontade de ficar por mais tempo foi quase insuportável de esconder.

A peguei no colo carregando até seu quarto com passos calmos. Sua cama estava arrumada pra ela se deitar, Virgo deve ter previsto que uma hora ou outra ela iria cochilar no sofá. A deitei e cobri com edredom, sentei ao seu lado e afastei a franja loira que cobriam os olhos fechados. Com o polegar acariciei a pele de sua bochecha, e depositei um beijo no canto de seus lábios. Me levantei e antes de sair de seu quarto a olhei novamente, em um sono profundo e invejável. Durma bem Luce, amanhã

 

 

 

 

   É nossa data.

 

 


Notas Finais


Gostaram? Como isso foi o encerramento foi um capítulo bem simples e curto. Agora entra o arco do aniversário.

Sobre tudo que a Lucy disse para a garotinha, eu quero deixar bem claro que não estou impondo nenhuma religião. Ela somente citou o "papai do céu" nada mais.

Próximo capítulo previsto pra sexta, já que sábado eu infelizmente não poderei postar.

Obrigada por lerem mais este capítulo, chegamos a mais de 10.000 visualizações, isso me deixa muito feliz. Nos vemos no próximo, um beijão

FALOU!


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