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História You Could Be Mine - Hospital


Escrita por: SrtaRocketQueen

Notas do Autor


Olá, galera!
Por favor, não se esqueçam das notas finais.

Boa leitura ♥

Capítulo 39 - Hospital


Fanfic / Fanfiction You Could Be Mine - Hospital

Desespero era a palavra exata que definia como eu me sentia naquele momento. Eu nunca nem ao menos imaginei passar por situação parecida, mas já que a vida novamente resolveu brincar comigo, eu tinha que fazer algo. Não podia ficar parada. 

Com muita dificuldade, fui arrastando o corpo desacordado de Izzy até o sofá da sala, deitando-o lá de um jeito meio estranho, mas que era melhor do que deixa-lo no chão. Passando as mãos pelos cabelos, em total agonia, eu decidi procurar por todos os cantos daquela casa por algum número de telefone que pudesse me ajudar. Era o melhor que eu podia fazer, já que não era aconselhável sair para procurar ajuda. 

Revirei a sala e a cozinha inteira, olhando em todas as gavetas possíveis, tentando achar um mísero papelzinho com alguns números que eu pudesse ligar. Respirei fundo e subi as escadas, decidindo que seria melhor procurar em algum quarto. Por puro impulso, acabei tentando ir primeiro no quarto de Axl, mas infelizmente a porta estava trancada. Merda, mil vezes merda. 

O tempo estava passando, adentrei o quarto de Duff que estava com a porta escancarada e procurei por todo canto: seu guarda-roupa, debaixo da cama, o criado-mudo, mesas... Mas tudo que eu encontrei foi papéis com letras de músicas, cigarros pela metade e uma calcinha vermelha. 

Comecei a sentir meu estômago revirar. Eu não estava conseguindo nada. Tentei, então, no quarto de Steven. Procurei entre suas roupas, jogando-as no chão e parti para o seu criado-mudo, finalmente achando a merda de um papelzinho que era a coisa que eu mais queria ver na minha vida naquele momento. 

 

"RAINBOW — +1 310-278-4232" 

 

Eu dei um grito de alívio quando achei aquilo. Beijei aquele papel um milhão de vezes, ignorando o fato de que ele estava por baixo de um saquinho com um pó meio suspeito... Mas isso era a coisa que eu menos estava me importando. Desci as escadas na velocidade da luz e peguei o telefone, discando os números. 

— Boa noite, baby. Rainbow Bar and Grill! 

— Pelo amor de Deus, me ajude! 

— Opa querida, o que houve? — A voz era de um homem que parecia não estar bêbado. Pelo menos não a ponto de não entender o que eu estava dizendo. 

— Você poderia me informar se... Bom, eu preciso falar com... 

— Querida, isso daqui é um bar. Acho que ligou para o número errado. 

— Não! É exatamente aonde eu queria ligar! — Aumentei meu tom de voz, com medo que ele desligasse. — Você conhece o Guns n' Roses? 

— Oh, mas é claro! Alguns deles estão aqui! Eu estava tomando uma cerveja com o Steven, você sabe, ele é o rei delas... 

— Ah, por favor, chame-o para mim! — Pedi, eufórica. Graças a Deus estava dando certo. 

— Por que, querida?  

— Eu preciso falar com ele, é urgente.  

— Se for uma prostituta, desculpe, não posso chama-lo. Ele está me levando ao lucro com as bebidas que está comprando, acho melhor deixa-lo por aqui... 

— Eu não sou uma prostituta! — Gritei, ofendida. — Apenas diga que é a Débora Campbell. 

— Tudo bem... — Ele deixou o telefone no mudo. Eu passei a mão na cara, respirando fundo. Olhei para o lado e fitei Izzy, que ainda estava desmaiado e o seu sangue manchava completamente suas roupas. Era horrível vê-lo assim. Eu não faço ideia do motivo de sua briga com gangues, mas, eu sabia que ele nunca merecia estar em uma situação daquelas. Ainda mais quando a sua única saída sou eu, uma garota que não sabe lidar com nada daquele tipo. 

— Querida, popcorn está completamente bêbado e não entendeu uma palavra do que eu disse! — Ele riu, como se aquilo fosse extremamente divertido. Eu senti o pânico voltar. 

— Não... 

— Sim! 

— Quem mais está aí? 

— Samanta Cristie está aqui. — Ele respondeu, malicioso. — Ela é ótima. Uma vez eu... 

— Não! Estou falando do Guns n' Roses, mais algum deles está aí? 

— Ah! — Ele riu. — Sim, Axl Rose está aqui. 

— Por favor, chame-o para mim! Diga que é urgente! 

— Querida, eu acho que ele não vai querer vim atendê-la, está com três strippers. — Respondeu. Eu fiquei um tempo em silêncio, desacreditada de tal informação. Então quer dizer que nesse exato momento, enquanto eu estou completamente desesperada, ele está se divertindo com três mulheres? 

 

Era inevitável não sentir ciúmes. 

 

Quando cenas dele fazendo nas strippers o que fez comigo começou a passar pela minha cabeça, eu balancei-a e decidi manter o foco. Não era sobre isso que eu precisava pensar agora. 

— Não importa, diga que é Débora Campbell. — Novamente o telefone ficou mudo. Eu senti meus olhos marejarem, por medo de Axl não atender e acabar com todas as minhas esperanças. Eu não sabia onde Slash estava, ou Alice, Duff, ou Nicholas. Eu estava ferrada. Por incrível que pareça, comecei a roer minhas unhas e estragar o esmalte rosa, tamanha era minha preocupação. 

— Ahn... querida, ele não veio comigo. — Ouvir aquelas palavras era como se alguém tivesse jogado um pedaço de concreto na minha cabeça. Eu senti meu coração acelerar e as minhas mãos tremerem.  

 

Pelo jeito aquelas vagabundas eram mais importantes que eu. 

 

— Só me faça um favor então: mande-o ir a merda. — Rosnei e o cara riu alto. 

— Axl, a garotinha mandou você ir a merda. — Ele disse e eu arregalei os olhos. O telefone ficou mudo por um tempo e, logo em seguida, eu ouvi sua voz. 

— O que você quer? 

— Desculpe interromper seu momento tão precioso, Axl. — Disse, a voz carregada de ironia. Mas me sentia um pouco mais aliviada por ele ter atendido. 

— Você disse que era urgente. O que foi? 

— Você precisa me ajudar. Izzy... Ele... — Respirei fundo, não podia continuar gaguejando. — Uma garota chamada Stela trouxe-o aqui, ele tinha se envolvido em uma briga de gangue, está completamente machucado e todo ensanguentado... — Minha voz começou a ficar embargada devido ao choro que queria vim. — Agora ele está aqui ao meu lado desmaiado. 

— Mas o que? Você está falando sério? — Ele aumentou o tom de voz, assustado. 

— Sim! Eu não sei o que fazer Axl, eu não tenho o número de mais ninguém... 

— Há quanto tempo ele está assim? 

— Eu não sei... Já deve fazer meia hora que ele chegou aqui, eu estava procurando por algum telefone... 

— Eu estou indo, Débora. Se acalme. 

— Venha logo. — Eu pedi e o telefone foi desligado. Respirei fundo, ajeitando o corpo de Izzy da melhor maneira possível e andando de um lado para a outro enquanto esperava por Rose, completamente ansiosa em finalmente ver o albino em um hospital, curando seus ferimentos, acordado. 

Demorou alguns minutos para o ruivo chegar, mas para mim parecia que havia durado horas. Eu pulei de susto quando a porta foi aberta rapidamente e de forma brusca. 

— Onde ele está? — Axl encarou-me, ofegante. Provavelmente havia vindo correndo. Eu respirei fundo, apontando para Izzy. Rose foi até ele, ficou encarando-o por algum tempo, um pouco chocado com aquela imagem. Eu tive que surgir ao seu lado para que ele acordasse do breve transe. 

— Me ajude. Precisamos levá-lo ao hospital. 

— O carro de Nicholas está aqui? 

— Porra, não. Precisamos... 

— Eu já sei. Posso ir na casa de Dianna pedir ajuda. — Sugeri, rezando para que ela estivesse em casa. 

— Não, podemos pedir algum vizinho mesmo. Espere aí. — E ele saiu, batendo a porta. Eu passei a mão pelo rosto, sentando ao lado de Izzy. Ele estava perdendo muito sangue e isso não era bom. Como eu queria saber fazer algo por ele naquele momento! Nem que fosse estancar seu sangramento até que chegássemos ao hospital. 

Não demorou muito para que Axl voltasse com um senhor de meia idade, com os olhos completamente arregalados. 

— O que Jeffrey fez? — Ele perguntou, parecendo estar realmente triste ao vê-lo naquele estado. 

— Depois eu explico. Eu só preciso do seu carro urgentemente. 

— Claro! Pode pegá-lo, William. — William? Eu fiquei um pouco confusa com aquilo, mas decidi não dizer nada. 

— Obrigado, muito obrigado. — O senhorzinho entregou a chave para Axl e foi embora, ainda preocupado. 

— Bom, quando algum deles chegar, você fala que... 

— O que? Não, eu vou com você! — Interrompi-o, não deixando que ele completasse tal ideia. Era obvio que eu não ficaria naquela casa roendo unhas pensando em como estaria no hospital. 

Axl decidiu não brigar e aceitou, assentindo. Pegou Izzy no colo e me deu as chaves para que eu abrisse o carro. E assim fiz, deixando que Rose colocasse o albino deitado nos bancos de trás. Sentei-me no banco de carona e em poucos segundos Axl já estava correndo em uma velocidade nada aconselhável pelas ruas de LA. 

Mesmo com medo de morrer em um acidente, eu não disse nada pois sabia que era necessário. Não demorou muito para que finalmente chegássemos ao nosso destino. Como era quatro horas da manhã, não havia muitas pessoas por ali, para a nossa completa sorte. Quando o carro foi estacionado, eu sai rapidamente indo até a recepcionista enquanto Rose trazia Izzy. 

— Moça, por favor, é uma emergência! 

— Em que posso ajudá-la, senhorita Campbell? Eu a conheço da TV. — A mulher sorriu. — Você é mesmo muito bonita. 

— Obrigada. — Agradeci. — Eu estou com um amigo desacordado, ele está perdendo sangue... 

— Onde ele está? — Assim que a mulher perguntou, Axl adentrou o local com o corpo do moreno no colo. — O que houve? 

— Briga. — Respondi rapidamente. — Por favor, é uma emergência.  

— Claro. — Ela concordou, pegando o telefone rapidamente e conversando com alguém. Em questão de segundos, homens com uma maca veio até nós, colocando Izzy cuidadosamente deitado e levando para dentro do hospital, nos informando que não poderíamos entrar com ele. Mesmo um pouco contrariada, sentei ao lado de Axl em uma das cadeiras na recepção. O ruivo passava as mãos pelos cabelos, frustrado. 

— Vai ficar tudo bem agora. — Murmurei, tentando consolar tanto a mim quanto a ele. Ficamos um bom tempo em silêncio, onde tudo que a minha visão era capaz de enxergar era o branco típico de hospitais. Na parte de dentro, eu ouvi um choro feminino. 

— Estou surpreso. — Axl disse, tirando-me dos meus pensamentos. Encarei-o. 

— Com o que? 

— Já passei por situação parecida com outros amigos. Toda vez que vim trazê-los aqui, demorou um bom tempo para eu ser atendido. Agora que você está junto, foi em questão de segundos. 

— Bom... — Suspirei. — Essa é uma das vantagens de ser conhecida. 

— Isso é tão desprezível... — Ele riu, sem humor. E eu tive que concordar. Os famosos sempre tinham uma atenção que na verdade qualquer outra pessoa deveria ter, ainda mais naquela situação. 

— Eu estava pensando, talvez a gente devesse avisar alguém que estamos aqui. — Disse e Axl me fitou. 

— Mas é claro que temos que avisar. 

— Você sabe o número de telefone da Dianna de cor? — Quis olhar bem no fundo dos olhos dele para ver bem a sua resposta. Axl suspirou, assentindo. 

 

Ah Débora, como você é bobinha. É claro que ele sabia o número do telefone da ex namorada. 

 

— Me passa, vou ligar para ela. — Disse, levantando. — Ou você quer ligar? — Cruzei os braços. 

— Não, ligue você. — Ele também se levantou, indo até a recepção, pegando um pedaço de papel e uma caneta com a recepcionista e anotando o número para mim. Peguei, indo até a cabine de telefone que havia do outro lado da rua. Coloquei algumas moedas, que havia trago na bolsa, e aguardei que ela atendesse. Demorou bastante para isso acontecer. 

— Quem está enchendo a porra do meu saco uma hora dessas? — Ela finalmente atendeu, extremamente ácida. 

— Dianna, sou eu. Débora. 

— Oh. — Ela riu, sem humor. — Me desculpe Deb, eu não sabia que era você... 

— Tudo bem, eu entendo. Preciso te contar algo. 

— Bom, para ser umas horas dessas, deve ser importante. Tudo bem, o que é? 

— É claro que é importante. — Contei para ela tudo que aconteceu, detalhe por detalhe, e quando terminei, o telefone ficou mudo por um tempo. 

— O que? Você não pode estar falando sério! 

— Lógico que estou, eu não brincaria com isso!  

— Meu Deus Débora... — Dih estava chocada. — Você não sabe onde estão os outros? 

— Sei só onde Steven está, no Rainbow. Mas como te disse, ele está totalmente bêbado. 

— Alice passou aqui em casa mais cedo para conversar. Disse que estava indo para um bar aqui perto de casa. Eu vou lá ver se ela ainda está lá. 

— Isso, faça isso mesmo.  

— Daqui algum tempo estou aí, com Alice ou sem ela.  

— Estou te esperando, Dih. — Nos despedimos e eu suspirei, atravessando a rua e voltando para o hospital. 

[...] 

Eu ouvi gritos. E frases desconexas de uma voz feminina. Não foi preciso que eu me virasse para ver quem era, só de ouvir eu já sabia que era Alice. 

Ele chegou aos prantos no hospital, perguntando onde Izzy estava. Junto com ela não veio apenas Dianna, como Slash e Duff também. Os olhos deles estavam meio vermelhos, mas parecia que estavam relativamente sóbrios. 

— Mas que porra, onde ele está? — Ela perguntou virando-se para mim e Axl. Como o ruivo não disse nada, eu suspirei e encarei-a. 

— Está lá dentro, Alice. Calma, está tudo bem. 

— Tudo bem? Ele perdeu muito sangue, não perdeu Débora? Você mesma disse. — Ela rosnou. Eu olhei para Dianna com repreensão, não era para ela ter contado os detalhes para a minha prima, senão ela ficaria da mesma forma que está agora. 

— Sim mas, já está tudo bem. Não precisa se preocupar tanto. 

— É claro que eu preciso, é o Jeffrey... — E ela caiu no choro novamente. Axl respirou fundo, passando a mão pelo rosto e se levantou, puxando Alice para fora. 

— Deb, estou me sentindo mal por não poder ter te ajudado. Dianna contou como você ficou desesperada. — Slash disse, sentando na onde o ruivo estava antes. 

— Sim eu... não tinha o telefone de ninguém... 

— Ainda bem que conseguiu o do Rainbow. E ainda bem que conseguiu falar com Axl também, isso sim foi algo inacreditável. 

— Por pouco eu não consegui, ele estava se divertindo bastante com três strippers. — Respondi de forma ácida, rindo sem humor. Dianna arregalou os olhos e ficou pensativa por um bom tempo. 

— Será que Izzy acordou? Não recebeu notícias dele? — Duff perguntou, sentando ao lado de Slash.  

— Não, até agora. — Suspirei. — Acho que... vou procurar saber. — Levantei-me e fui até a recepcionista. Ela sorriu cordialmente para mim. — Olá, eu queria saber notícias... 

— De Jeffrey Dean Isbell, certo? — Ela perguntou, olhando na ficha que havia feito mais cedo com informações que Axl passou. Eu engoli em seco. 

— Bom, acho que sim, esse deve ser o nome verdadeiro dele... 

— Bom, eu vou falar com os médicos e ver o que posso fazer para você. Aguarde um momento. — E se retirou. Nesse momento, Axl voltou abraçado com Alice, que fungava mas estavam mil vezes melhor. Parecia estar mais calma. Eles se sentaram nas cadeiras também. Demorou alguns bons minutos para a mulher voltar, acompanhada de um homem mais velho com jaleco, provavelmente quem estava cuidado de Izzy. 

— Olá querida. Sou o doutor Marcos, é um prazer conhecê-la. — Ele sorriu, apertando a minha mão. Eu sorri de volta, educadamente. 

— Como Jeffrey está? 

— Bom, ainda precisamos fazer muitos exames, mas eu já posso deduzir algumas coisas. Ele provavelmente quebrou uma costela. — O médico se aproximava do resto dos meninos, e todos eles estavam escutando. Pude perceber que Alice prendeu a respiração. — Está com profundos cortes no supercílio e provavelmente, quando acordar, vai sentir dores nos músculos. 

— Então ele ainda não acordou? — Dianna perguntou. 

— Não, mas não se preocupem. Está totalmente consciente e sem riscos. Para ele acordar, é questão de minutos. 

— Ou horas...  

— Sim. — O doutor assentiu. — Assim que todos os exames ficarem prontos, eu volto para informa-los. Mas, já estou querendo me adiantar com algumas coisas... Algum de vocês sabem se ele ingeriu alguma bebida alcoólica ou algum tipo de droga? 

— Oh, com certeza. — Duff respondeu e ninguém discordou. 

— Isso afeta em alguma coisa? — Perguntei, nervosa. 

— Não, não se preocupe.  

— Quando vocês falaram que ele havia desmaiado, eu... fiquei com medo de...  

— Coma alcoólico. — Axl completou a frase de Slash, que assentiu engolindo em seco. 

— Não precisa se preocupar com isso, seu amigo passa bem. — Marcos rebateu. — Bom, volto a informa-los em breve. — E saiu. Todos suspiraram ao mesmo tempo, talvez um pouco aliviados. As coisas não estavam tão ruins assim, apesar dele estar com a aparência acabada e uma costela quebrada, poderia ter sido pior. E todo mundo ali sabia disso. 

[...] 

IZZY POV 

Quando abri meus olhos lentamente, senti um clarão da porra que fez minhas pupilas arderem. Tentei acostumar meus olhos com o branco e, quando consegui, franzi o cenho. Demorou um pouco para que eu finalmente percebesse que estava em um hospital. Então, flashes do que havia acontecido vieram em minha cabeça. 

Eu suspirei, rolando os olhos. A raiva começou a se apossar de cada pedacinho do meu corpo. Raiva de ter apanhado tanto daqueles filhos da puta... Por mais que eu tivesse merecido, de certa forma. 

Quando tentei me mexer, gemi de dor. Meu tronco estava enfaixado e doía muito quando eu fazia esforço, na verdade, doía até mesmo quando eu respirava fundo. Alguma coisa estava errada... Será que eu apanhei tanto assim? Não lembrava de muita coisa. 

— Izzy? — Olhei rapidamente em direção a porta do hospital e encontrei Axl, surpreso. 

— Por que está surpreso? — Murmurei. Ele se aproximou, fechando a porta. 

— Bom... Não achei que o viria acordado. 

— Não estou em coma. — Rebati e ele riu, sem humor. Sentou-se na poltrona — branca, claro — ao lado da minha cama. — Quem está aí? 

— Todo mundo, Jeffrey. Estamos esperando você acordar desde madrugada. 

— Quantas horas? 

— Uma hora da tarde. — Ele respondeu e eu arregalei os olhos. Não esperava mesmo por isso. Fiquei pensativo e Axl ficou me encarando. Eu já sabia exatamente o que ele ia perguntar. 

— Quem fez isso? — Perguntou. Eu ri, nem um pouco surpreso pela minha dedução. 

— Eu acho que... 

— Não enrole, Izzy. Perguntei quem fez isso e quero que você me responda. — Ele travou o maxilar. Tentar enganar Axl era mais difícil do que achar uma agulha em um palheiro. 

— Você sabe quem foi, não sei porque está perguntando. — Murmurei.  

— Você ainda está... 

— Sim, Axl. Eu ainda estou devendo dinheiro pra eles. — Disse de uma vez. Rose riu alto, como se o que eu tivesse dito fosse algo extremamente engraçado. 

— Não me faça rir, Jeffrey. Você sabe muito bem que eles estão pouco se fodendo para o dinheiro das drogas que você não pagou. O problema foi você ter pegado a mulher do traficante. 

— Por favor, Axl, isso faz mais de ano! Eu tenho certeza que é pela dívida que estou tendo com eles... Você sabe, eu... andei comprando mais... 

— O que? — Ele esbravejou. Eu já sabia que seria assim. — Porra, com tanto lugar para você comprar, procurou logo eles? 

— Eu estava sem escolha na hora, Axl. Porra, para de agir como se fosse minha mãe! — Grunhi, nervoso. — Eu vou pagar eles. 

— Ah, vai. — Axl riu, levantando-se. — Quem sabe no dia que você preferir parar de gastar o dinheiro que ganha com prostitutas e mais drogas... 

— O seu dinheiro é gasto com a mesma coisa. 

— Mas eu pago o que eu compro. — Ele rebateu, saindo do quarto e fechando a porta com força, o que provocou um barulho alto. Eu suspirei, rolando os olhos tanto por aquela discussão quanto pelo fato deu simplesmente ter suspirado já ter feito meu tronco doer. Que porra havia acontecido, afinal? 

— Oh, você acordou. — Um homem mais velho adentrou o quarto, sorrindo. — Sou o doutor Marcos, estou cuidando de você. 

— Eu devo ter quebrado alguma coisa... 

— Quebrou a costela. — Eu quase ri, lembrando do belo soco que havia levado nesse lugar. — Precisa ficar de repouso por um tempo e terá que tomar alguns remédios para a dor. 

— Quando eu saio daqui? 

— Provavelmente amanhã, se tudo ocorrer bem. — Ele fez uma pausa. — Fora a costela, todos os ferimentos foram externos.  

— Eu já imagino que a minha cara não deve estar nada boa. — Ri, sem humor. O médico me acompanhou. 

— Seus amigos querem te ver. Posso trazer mais algum? 

— Tudo bem. — Suspirei, novamente, com dificuldades. Ele se retirou e depois de um tempo, a porta foi aberta bruscamente. 

— Jeffrey! — Alice estava aos prantos. Seu rosto estava inchado e vermelho, e ela soluçava várias vezes. Eu arregalei os olhos. — Oh meu Deus, olha como você está! — Sua cara foi de horror. 

— Sabia que estava feio, mas não imaginava que fosse tanto. — Disse, ainda meio assustado com o estado dela. Não esperava mesmo que Alice ficasse assim. Ela sorriu do que eu havia dito e sentou-se na cama, ao meu lado. 

— O que aconteceu? 

— Me envolvi em uma briga. 

— Eu sei. Stela contou que você brigou com uma gangue. — Ah, Stela. Eu tinha que me lembrar de agradece-la por tudo que fez por mim. Foi ela que me viu jogado na rua e me ajudou. Disso eu me lembrava. — Mas quero saber os motivos e quem são esses caras. 

— Ah Alice, eu não quero falar sobre isso agora... 

— Axl está puto. Por que? 

— Porque eu contei para ele isso que você acabou de me perguntar. — Rebati. — Não quero que faça o mesmo. 

— É tão grave assim? — Seus olhos se encheram de lágrimas novamente. 

— Não, não precisa se preocupar. De verdade. — Olhei no fundo de seus olhos. Ela assentiu. 

— Tudo bem... Eu só quero que você melhore. Por favor Izzy, siga tudo que o médico te disser. 

— Eu vou pensar nisso. 

— Izzy... 

— Tá bom, eu vou seguir tudo. — Rolei os olhos e ela riu, enxugando as lágrimas. Pegou em uma das minhas mãos e entrelaçou os nossos dedos.  

— O médico disse que você recebe alta amanhã. Vou trazer comida para você até lá, ouviu? Você sabe, a comida daqui é uma merda. 

— Não estou me importando com isso. — Eu ri, achando graça de sua preocupação. — Queria mesmo um cigarro. 

— Se isso não te prejudicar, te trago um escondido. — Ela sorriu e eu fiz o mesmo. Alice era realmente uma boa pessoa. 

— Ei, que demora! — Alguém reclamou abrindo a porta rapidamente. Em seguida, meus olhos foram tomados pela garota de cabelos loiros. — Eu também quero falar com ele! 

— Qual o seu problema, Débora? Eu ainda estou aqui! — Alice berrou, levantando-se. 

— Você está demorando muito. Eu quero falar com ele. — Débora cruzou os braços, arqueando as sobrancelhas. 

— Espere a sua vez, ridícula! 

— Ei, parem. — Pedi. — Ali, talvez o que ela queira falar pode ser importante. Você pode... aguardar um minutinho? 

— Izzy... — Ela me olhou de forma decepcionada. Eu fiquei com receio de manda-la ir, mas precisava falar com Deb. Depois Alice entenderia. 

— Por favor. — Murmurei. A morena olhou-me com raiva e saiu do quarto batendo a porta.  

Oh, essa porta não ia aguentar até amanhã. 

IZZY POV OFF 

— Izzy, você está bem? — Perguntei, sentando na poltrona ao lado da cama. 

— Estou com a costela quebrada e a cara deformada, mas sim, estou bem. — Ele sorriu de lado. Eu suspirei, sentindo um aperto no coração. Vê-lo daquela forma me dava uma sensação tão grande de tristeza que até eu mesma não conseguia entender. — Eu lembro de você, Deb. Brevemente. 

— Lembra? — Arregalei os olhos. 

— Sim. Stela me levou em casa e era você que estava lá. Estou certo? 

— Sim. — Respondi rapidamente. — Você não faz ideia de como eu fiquei desesperada. Não fazia ideia do que fazer, não tinha o número do telefone de ninguém... 

— Acabou fazendo o que? — Ele perguntou, curioso. 

— Achei um papel no quarto de Steven com o número do Rainbow. Liguei para lá, um cara escroto me atendeu. Pedi para passar para o Steven, mas ele estava muito bêbado. — Rolei os olhos e o moreno riu. — Depois pedi para passar para o Axl, que estava com três mulheres! Como? 

— Estou acostumado com isso. 

— Ele finalmente me atendeu e foi embora correndo. — Continuei, ignorando o comentário do moreno. — Bom, estou muito aliviada que tudo esteja bem. 

— Você não faz ideia do quanto sou grato pelo o que fez por mim, Débora. — Ele sorriu e eu não consegui não fazer o mesmo. — Sente-se aqui. — Izzy bateu a mão no lugar onde pedia que eu me sentasse, ao seu lado na cama. Eu engoli em seco, pensando por alguns segundos se deveria ou não mas acabei fazendo. — De verdade, muito obrigado. 

— Bom... não precisa agradecer. Eu faria isso para quase todo mundo... — Fiz careta. — Ahn bom, eu não sei... 

— Eu adoro a sua sinceridade. — Ele riu e eu fiz o mesmo. Izzy pegou em minha mão e eu fiquei séria subitamente, encarando seus olhos escuros. Ele estava próximo demais... Eu não sabia o que pensar sobre isso. Mas não ousei me distanciar do moreno, ficando exatamente na mesma posição quando ele começou a se aproximar. 

 

Mas só foi ele se mexer um pouquinho que grunhiu de dor. 

 

— Sossega, Izzy. Você não pode fazer esforço. — Repreendi-o. 

— Eu estou bem, ok? Não se preocupe. — Ele colocou uma mão no meu cabelo, acariciando-o. E quando eu fui perceber, nossos rostos estavam próximos demais. Era apenas alguns centímetros que separava as nossas bocas. 

Minha respiração começou a acelerar e eu fiquei nervosa. Podia sentir o seu hálito quente bater em meu rosto, e como em um passe de mágica, sua boca estava grudada na minha. 

Foi apenas um selinho. Mas um selinho demorado e cheio de emoção da parte de Izzy. Eu retribui, logicamente, mas confesso que fiquei um pouco sem reação. Quando ele separou nossos lábios, sorriu para mim e eu fiquei um pouco desconcertada. 

— Ahn... eu preciso ir. Os outros querem te ver. — Sorri, atrapalhada. Levantei-me rapidamente da cama e peguei minha bolsa na poltrona. — Eu volto mais tarde. 

— Tudo bem, Débora. — Ele sorria de lado. Eu fiquei séria, dando um tchauzinho para ele e fechando a porta com rapidez. Nem eu sabia mais o que estava fazendo. 


Notas Finais


Tadinho do nosso Izzy :( Mas pelo menos agora tá tudo bem, né?
Alguém aqui shippa Débora e Izzy?

Gente, já escrevi uns bons capítulos e acho que vocês vão gostar do que está vindo. Vou tentar não demorar muito para postar, e na verdade por mim eu já postava amanha EUHEUEH mas isso tudo depende mais de vocês. Se comentarem, se derem o ar de suas graças e me contarem o que estão achando dessa fanfic que é o meu xodó, eu vou ficar muito feliz e postar logo o próximo capítulo. Tudo bem?

Até em breve.

Xx


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