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História You Own Me - A verdade dói apenas uma vez, quando é dita!


Escrita por: tat_maslays

Notas do Autor


Boa tarde...

Capítulo 25 - A verdade dói apenas uma vez, quando é dita!


POV Evelyne

 

- Você pode muito bem me deixar em paz! Não há motivos para vir atrás de mim!

Continuei enquanto minhas mãos procuravam as chaves. Minha atenção totalmente focada naquele objetivo.

Tentei ignorar aquela presença tão desejada e que ao mesmo tempo me incomodava.

- Evelyne.

Eu podia perceber como a voz dela havia se tornado calma.

Seu chamado sendo quase uma súplica.

Uma súplica que eu não iria atender. Não daquela vez.

- Tudo acabou!

Concluí dando de ombros. As palavras saíam tristes de meus lábios.

Eu ainda concentrada em minha missão fracassada de encontrar a chave.

O pouco controle que ainda me restava, indo embora como a claridade que havia ido embora com a noite que surgira.

Eu tentava ignorar a maneira que Tat havia pronunciado meu nome.

Aquela pronúncia tão única. Tão dela. Tão apaixonante.

Eu não podia me deixar abalar, ou me deixar enfeitiçar por ela novamente.

Ela não merecia!

Eu tinha que lembrar daquilo a cada palavra que ela diria.

Não percebi a forma como ela se aproximou e quando voltei a minha realidade já senti seu toque suave, e leve sobre um de meus ombros.

Que diabos era aquilo que ela estava fazendo?

Me perguntei.

- Não toque em mim!

 Murmurei. Virando meu corpo rapidamente dando alguns passos para trás.

Tinha que manter distância daquela proximidade que ela insistia em impor.

Naquele misto de sentimento que mais uma vez me invadia me peguei buscando o rosto dela.

E encarei seus olhos escondidos em meio à luz.

Agradeci pela escuridão ser mais forte naquele momento. Evitou que aqueles olhos verdes mais uma vez me desnudassem.

Aquela distância entre nossos corpos seria segura para que pudéssemos estabelecer um diálogo, mesmo sendo aquilo uma das últimas coisas que queria no momento.

Conversar com Tatiana.

Porque eu insistia em desobedecer às ordens que eu mesma me dava?

Não deveria estar buscando aquele contato! Ou até mesmo estar querendo conversar com ela!

Eu não tinha forças para confrontá-la!  E eu sabia que olhar para ela, era sempre o primeiro passo para ela conseguir o que queria de mim!

Desestabilizar meu emocional, meu psicológico  e todos os meus sentidos.

- Esse drama todo, é desnecessário!

Ouvi Tat dizendo, no mesmo tom que utilizara em suas primeiras palavras.

Nossa distância não havia sido tão segura quanto eu imaginara em minha mente.

- Desnecessário?

Questionei encarando-a.

Ela se aproximava e naquele momento tive a visão de seu rosto.

Eu deveria ter desviado minha atenção, enquanto ainda tinha tempo, mas Tat conseguia como ninguém despertar aquela curiosidade que eu tinha em analisar o tom de seus olhos. Cada verdade escondida por detrás deles, mesmo eu sempre me equivocando em minhas conclusões.

- Desnecessária é essa sua atuação sem fim!

Pronunciei sabendo que aquelas seriam apenas as primeiras verdades de muitas que eu diria.

- Agora já pode parar com seus jogos! Já pode me mostrar a pessoa cruel que eu sempre soube que você é!

Minhas mãos estavam inquietas e mesmo sabendo que meu tom de voz havia aumentado, agradeci pelo bom senso ainda me habitar.

Guardei a chave que finalmente havia encontrado em um dos bolsos de minha calça.

Voltando minha atenção a qualquer outra coisa que não fosse Tat, parada ali, em minha frente.

- Parabéns! Você conseguiu o que queria! Já pode voltar para sua vida perfeita.

Ironizei enquanto destravava as portas do veículo e colocava a bolsa sobre o banco traseiro.

- A verdade é que não deveria ter me iludido com você, mas fui tola. Sempre sou tola quando se trata de você Tatiana!

Lutava internamente para que minhas palavras não me afetassem, sabia que a qualquer instante as lágrimas rolariam.

- Mas a culpa é minha, única e exclusivamente minha, porque crio expectativas, porque eu sempre espero o melhor das pessoas, sempre espero o melhor de você.

Eu falava em baixo tom, como que para mim mesma.

- Não foi como se eu não soubesse que tudo terminaria assim. Já deveria ter me acostumado em todos esses anos, que nunca posso esperar algo verdadeiro de você.

Sabia que Tatiana havia ouvido cada palavra pela forma como senti ela novamente se aproximar.

Distanciei-me antes que seu toque me encontrasse.

- Não toque em mim!

Voltei a repetir.

Percebi que meu objetivo estava sendo alcançado pela perplexidade com a qual ela me encarava.

Minhas palavras estavam surtindo efeito.

Voltei a me afastar puxando o suéter pelas mangas e deixando que ele abandonasse o contato com meu corpo.

Em um primeiro momento achei que a sensação que sentiria seria de alivio, por não sentir mais aquela fragrância me invadindo, mas o alivio não veio, senti como se algo mais forte houvesse ficado.

Havia um vazio.

Juntei o suéter, e em meio as minhas palavras, estiquei o braço alcançando-o a ela.

Tat ainda me encarava.

Imóvel no mesmo lugar.

Sem fazer nenhum gesto.

Sua face não expressava sentimento algum.

- Pode ficar, está frio!

A voz de Tatiana era um murmúrio.

- Não quero nada seu perturbando ainda mais minha cabeça!

Insisti depositando o casaco em sua mão.

O toque de nossas mãos foi breve. Senti como o corpo dela estava frio.

E quando vi o gesto de Tat para me abraçar me afastei rapidamente. Encarando-a.

- Você está sendo injusta! Eu não tenho culpa de nada disso!  

Foram às palavras que eu a ouvi pronunciar.

- Eu desisto de tentar entender você Tatiana!

Minhas palavras saíram pausadamente. Minha voz embragada devido à entrega emocional que aquela conversa estava exigindo. Eu estava arrasada!

- E não se trata só disso, ainda não percebeu que tudo acabou?

Perguntei sabendo que ela sequer havia parado para analisar aquilo.

- Eu desisto!

Finalizei batendo a porta do carro com força.

- Eu também desisto!

Ouvi ela pronunciar. Não com a mesma calma.

O que fez com que eu voltasse minha atenção a ela.

- Eu desisto de ouvir suas paranoias. Eu fui sincera, em cada palavra! E cada gesto foi a expressão do amor que sinto por você, mas você está me crucificando e apegando-se a algo que é totalmente sem fundamento. Afinal você concordou com a utilização das imagens, então porque está fazendo todo esse drama?

Ela tomou um pouco de fôlego. E voltou a se aproximar. Notei como sua expressão estava séria.

Sua voz mais séria ainda.

E talvez pela seriedade daquele momento eu baixei mais uma vez a minha guarda para ela, deixando que ela falasse o que tanto queria falar.

Boa parte de suas palavras já tinham me atingido e eu as absorvia, e as analisava.

- Quer fugir? Fuja de uma vez, mas não coloque a culpa em mim, por você ser uma covarde. Não era disso que você me chamava?

Ela perguntou.

Tatiana não esperava uma resposta, era nítido por sua postura que ela tinha a resposta.

Eu também tinha.

Seu corpo estava mais próximo do que eu havia suposto.

Mas eu não deixaria que Tatiana me arrasasse.

Não mais do que já havia feito.

- Suas palavras não tem mais poder algum sobre mim!

Esclareci, não sabendo de onde minha voz saía.

- Eu sempre soube que era uma boa atriz, mas dessa vez, você se superou, sério! Se eu pudesse eu te dava outro Emmy pela sua atuação. Por isso você me evitou, e me ignorou? Estava fazendo um planejamento mental de como acabar comigo? De como zombar dos sentimentos que sempre soube que eu tive por você?

Eu me obriguei a olhá-la e vi sua raiva tomando forma.

Tatiana não havia gostado do que eu dissera.

Paciência.

- Você acha que tudo gira em torno de você, não é? Tudo é lindo no seu mundo imaginário, onde você cria suas paranoias e alimenta com essas suas suposições. Nem tudo aqui se trata de você, ou como as coisas são em seu mundo das maravilhas Evelyne! Nem tudo se trata de seu ponto de vista. Você está jogando essa culpa, mais uma vez sobre mim e nem sequer escuta o que eu estou te dizendo. Eu não tenho nada a ver com isso!

Vi como ela gesticulava com as mãos, dando mais ênfase a cada palavra que dizia.

-Você quer que eu peça desculpas por algo que não é minha culpa? Eu peço! Mas ainda assim, ficarei sem saber o que você quer de mim! Me diga, o que que você quer Evelyne?

Ela voltou a perguntar

- O que eu quero?

Repeti.

Aquela seria uma pergunta retórica?

Pela raiva estampada no rosto dela, não seria, Tat realmente queria saber minha opinião.

Mas o que eu queria?

Me perguntava

Eu a queria, mas queria a Tatiana pela qual eu havia me apaixonado.

Queria poder amá-la. Entregar-me a ela.

Não aquela pessoa desequilibrada que estava a minha frente.

Seria pedir muito?

Quem seria aquela mulher ali?

Eu me perguntava.

Eu me perdia em meio às tantas mascaras que ela usava.

Eu apenas queria que tudo aquilo parasse.

Queria viver minha vida, sem aqueles tormentos.

Queria dizer, tudo o que tinha que ser dito a ela, e como ela pelo jeito já havia dito o que queria.

Eu também o faria.

Respirei pausadamente e organizei todas as palavras que eu por muitas vezes já havia passado em minha mente.

- Eu quero que viva sua vida perfeita!

Comecei por dizer.

- Que ame aquele homem detestável que você julga ser o suficiente para você, aquele que você acha que te fará feliz!

Pronunciei em tom irônico.

- Quero que faça tudo o que tiver que fazer pela sua carreira, porque pelo jeito é só com isso que você se importa, ter uma carreira bem sucedida! Eu cansei de tentar te entender, cansei de tentar te amar.

Olhava para ela tentando ver suas reações, mas minha visão estava turva.

- Posso até ser covarde, mas a pessoa que não resolveu a própria vida aqui é você.

As lágrimas caíam. E eu me detestava por não ter conseguido lutar contra elas.

- Enquanto você não tiver espaço para mim em sua vida, jamais poderei fazer nada, a não ser sentir pena dessa pessoa maravilhosa que eu sei que está aí dentro, sendo calada e sufocada, rodeada por esse seu ego e esse seu medo sem fim.  Quando essa pessoa estiver disposta a ficar comigo, verdadeiramente! Quando ela me chamar, e reservar um espaço em sua existência para mim, aí terei todo o tempo do mundo para conversar. Terei todo tempo do mundo para demostrar cada gota desse amor imenso que sinto por ela. Terei a paciência necessária para deixar-me envolver, e darei o afeto suficiente para fazê-la ficar! É só isso que eu quero de você Tatiana.

Falei com ênfase na última frase, apesar de não conseguir distinguir mais nada em minha voz.

- Quero que enfrente seus demônios, mas não quero que me faça um deles!

Talvez eu houvesse ido longe demais, pois sentia que aquilo assemelhava-se a um golpe de misericórdia.

Sabia que tinha sido dura com as palavras, mas algumas verdades deviam ser ditas, mesmo que doessem, mesmo que fossem as últimas palavras que eu proferiria para a aquela mulher antes que tudo realmente tivesse um fim. 


Notas Finais


por hoje.. é isso.. volto e breve com a reação da Tat a essa verdade... que doeu até em mim..


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