História Young (Imagine Suga) - Passion in Spark

Iria completar uma semana desde o acidente com Jaehyun. Depois de dois dias ele foi liberado e, depois de contar para minha mãe o que houve, ela fez questão que Jaehyun e Yoongi dormissem lá em casa, para que ela ajudasse a cuidar dos ferimentos do menino. Como Yoongi não era muito do tipo delicado, do tipo que entendia bastante sobre o assunto, ele ficou muito grato pelo convite.

A avó de Jaehyun, Hyunbae, não deu as caras desde aquele dia.

Estava na sala vendo TV, era quase seis e meia de um sábado, quando a minha mãe refez os curativos de Jaehyun, que o mesmo insistia em tirar, pois o incomodava.

— Está feito. — disse ela se levantando e deixando um Jaehyun muito emburrado no sofá menor. — E vê se não tira dessa vez. — advertiu.

Em seguida ela pegou a bolsa de coro preta que deixou em cima da mesinha de centro, onde eu apoiava meus pés, e olhou para mim.

— Vê se fica de olho para ele não tirar os curativos dessa vez.

— Vou tentar, mas ele é mais esperto do que você pensa. Ele sempre dá um jeito.

Um toque musical se fez presente, minha mãe buscou o celular dentro da bolsa para ver a mensagem. Ela leu, bufou e me olhou novamente.

— Tem a comida de meio-dia na geladeira, mas se vocês ficarem com fome pode pedir uma pizza. — disse me entregando algumas notas.

Abriu um sorriso enorme.

— Oba.

— Mas é SÓ para o caso de ficarem com fome. — ressaltou.

Foi a minha vez de bufar.

— Que horas o Yoongi chega? — perguntou, depois de selar minha testa, se encaminhando para a porta.

— Pelas nove, ele vai ficar até mais tarde compondo e ensaiando com o Namjoon. — respondi, trocando de canal.

Assentindo, nós nos despedimos e ela saiu, fechando a porta logo a porta atrás de si. Depois de desistir da televisão, pois não achava nada de útil, busquei meu celular no quarto para ouvir música e talvez conversar com algum dos meninos. Quando voltei para a sala, me deparei com Jaehyun mexendo nos curativos.

— Ei! — falei segurando sua mão. — Você não pode tirar! — adverti, ouvindo ele resmungar e fazer cara de choro. — Se você não tirar eu faço chocolate quente para você. — eu sei que é errado barganhar desse jeito, mas eu sabia que não teria jeito.

Jaehyun começou a suavizar sua expressão aos poucos.

— Promete? — perguntou.

— Sim, faço agora, mas você também que prometer.

— Eu prometo.

Sorri.

— Vem. — disse, oferecendo minha mão para ele, que a segurou e juntos fomos até a cozinha.

***

Estávamos os dois no sofá, ambos com uma xícara de um delicioso chocolate quente, que soltava fumaça devido a temperatura quente. Ideal para aquela noite fria. Eu também havia pegado uma coberta para nós dois e agora assistíamos Operação Big Hero na televisão.

Jaehyun estava vidrado ao meu lado, tomando seu chocolate com cuidado para não queimar a boca. Ver ele desse jeito era tão fofo. Apesar de não ser filho biológico de Yoongi, ambos tinham muito em comum. A característica principal, na minha opinião, era a calmaria que os dois transmitiam.

Uma vibração se faz presente, olho para o meu lado e vejo que recebi uma mensagem de Taehyung. Notei também, para a minha surpresa, que já era quase oito horas. Desbloqueei o celular para responder o mais velho.

Taehyung havia me mandado as respostas dos exercícios de química.

Tae: Isso é tão fácil, não sei como você não conseguiu responder sozinha.

Eu: Você está no segundo ano, essas coisas são bem mais fáceis para você. E de bônus eu ainda sou péssima nisso

Tae: Que ótimo, começou a chover! Espero que o parque de diversões não fique todo embarrado amanhã.

Eu: Aqui não está chovendo.

Mas foi só eu enviar a mensagem para começar a ouvir o barulho da chuva.

Eu: Esquece. Começou a chover agora.

Tae: Merda.

Eu: Esquece. Começou a chover agora.

Só espero que o Yoongi tenha levado um guarda-chuva.

Tae: Não tinha previsão de chuva para hoje à noite.

Eu: Então provavelmente ele não levou.

Tae: Hehehe, hoje tem.

Eu: Como assim?

Tae: Ah sei lá, boatos de que as meninas não resistem a um homem encharcado. (Boatos, de que o mesmo serve para a situação oposta)

Senti minhas bochechas queimarem, mas não pude deixar de sorrir ao imaginar Yoongi chegando em casa todo molhado. Ao meu lado Jaehyun já havia terminado seu chocolate e agora estava deitado com a cabeça no braço do sofá.

Eu: Pervertido!

Tae: Mas se bem que, conhecendo você como eu conheço é bem capaz de não terem passado dos beijos. Acertei?

Infelizmente tive de confessar.

Eu: Sim.

Tae: AHAHAHHAHA. Cara, eu admiro o Yoongi, ter uma namorada e não fazer nada deve ser difícil. Ainda mais dormindo na casa dela! Qualquer um no lugar dele já teria tentado algo.

Revirei os olhos. Não era minha culpa se toda vez que as coias começavam a esquentar eu quase tinha um ataque cardíaco! Mas é claro que não disse isso para Taehyun, ao invés disso eu apenas mandei uma mensagem dizendo que iria esquentar o jantar, o que não era mentira.

Dei o resto do meu chocolate para Jae. Fui para a cozinha e comecei tirar tudo da geladeira, intercalava entre esquentar a comida e arrumar a mesa para nós três. Já era quase oito e meia, logo Yoongi chegaria.

Quando terminei e deixei tudo pronto, voltei para a sala para chamar Jaehyun, o pequeno pausou o filme e foi apressado para a cozinha. Servi Jaehyun e quando ia me servir, escuto o som da porta de abrindo e depois fechando. Jaehyun rapidamente esquece da comida e corre para a sala, sigo o mesmo encontrando um Yoongi completamente encharcado. Engoli em seco automaticamente.

— Papai! — exclamou Jaehyun.

— Oi garotão. Depois você me abraça, — disse, segurando o filho, que fez menção de se jogar nos braços do pai. — agora eu estou todo molhado.

Yoongi estava tão lindo, a camiseta branca estava grudada no corpo magro e deus cabelos repicados caiam sobre os olhos e pingavam.

— _____, — chamou o loiro, me acordando do transe, nossos olhos tinham se encontrado eu nem sequer havia notado. — Você pode pegar uma toalha para mim? Não quero molhar a casa da sua mãe.

— Cla-claro. — senti meu rosto queimar e tratei de desviar o olhar. — Ja-Jahyun, vai comer, su-sua comida vai esfriar.

“Merda, porque você tem que gaguejar justo agora?”, disse para mim mesma.

Subi para o segundo andar e Jaehyun voltou para a cozinha. Fui até o banheiro, peguei uma toalha seca que deixávamos de reserva e desci em seguida, um pouco apressada para que Yoongi não pegasse um resfriado.

Quando entrei na sala, eu estava tão atrapalhada para desdobrar a toalha que só fui notar que Yoongi estava só de cueca quando levantei o rosto.

— Ai meu Deus! — exclamei, escondendo meu rosto na toalha.

Ouvi a risada do loiro.

— Sou só eu mesmo. — respondeu, puxando a toalha.

Soltei a mesma, mas continuei com os olhos fechados. Fiquei assim por um tempo, sem ousar me mexer, até que senti Yoongi perto de mim.

— Pode olhar agora.

Cuidadosamente abri os olhos e me deparei com o loiro sorrindo torto. “Debochado”, pensei. Olhei de relance e vi que a toalha tapava a cueca. Infelizmente. Ficamos nos encarando por um momento. Yoongi se aproximava lentamente, colocou suas mãos na minha cintura me puxando para si, mas coloquei minhas mãos em seu peito nu (para evitar futuros desmaios da minha parte se os nossos quadris se encostassem). Seus olhos caíram para perto da minha boca e eu mordi o lábio inferior, ansiosa para o que se aproximava.

— O jantar vai esfriar. — ao disser isso, seus lábios roçaram suavemente nos meus.

Mas eu não dei atenção a ele. Pelo contrário, fiz o que tanto queria: virei o rosto e grudei seus lábios aos meus. Como sempre, apenas para não perder o costume, de inicio foi apenas um selar, mas que se aprofundou num beijo de tirar o fôlego. A língua de Yoongi era calma, como tudo nele, ambos nos deliciávamos com o momento.

Senti meu corpo ficar quente, as mãos que Yoongi apertaram a minha cintura e eu levei a minha mão esquerda para ser ombro e a outra para a nuca, onde raspei minhas unhas e puxei um pouco do cabelo que ali cresci. Péssima ideia, devo dizer, pois assim que Yoongi percebeu que eu já não o impedia, o loiro finalmente pode grudar meu corpo ao dele e ao fazer isso, me permitiu sentir toda a sua virilidade masculina implorando por atenção.

— Ah! — gemeu o mesmo, desfazendo o beijo.

— Yo-Yoongi! — disse ofegante.

— Desculpe. — e assim, o loiro me deixou parada no meio da sala e correu para o segundo andar.

Sacudi a cabeça para voltar a realidade, eu sabia que não conseguiria esquecer isso tão facilmente. Yoongi era cruel. Voltei para cozinha e encontrei Jaehyun comendo tranquilamente. Voltei a fazer aquilo que estava fazendo antes do loiro chegar.

— Está gostoso? — perguntei para Jae.

O menor assentiu e sorriu para mim. Depois de uns cinco minutos Yoongi surgiu, vestindo uma camiseta velha e uma bermuda confortável. O mais velho bagunçou os cabelos do filho e se sentou na ponta da mesa, entre Jaehyun e eu.

Yoongi se serviu e tornou a sentar.

— Estava morrendo de fome. — comentou, para quebrar o silêncio.

— Achei que você iria chegar às nove. — comentei sem olhar para ele.

— Sim, mas eu e Namjoon estávamos cansados, então decidimos encerra mais cedo.

E depois disso não houve mais conversas até que terminássemos a comida e Yoongi anunciasse que iria lavar a loca, enquanto Jaehyun corria para a sala para terminar seu filme. Quanto a mim, subi para o segundo andar e tratei de ir direto para o banho.

Agora que Yoongi e Jaehyun estavam dormindo no meu quarto e eu junto com a minha mãe, eu tinha que ter um pouco de cuidado.

Demorei um pouco debaixo do chuveiro, um pouco mais do que o normal. Tentei deixar que a água tirasse a cena da sala, mas era impossível. Qualquer cois que eu pensava acabava voltando para essa lembrança. Apesar de já ter sentido antes, não era como se eu fosse muito intima daquela parte dele. E confesso que toda vez que isso acontecia, que não eram muitas, acabavam do mesmo jeito: em nada.

Em parte por minha culpa, que era muito tímida, e muito inexperiente para lidar com isso. Pensando bem, acho que a maior parte da culpa era minha, se não toda. Afinal, como Taehyung disse: “qualquer um no lugar dele já teria tentado algo”.

Suspirei. Desliguei o chuveiro e sai do box, me secando ali mesmo, enrolando uma toalha nos cabelos e outra no corpo. Um arrepio percorreu meu corpo ao sentir a diferença da temperatura do quarto. Sentei na cama e enxuguei mais um pouco a toalha e a coloquei de lado. Quando me levantei para me vestir a porta do quarto é aberta e Yoongi entra, assustando tanto a mim, quanto a ele mesmo.

— Desculpa! — disse virando o rosto e depois o corpo. — eu ouvi um barulho na cozinha e achei que você já tinha terminado.

— Tu-tudo bem. — respondi, mas ele já havia fechado a porta.

Fiquei encarando a madeira branca. Me questionando o porque dele não tentar nada. Ele nem o menos fez algum comentário malicioso. Que eu saiba qualquer namorado faria isso ao ver sua garota só de toalha.

Engoli em seco me levantando. Abri a porta, mas ao abrir a boca para chamar por ele a voz não saiu. Meu coração batia muito rápido, sem dúvida era ele o culpado. Respirei fundo. “Você consegue”, pensei. “Não é um bicho de sete cabeças.”

— Yoongi! — gritei, me surpreendendo com o tão clara minha voz soou.

Ouvi os passos dele subindo, cada passo fazia meu coração voltar a acelerar. Talvez hoje ele realmente saísse pela boca. Ao me ver parada na porta, só de toalha, Yoongi franziu a testa em confusão.

— Algum problema? — perguntou, mantendo o olhar fixo no meu rosto.

“Ok, não é um bicho de sete cabeças, mas enfrentar um seria bem mais fácil”, pensei.

— E-entra. — disse, encarando o chão e dando espaço para ele entrar.

— Quer me mostrar algo? — perguntou entrando. — Tem algum bicho aqui?

Fechei a porta discretamente e me virei. Yoongi estava de costas para mim, olhando ao redor, provavelmente tentando me evitar. Mas não deixei isso me abalar. Caminhei até o loiro e o virei para me encarar, ele estava perto da cama, então eu o empurrei para que sentasse.

Os olhos dele estavam surpresos. Meu rosto queimava, mas eu me obriguei a olhar nos fundo dos olhos dele, para que soubesse que eu não estava na dúvida de nada.

— Eu... Eu quero te mostrar algo. — disse me sentando no colo do mesmo.

Um suspiro baixo escapou por seus lábios e suas mãos foram de encontro para a minha cintura.

— _____... Eu...

Coloquei o indicador direito em seus lábios, calando o mesmo.

— Eu estou morrendo de vergonha... — acabei confessando. Os olhos dele brilhavam, a luz do abajur deixava claro que era um olhar de desejo. — Por favor faça amor comigo.