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História Youth - Run


Escrita por: MateusMendes0

Notas do Autor


Hoy! *♡* Tudo bom com vocês?
Peço desculpa pela demora em nome de nós três, não fora o planejado demorar tanto. E, por mais que esse capítulo estivesse "pronto" há alguns dias, a divergência e contratempos – e outras coisas também – acabaram por contribuir para a demora ;-;
Mas em contrapartida, o próximo já está em planejamento! Enfim, desejo uma boa leitura e espero que gostem! 💙

Capítulo 13 - Run


Fanfic / Fanfiction Youth - Run

 

– Final do capítulo anterior –

 

– Ah... sou. – Fala desconfiada. – Vocês querem entrar? Estão todos lá dentro, acho que vão ficar felizes em vê-los.

 

– Claro. Com licença. – A mulher velha da espaço e então nós entramos na casa, ela fecha a porta após termos passado e nos chama indo em uma direção que reconheço ser a cozinha.

 

– Cameron? Camila? O que estão fazendo aqui? – A garota loira pergunta assim que nos nota entrar na cozinha. Mas o que a Bea estava fazendo aqui...?

 

(...)

 

– Agora –

 

 

Estava tudo escuro, meu coração batia descontrolado e meus sentidos aguçaram, sentia uma gota de suor escorrer por minhas costas. E então, os passos cessaram. Um riso baixo seguido por um ruído que eu acredito ser de uma maçaneta sendo destrancada antes da porta ranger ao ser aberta. Após um empurrão, aos tropeços, senti o aroma familiar daquilo que creio ser um hotel. Atrás de mim, abruptamente, a porta fechou.

 

...

 

Assim que retiraram a venda, balancei a cabeça tentando espantar a sensação terrível que era ficar na escuridão, depois estreitei os olhos buscando compreender a situação. Realmente, encontrava-me um quarto de hotel não muito requintado, moderno até certo ponto, porém organizado. Era a casa de alguém?

O grandalhão me encarou com um olhar sério com cara de poucos amigos, apontou para o sofá e sibilou um “Fique aí, garoto” sem desviar os olhos, depois deu meia volta e seguiu em direção à cozinha.

Girei a cabeça buscando algum ponto de fuga, desesperado. Depois, baixei os olhos e fitei minhas mãos trêmulas. Levei as mãos até a nuca, subindo até bagunçar o cabelo. Ao fundo, o estranho marchou em minha direção com um copo d’água — Acalme-se. – pronunciou com sua voz grossa e estridente, se estava tentando transmitir tranquilidade ele falhou miseravelmente.

Respirei fundo tentando manter a compostura, aceitando o copo oferecido. Após isso, ele deu um sorriso intrigante dando-me as costas e saindo de minha vista. Foi aí que eu pensei: eu mal conseguia raciocinar direito os últimos acontecimentos, mas sabia que tinha que sair dali de alguma forma mesmo que aquele cara não apresentasse uma ameaça iminente. “Não no momento...”, pensei comigo mesmo.

E se eu tentasse golpeá-lo com algum móvel? “Não”. Eu era um tanto fraco, bem que minha mãe dizia “Querido, você deveria fazer mais exercícios físicos”. Fora que meu oponente é claramente mais forte do que eu. E se tentasse fugir pela janela? “Como se eu fosse bom em escalada”, murmurei. Soltei um suspiro, angustiado. Alguma coisa teria que ter e estou disposto a passar as próximas horas tentando encontrar uma solução, mas ei de encontrar!

 

...

 

Agora, já estava no meio das ruas correndo ofegante pelos diversos caminhos sinuosos. Curvei o corpo, apoiando as mãos no joelho, arfando ao tentar recuperar o ar perdido. Inspirei, respirando fundo, ainda estava à plenos pulmões sentindo a adrenalina da fuga percorrer minhas veias. Havia usado a velha tática de “por o bicho pra dormir”, aproveitei o cansaço do grandalhão e meti o pé dali. E antes disso, peguei as chaves para destrancar a porta e o prender dentro da casa.

Respirei fundo mais uma vez, inspirando. Depois elevei os olhos para as ruas semelhantes, carros passavam um tanto apressados tentando não entrar no congestionamento, tinha motos passando depressa e os caminhões tapavam a vista. Eu poderia ficar ali tentando descobrir de onde aquela avenida era familiar ou poderia tornar a correr e ir o mais longe possível daquele hotel. Escolhi a segunda opção.

Virando algumas esquinas, uma delas me chamou a atenção. Coloquei as mãos no bolso, acalmei os passos e caminhei mais devagar em frente à fachada da minha escola. Pendi a cabeça para o lado, observando a entrada. Os portões estavam escancarados, no entanto não havia movimento algum. Talvez fosse porque estava muito cedo?

Dei um passo à frente, entrando no edifício. Percorri os corredores tentando recordar melhor, ainda faltavam peças em minha mente e pouca coisa realmente se encaixavam. Por enquanto, aquele era o melhor esconderijo. Afinal, quem seria louco o suficiente para buscar refúgio no inferno? Ops, digo, escola?!

Olhando para os lados, trombei com um senhor alto e robusto, os ombros eram largos e ele vestia um terno numa tonalidade escura. Pedi desculpas, recuando apressado. O senhor tinha um olhar cordial, porém severo. Ele direcionou o olhar surpreso em minha direção, franzindo o cenho — O que faz aqui nesse horário? Suas aulas não começam agora. – disse, fitando-me curioso.

Engoli a saliva em seco, não havia desculpas. O diretor ainda estava pairado em minha frente — É... Eu... – cocei a garganta, olhando atentamente para os lados.

Levei um susto que fez meu coração disparar quando ele pousou a mão em meu ombro — Você está bem? Fiquei sabendo do acidente esses dias, você não tinha desaparecido? E agora retorna para a escola como se nada tivesse acontecido? – estranhou. Sua voz já não tinha mais o tom rígido e sim uma entonação de preocupação — O que houve? Você está assustado!

Fechei os olhos firmemente tentando apagar da mente aquelas perguntas que sondavam meu consciente, mas eu estava assustado, perdido e não tinha a quem me socorrer. Estava ali, pairado em frente ao diretor da escola, ele tinha renome e um histórico invejável, era um bom homem e muito disciplinado. Minha única opção no momento seria pedir sua ajuda.

Falei que tinha algo importante para desabafar e o senhor me conduziu pelo corredor até o início da escadaria, subindo as escadas em direção à sua sala. Abriu a porta para que eu entrasse, depois apontou para a cadeira e ali me acomodei, com a respiração ainda afoita — Está com sede? – fiz que sim e ele ofereceu um copo d’água do bebedouro ao lado. Aceitei. Depois retornou ao seu assento, olhando-me nos olhos — No que posso ajudar?

Inspirei, mais uma vez, expirando — Eu estava na festa, depois no carro. E aí aconteceu tanta coisa... Tem um estranho atrás de mim, ele me levou até um hotel e me encarcerou lá. E também... – gesticulava com as mãos soltando todas as palavras que vinham em minha mente, algumas eram devoradas pelo pânico e saíam tudo pela metade.

— Ei, ei. Calma! Respire, conte até três – pediu, pacientemente. Contei mentalmente — Agora tente explicar do começo. Vamos ligar para a polícia – ele tocou no telefone em imediato e com sua atitude, eu levantei num pulo gritando um “NÃO” para que não fizesse isso — Por que não? – arqueou a sobrancelha.

— Porque... Porque... Não sei, apenas não confio nessa opção, talvez seja pior ainda. – respondi, confuso. Nos filmes essa era a pior escolha, então tomei nota disso — O que eu faço?

— Eles disseram o porquê de estarem atrás de vocês? Ou falaram alguma coisa sobre?

Ergui os olhos tentando revirar minha memória — Algo como “viu demais” ou seria “sabe demais”? Sei do que mesmo? Eu não sei, só sei que ouvi a expressão “Vou arrancar seus olhos” e isso me fez estremecer.

Fez uma careta, seus olhos não demonstravam tamanho espanto, como se isso já fosse familiar no seu ramo educacional — Como seu diretor, o qual prometi aos seus pais lhe manter protegido enquanto se mantiver dentro dessa escola, não posso permitir que isso aconteça – proclamou, dando um tapa na mesa, determinado. Sua expressão era de revolta — Vamos pensar numa solução.

Assenti, irrequieto. Retornei a me acomodar da cadeira e lá permaneci por um tempo, em silêncio. O senhor Gael caminhava exasperado de um lado para o outro dentro da sala com as mãos postas no queixo tentando encontrar uma resposta para o meu problema, e num estralar de dedos, anunciou: — Tive uma ideia!

Arregalei os olhos à todo ouvido — Qual?

— Vou lhe enviar para uma fazenda, que tal? Tenho alguns amigos que me devem favores, posso pedir para que cuidem de você por um tempo e...

— E sair da cidade e perder a chance de descobrir o que querem comigo? Não, não. – impus, o interrompendo.

Bufou — Então... Vejamos – pensou por mais algum tempo, depois caminhou até sua escrivaninha e revirou o espaço em busca de algo. Agachou, destrancando uma porta e pegando algo de lá. Ainda abaixado, olhou em minha direção por cima da mesa — Se eles querem seus olhos, por que não os arranca?

Ele disse isso com tamanha tranquilidade que fez meu coração dar um salto para trás, acompanhei o susto e recuei, apreensivo — O QUÊ?!

Riu, com simpatia, depois se recompôs deixando em cima da papelada o que havia retirado do guardado dos alunos — Digo, se você perder a visão, não vai saber de mais nada ou não poderá ver mais nada, certo? Então, com esse óculos escuros – empurrou o objeto em minha direção — podemos dizer que você perdeu a visão no meio do acidente e que seus tios soltaram o boato de que você estava morto, pois foi essa a nossa última notícia sua – acrescentou ele em tom informativo, apontando para um jornal da escola ao lado — Para lhe proteger.

— Hum...

Ponderei essa hipótese, puxando o noticiário que tinha apontado com os olhos. Uma notícia saltava em relevância na qual dizia minha morte. Quer dizer que meus amigos não sabiam de mim? E eu teria que me esconder?

Hesitei, agora a ideia de me passar de cego não parecia ser tão difícil. Respirei fundo, erguendo a cabeça e pousando o jornal na mesa, encarando o diretor — Eu aceito. – proclamei sem muito pensar. Afinal, não tinha muitas escolhas mesmo.

Ele assentiu ainda nervoso com minha situação. Coloquei o óculos escuros de modelo retrô no rosto, tapando meus olhos, e treinei como seria ser cego. Teria que fingir, ainda não possuía bengala e então encenaria com as mãos.

Fiquei conversando com o diretor por um tempo. Meus pais conheciam ele há alguns anos, na época esse era um dos melhores colégios e eles se esforçaram para conseguir uma vaga – e mantê-la – e o diretor auxiliou no processo. A fama dele o precedia. Um homem justo, porém bravo. Ele protegia seus alunos, mas os repreendia igualmente.

Ele se ofereceu para encontrar um local seguro para que eu passasse a noite, recusei sua oferta. O senhor Gael disse que eu poderia passar a noite no dormitório da unidade ou me esconder em algum cômodo sem acesso aos alunos, talvez essa fosse a melhor opção.

Agora, estava perambulando pelo corredor fingindo a minha cegueira quando noto alguém encoberto pela porta do armário aberta buscando por algo. Não cessei os passos, apenas continuei andando calmamente, deveria ser apenas mais um aluno extremamente pontual.

E, quando ele fechou a porta e virou o rosto em minha direção, evitei não parar bruscamente. Pois, os olhos gentis, o sorriso amigável e a expressão de preocupação o entregava. Era meu grande amigo, aquele o qual estávamos nos divertindo alegremente pela festa antes do acontecido. Era Troye e o sua abominável pontualidade. Estava muito cedo, o que ele fazia na escola naquele momento?!

Arregalou os olhos, perplexo.

— De-Declan?! – exclamou embasbacado, encarando-me dos pés à cabeça.

Ah, é claro que só em desenhos que um óculos se torna o melhor disfarce. Droga!

Ele estava parado feito estátua no meio do caminho. Troye era meu amigo e eu não podia colocar o plano em risco, então fiz o que uma pessoa com deficiência visual faria: apenas segui em frente e o ignorei. E então, quando estava terminando de passar pelo meu amigo estarrecido, recordei de apenas um mísero detalhe: eu estava cego, e não surdo. E então, já estraguei meu plano?!

 


Notas Finais


Adorei esse capítulo sz

Espero que tenham gostado! E novamente, peço desculpas pela demora!
Nos vemos no próximo, sim? 💖 *u*


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