História The undead (os mortos-vivos) - Lutos e mudanças

 
Na manhã seguinte, acordamos cedo e pegamos tudo oque precisamos para continuar viagem...Eu espero que tenha mesmo alguém nesse posto policial, se não, não teremos mais oque fazer. Como se as pessoas procurando Claire nos ouvisse, o rádio do carro começa a chiar e dele sai uma voz entre a estática, quebrando o silencio entre nós:
-Todos os sobrevive... Ve... dire ...para o posto policial na aveni..esquina
Jason:
-Parece que agora você não é tão exclusiva assim, rainha Claire.
-Argh.. Cala a boca...

Acho que além do sono, ainda estou raciocinando a teoria de Claire, quer dizer... Depois dela explicar pela quinta vez, acho que entendi: O vírus, que ainda não sabemos qual é, se apossou das células, produzindo seu próprio material genético, e modificando-as, transformando as pessoas em mortos-vivos, que morreriam por completo pouco tempo depois, por isso ela disse ter quase certeza de que esse vírus, foi criado em laboratório. Mas o motivo das pessoas não ficarem mortas-mortas depois de um tempo, mas sim mortos-vivos em tempo integral é que, a droga, que é capaz de já deixar as pessoas em estado caótico, faz com que o vírus fique livre para fazer oque quiser no corpo, ou seja, esse apocalipse é uma junção de ambos, droga e vírus. Além de ser um ataque bioterrorista.. uma baita teoria da conspiração. Mas... ela é a cientista renomada aqui e como eu disse antes, toda teoria é valida. Nosso trabalho agora, além de sobreviver, é levar ela pra esse lugar.

Nós continuamos nosso caminho, em silêncio. Quando estavam faltando poucos quilômetros para chegar no posto, não conseguimos passar mais na avenida por conta de muitos carros parados, nós saímos da Van e vamos no começo do trecho onde estão os primeiros carros para ver se achamos um em boas condições para  usarmos, e de repente Lorena solta um grito abafado.
Atrás dela está uma mulher alta com cabelos negros cobertos por um boné de militar, com roupa de militar igual o boné, ela pega Lorena e coloca a arma em sua cabeça:
-Quem são vocês?!

Jason:
-Nós que te fazemos essa pergunta, de onde você surgiu? 
-Vocês são uma daquelas coisas? –A militar pergunta para Jason, confusa

Dessa vez Claire responde, com o mesmo deboche de sempre:
-Querida, se nós fôssemos um dos zumbis, nós já teríamos te atacado, então abaixe a arma. 
-Zumbis? Como assim Zumbis?
-Uma infestação, é oque aconteceu, estamos indo para um posto policial onde poderemos nos reabastecer de armas e onde podemos encontrar mais sobreviventes, olha, larga essa arma e você é bem vinda a se juntar a nós.  -Eu digo
-Tudo bem... Vocês precisam de um carro... eu consigo arrumar isso para vocês.
Ela vai para em frente à janela de um carro, quebra o vidro e começa a fazer uma ligação direta, que leva alguns minutos, tempo suficiente pra Claire reclama de algo:

-Estamos adotando agora? A mulher colocou uma arma na cabeça da garota e a gente vai levar ela? Assim? Sem mais nem menos?

Sara:

-Hã... Pra uma pessoa tão inteligente você até que tem a memória bem curta, né? Ou você não lembra de também apontar uma arma pra gente quando te encontramos?

-Vocês chegaram de surpresa! É totalmente diferente... De qualquer forma, reis da matemática, como nós 6 vamos caber em um único carro? Já aviso que não vou em nenhum porta-malas.

Sara:

-É só pegarmos outro carro, vai ser mais confortável de qualquer forma

Ela sai correndo até outro carro, um pouco mais na frente e aponta pro carro, gritando:

-Viu? Eu tenho certeza que ela consegue fazer uma ligação nesse aqui também!

Nesse momento, é onde tudo mudou para mim, Sara abre a porta do carro, e assim que o faz, um zumbi sai de dentro se arrastando, e pula nela, derrubando-a no chão, todos do grupo sacam suas armas e começam a correr em direção a ela, mas já era tarde demais...

Jason chega primeiro que eu, e começa a atirar no zumbi, enquanto eu vou até Sara, só para ter certeza de algo que vi de longe, mas não quis acreditar. Sara foi mordida! Eu coloco ela no meu colo, e começo a mexer no cabelo dela, que estava parada, plena... Até que os olhos dela ficam sem cor, sem vida, igual os meus, porque naquele momento esse apocalipse tirou a única coisa boa que me restava, meu cantinho de paz, meu amor...

Sara pula em cima de mim que me afasto rapidamente e sem saber oque fazer, continuo andando para tras, até que Claire, com sua arma tecnológica da um único tiro na cabeça de Sara, que cai imóvel no chão.

A próxima cena durou 10 minutos, que é o tempo de luxo que temos para ficar de luto durante um apocalipse. Lorena cai, de joelhos, chorando. Jason começa a gritar e vai até o zumbi que mordeu Sara e começa a atirar nele freneticamente e eu vou até Sara, pego ela nos meus braços, e choro.

A militar, que eu havia esquecido totalmente da sinal de vida no meio da confusão:

-Gente, eu não quero estragar o luto, mas a gente precisa ir... eu acho que todo esse barulho... atraiu eles!

Ela aponta pra um pequeno grupo de zumbis, atraidos pelo barulho dos tiros.

10 minutos... Esse foi o tempo que tive de luto por alguém que eu esperava passar a vida toda junto...

-Alec, vem. –É Jason que fala, me puxando pro carro

Todos entram, Jason e eu estamos na frente e a militar vai atrás com Lorena e Claire. Depois de um tempo em silêncio, a militar começa a se explicar.
-Me desculpem... Meu nome é Maze, voltei do exército ontem de noite para passar um tempo com minha família, e quando eu sai de casa hoje para comprar algumas coisas, a cidade estava um caos, quando voltei para casa, encontrei meus pais mortos e alguns desses monstros  na casa, consegui fugir e foi quando encontrei vocês.

Lorena:
-Todos tivemos momentos difíceis desde que essa merda começou, nós te entendemos. Sinto muito pelos seus pais.
Claire decide abaixar a arma que estava apontando o caminho todo para a militar, e eu pergunto:
-Quantas dessas armas você tem?
-É só um protótipo, infelizmente só tenho essa...

-Ah...

Jason para quando vemos um casal na rua, como sempre faz, parando para ajudar as pessoas, dessa vez, como quase todas as outras vezes, oque vemos é um homem correndo atrás de uma mulher que está desesperada. Jason desce do carro e sai correndo atrás deles, e eu o sigo.