Aislyn

“Colocando o livro em seu devido lugar na estante, He Xuan ouviu a porta da biblioteca abrir e um rapaz adentrar o espaço, caminhando a passos seguros e tranquilos até a mesa do canto, próxima à janela. Olhando para o relógio acima da mesa na entrada, o pensamento que cruzou sua mente foi “Pontual, como sempre”.

He Xuan se sentia um stalker quando se pegava observando-o, quando notava a quantidade de informação que havia reunido, mas não tinha culpa por ser observador e o rapaz ser tão metódico.”

Um escritor e um bloqueio criativo são quase sinônimos. Pode-se contar nos dedos de uma mão os que nunca tiveram esse problema. E, caso os encontre, sempre há outras dificuldades como desenvolver título, sinopse e personagens. Esse era o caso de Arata-sensei, que teve que lidar com personagens criando vida e contestando suas decisões.

“– Você quer ficar sozinho?

Feng Xin não especificou se era somente aquela noite ou se para o resto da sua vida, mas não, ele não ansiava por solidão.”

“Se há um prêmio por julgar mal
Já sei que vou ser eleita
Amar não vale o sofrer, não
O verbo amar a razão rejeitar”

>>> Imagem de capa arte tirada do twitter @crocodeadline usada sem fins lucrativos, todos os direitos reservados ao artista.

Mu Qing assinou a seguir, só notando após terminar que o general Pei não havia removido a mão da parte superior do papel, subindo os olhos para título do documento, rezando para que não estivessem assumindo a responsabilidade de alguma missão suicida. "Certidão… de casamento?"

Feng Xin estava com Mu Qing apoiado em seus braços, um corte profundo em seu abdômen, sangrando sem parar. Não importava o quanto pressionasse ou quanto poder espiritual compartilhasse, o ferimento não dava sinais de que iria se curar.

“Vire-se.” Feng Xin instruiu, batendo a ponta dos dedos no joelho de Mu Qing, finalmente atraindo seu olhar, confuso e nebuloso. A primeira vez que ele o encarou naquela noite, desde que entrou por aquelas portas.

“– Ah, droga…
– Me ajuda a apagar! – Takeo pediu ao notar a entrada do outro rapaz, tentando abafar as chamas com uma almofada. Chamas que consumiam a árvore de Natal.”