killer-kitty

Querida Alice, a primeira, que não foi a das histórias.
Tenho muitas perguntas para lhe fazer. Como, por exemplo, como conseguiu entrar nesse mundo e amaldiçoar todas as gerações seguintes?
Querida Alice, a verdadeira, das histórias.
Também gostaria muito de questioná-la. Questões como "por quê deste o nome de País das Maravilhas para um lugar semelhante a um inferno" rondeiam a minha cabeça o tempo todo.
Querida Alice, eu, espero que a última.
Espero que eu consiga.

Podemos ser quem quisermos, e somos lendas.
Eu sou a rainha de tudo, não há quem me impeça.
Eu sou uma deusa da nova era e me sinto como tal.

As pessoas correm, como se seus problemas não estivessem sob suas peles. Não se importam de serem uma peça na máquina.
Eu sei disso tudo. Reconheço que sou uma peça e que estou quebrada, jogada de lado. E eu amo o quão errado e triste isso soa.

Quem se importa com a garota que não terminará o ensino médio? Quem se importa com quem não foi corroído pelos sistemas, pelas regras e normas?

Eu sou a rainha do meu reino, da minha imagem, por mais que não passe das paredes do meu quarto e meu reflexo no espelho quebrado.
Evolva na solidão de uma festa lotada com volume tão alto que nem escuto a mim mesma.
Eu sou a deusa do meu caos, a única coisa que criei.

"Talvez" e "se". As duas piores palavras no dicionário mundial.
Talvezes rodeavam a cabeça de Lilith Silver, cantora com uma carreira em alta e reputação em baixa.
Ses preenchiam a mente de Luke Hemmings, principal vocalista de uma banda de sucesso crescente e durações de namoros em recordes decrescentes.
Lilith não se importava com o que deveria fazer para conseguir o que quer.
Luke tinha parede lotadas de corações partidos e emoções desperdiçadas.
Talvez não iria impedi-los de nada.
Se não iria mudar o que passou.
Mas humanos são tão confusos, complicam sem nem mesmo perceber.