SrtaFritzi

"Anthony dá risada. Uma risada histérica, sem vida.
- O que a gente faz com elas agora, Tom? – indaga Mitchell.
O rapaz ignora a pergunta do amigo, vai até Rosa e lentamente começa torturá-la na frente de suas filhas. De seu bolso, tira uma lâmina com extremidades afiadas e passa sob os dedos da mulher, fazendo cortes horizontais e retilíneos e prosseguindo por seus braços até alcançar o pescoço. A mãe solta gritos de agonia, o som abafado pela mordaça.
Do outro lado da sala, Mitchell decide brincar de "Vamos ver quem consegue ficar sem respirar até morrer?" com Susan, que se contorce toda ao ter sua cabeça forçada para dentro em um balde contendo água e uma pequena dose de ácido fluoroantimônico¹ ."

E se o inferno não se tratar de algo sobrenatural, fruto da doutrinação religiosa, para manter seus discípulos no caminho certo, sob os olhos de Deus? E se o Mundo Inferior, na verdade, for aqui, na Terra, mais especificamente em áreas, onde a vida não se reproduz de maneira igualitária aos demais lugares? E os demônios, quem são? nós mesmos? Por que alguém pode sofrer tanto em vida sem ter a mínima ideia do que fez para o merecer?
Bom, essas perguntas circundam a mente de uma família pobre que vive para sobreviver e desconhece qualquer tipo de prazer que um ser humano possa ter. Eles lutam, dia após dia, para livrarem-se da seca e da fome, fogem delas assim como fogem da morte, que sempre os encontra com novas surpresas.
Infortúnio Agreste apresenta um enredo triste, dramático, mas incluem-se a ação, o suspense e a violência - por vezes implícita - para incitar a reflexão no leitor perante a realidade no Nordeste de alguns de seus habitantes.

Até quando irá durar a sua eternidade?
Quantas dessas eternidades você já vivenciou?
Quantas delas deixou de existir ou... Chegaram sequer a existir?
Quantos fins do mundo você presenciou com aquela pessoa que te amou tanto?
Às vezes, perguntar ofende, sim! Mas, outras, a pergunta serve como confirmação daquilo que era receoso.

O que vale mais?
Amar até morrer ou morrer por amar tanto?

Pequenas reflexões por meio de pequenos textos que podem causar pequenas mudanças do ponto
de vista de pequenas pessoinhas, as quais, vivem em uma grande História, num imenso planeta, em
um Universo vasto de informações e analises que são transcritas em pequenos textos para mentes gigantes.

~A gente não é aquilo que nós somos.~
O poema em questão aborda uma crítica insofismável à degradação
do mundo, da sociedade e da Moral por parte dos próprios "eles",
mais conhecido como "nós".