carlinhaduda

Se aproximou e viu o mesmo loiro que bateu em sua porta uma semana antes. Quase não o reconheceu direito. O loiro estava imundo. Os pés pretos e uma parte da calça rasgada enquanto o resto tentava permanecer a cor branca diante a imundice. Os cabelos loiros estavam ensopados e opacos, havia perdido o brilho e ganhado uma oleosidade.
O loiro chorava copiosamente com as mãos sujas e as unhas encardidas enrolado em um velho cobertor que Pete reconheceu sendo o mesmo que lhe dera dias antes.
—Loiro?
O homem levantou o rosto e o encarou. Seus olhos estavam vermelhos e as bochechas molhadas.
—O que aconteceu? – Pete se aproximou e se agachou.
Seu nariz começou a coçar quando sentiu o cheiro que exalava do loiro.
—Achei que tivesse errado a casa – chorou o loiro limpando o nariz.
—Por que está chorando?
—Eu... Eu estou com fome. Estou chorando de fome e porque eu não consegui voltar para casa. Eu não me lembro de nada do que aconteceu antes de eu encontrar a sua casa e... Eu não sei para onde ir então decidi voltar aqui. Eu não sei o que fazer, Pete...
Pete também não sabia. Só não podia deixar aquele loiro desamparado.

Steve tem a tarefa de mostrar um novo apartamento para um cliente, mas ao ver o nome impressa no papel, traz a tona velhos sentimentos enterrados em seu peito.

"Eu ainda não acreditava que ele estava ali, nos meus braços vendo aquela vista maravilhosa. Seu cheiro era tão familiar que eu nem sei como poderia esquecê-lo. Depois de quinze anos, ver Liam novamente era um milagre diante do jeito que nossa história acabou. Se tudo aquilo fosse um sonho, seria o melhor que eu tive em muitos anos de vida.
—Eu tentei — Liam murmura — Eu tentei de tudo. Mas eu não consegui te esquecer, Steve."

Corrigir provas não deveria ser nada divertido e muito menos um hobbie de algum professor. Pelo menos não era o caso da Margaret que adorava corrigir erros de português. Essa sim deveria ter de corrigir deveres de casa como um hobbie.

Agora, o que o meu deus grego que dava aula de biologia fazia em casa nos finais de semana? Com certeza não ficava corrigindo provas. Ou ele... Fodia alguém? São apenas hipóteses, mas Destroyer era muito parecido com Harley. Fisicamente, é claro. Ambos eram altos e com os cabelos de um loiro escuro. Olhos castanhos, ombros largos e peitoral simplesmente maravilhoso e costas musculosas. Pelo menos era assim que eu imaginava o meu professor debaixo daquela roupa folgada com o logo do colégio. E seus óculos de grau que o deixavam com um ar de intelectual.

Poderia ser um hobbie de um professor de biologia fazer vídeos de pornô gay?

Também quero o seu prazer, sua loucura. Não me importa o mundo lá fora, não importa a guerra, as barreiras.
Essa noite, temos essas quatro paredes. É onde podemos ser nós.

-Meu Deus, isso é ridículo - diz Patrick - Mas nem fodendo vou perder mil dólares.
Segurei a sua mão e isso era muito, muito estranho. Entramos na escola de mãos dadas e muita gente nos encarou. Alguns meninos riram e eu já sabia que Brendon, Joe e Andy espalhou para todo mundo sobre o desafio.
-Não é ridículo - digo - É um desafio. Uma aposta. Quer desistir?
-Nem pensar. Eu não sou um perdedor, Pete.
-Ótimo, porque eu também não vou desistir.
-Ótimo - ele repetiu.
-Olha só se não é o nosso casal? - Andy disse fazendo todos rirem.
-Acho que vocês não estão tão animados assim - provou Brendon.
-Vamos ser o melhor casal gay que vocês já viram - Patrick disse.

-Eu amo você.
-Por favor, não diga isso, por favor, Adam.
-Por quê?
-Porque eu sinto o mesmo por você, mas eu não deveria. Somos de mundos diferentes e eu tenho que te proteger do meu irmão.
-Mas quem vai te proteger dele?

Patrick abraçou Pete e depois entrou no chuveiro. O moreno sentou-se na cama e terminou de se enxugar. Desforrou a cama e pegou um travesseiro a mais. A cama era enorme, já que Patrick se mexia muito e também era muito espaçoso, o móvel era feito sob medida. Tinha um closet ao lado do banheiro e nenhum outro móvel no quarto.
Mikey entrou no quarto assim que Patrick saiu do banheiro.
-Prontos? - perguntou Mikey.
-Sim! – disse Pete todo empolgado.
Patrick não disse nada e lançou um olhar desconfiado para Mikey que ignorou a provocação. Patrick se juntou a cama e Mikey também.
-Feliz aniversário, amor – disse o loiro risonho para Pete.

-Eu traí você.
Patrick suspira e depois volta a olhar nos olhos do moreno.
-Eu sei. Tudo bem, Pete. Foi só sexo. Eu estava longe de você mesmo estando na mesma cama, eu te neguei várias vezes e você estava carente. Tudo bem, eu entendo – Patrick sorri forçadamente tentando evitar mostrar o desconforto que era ouvir aquilo sair da boca de Pete.
-Não foi sexo, Patrick. Foi outra coisa – Pete tinha o semblante triste em dizer aquilo, logo ele abaixa a cabeça.
Patrick continua a encará-lo. Pete aos poucos volta a olhar em seus olhos acinzentados que agora estava cheios de lágrimas.
-Você fez amor?