catdp

"Há um riso quase infantil de quem se sente observado no interior — apropriamo-nos dos sentimentos mais íntimos.

Um rubor incandescente a espalhar-se pelos olhares alheios. A confirmação expande-se, ecoa pelo ar. Nem mais uma palavra. Simples assim, não?"

Desconheço-me sempre nestas alturas.
(...)
Estrangeira na minha própria pele, teimo em desbravar-me o incógnito mas a ignorância permanece como um bem maior.

— Não tens vontade de percorrer ruas que correm em direção ao mar, regressar a uma casa vazia? — Soltei para o ar, esperando que tudo isto te atingisse em forma de epifania.

O Carnaval fazia-se nas terras e esta não era uma memória minha.

Uma breve reflexão baseada na epifania de compreender a beleza da vida apenas quando esta termina.

"Não se preocupem, queridos, este foi o dia mais perfeito da minha existência. Um breve memento mori que chegou tarde demais."

Nas regiões enfraquecidas pelo governo, caídas no esquecimento, a falta era de tudo. De companhia, de uma voz, de algo novo. Enquanto isso, há uma ferida que surge na pele e não parece querer abandonar.

Mas, contra tudo isso, há uma sugestão curiosa para o combate da solidão atroz.

— Bem, talvez tenha uma ajuda para a sua questão. Que tal um pouco de companhia?

— Um animal de estimação?

— Talvez. Ou... Tem um rádio, em casa?

"Mas depois há você; (...) Um frio invernal externo incapaz de me atravessar por uma memória ainda preservada."

Hoje sinto um fim próximo. Uma jornada completa ao observar o céu.

(...) Acabou, está a chover.