Astteria

Eu comecei a contar essa história igual a muitos outros escritores: por tédio. Acompanhar o cotidiano de um jovem em pleno 2087 já está mais do que saturado. George Orwell pensou nisso no século passado. Venha já sabendo que vai ter mais do mesmo. Ler sobre um cara viciado em um jogo de imersão de RPG. Vocês já conhecem essa história também.

“Aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal.”

Cogito ergo sum, essa brilhante frase do latim imaginada por um importante filósofo ajuda a explicar a atualidade num mundo cheio de cores, mas ao mesmo tempo monótono. Colors se passa numa distopia maquiada que gradativamente ruma ao apocalipse.

Dwight Fairfield era um nerd magricela no ensino médio. Ele sempre quis ser uma das crianças legais, mas de alguma forma nunca teve o carisma necessário. Num fim de semana, em um exercício de formação de equipe do seu trabalho, o chefe de Dwight levou-os para o meio de uma floresta antes de lhes dar uma bebida "da família". Dwight lembrou-se de tomar o primeiro gole antes de acordar na manhã seguinte, sozinho. E essa foi a última vez que alguém ouviu falar de Dwight Fairfield.

Por favor, permaneçam em suas cadeiras. O Show vai começar daqui a alguns momentos. Toda essa tortura vai desenrolar.

Trinta anos desde o ocorrido,
trinta anos levaram para que renascesse.
Sangue no chão e em seus olhos,
Levaram a mordida e foram deixados para morrer.
Trinta anos e agora estou aqui,
O único que restou para gritar de medo.