conterstellar

Remus era muito curioso sobre o garoto que aparecia na cafeteria com frequência e sempre inventava um nome novo para ele escrever.

“Sim, Hinata.” respondeu. Ao ver Shouyou se preparando para outra pergunta, ele adiantou-se: “E eu tenho certeza disso. Eu só... Nunca me senti assim com outra pessoa.”

Às vezes, quando Lance fechava os olhos, ele só conseguia enxergar azul.

Mas ele sempre iria acabar enxergando vermelho.

“Você me abandonou, Adora. Era só você e eu contra o mundo e você foi embora.”

“Eu nunca poderia te abandonar! Eu te amo demais!”

Shouto não consegue dormir. Ele não tem certeza se a situação tinha relações com seus pesadelos, ou talvez com o simples fato de que ele estava dormindo longe de casa todos os dias pela primeira vez. De qualquer forma, nada daquilo realmente importava, pois ele ainda estava com os olhos bem abertos em seu quarto, deixando a escuridão o consumir.

Mas então ele fez a decisão de seguir para a sala comunal e o que era apenas uma caminhada se tornou um aperto em seu coração enquanto ele deitava-se na cama de Midoriya, seu rosto á centímetros de distância daqueles olhos verdes e as sardas em sua bochecha.

Shouto não consegue dormir, e decidir tentar fazê-lo com Midoriya talvez não tenha sido uma ideia tão ruim.

“Eu não consigo parar de pensar em você.”

Havia apenas algumas coisas que Katsuki sentia que jamais iria entender.

Havia três regras importantes que Lance nunca deveria esquecer.

Primeiro, ele não deveria tocar nos ponteiros do relógio que ocupava o lugar do seu coração.

Segundo, ele deveria ser capaz de dominar sua raiva.

E terceiro, ele nunca deveria se apaixonar.

As luzes oscilaram, por um momento criando um padrão agradável aos olhos alheios. Mas Keith sabia exatamente que aquilo só poderia significar uma coisa – e aquilo havia sido um pensamento forte o suficiente para fazê-lo virar em seu calcanhar e correr para a sala de estar.

Seus olhos pararam nas letras garrafais pintadas sobre o papel de parede. Os fios que seguravam as luzes de natal pareciam terrivelmente planos naquele momento, se estendendo sobre as letras e mantendo aquele ambiente vazio mesmo com as outras luzes ao redor da casa brilhando daquele modo.

E então as luzes pararam, deixando o cômodo escuro apesar das lâmpadas o rodeando. Keith tinha uma sensação ruim de decepção, mas a esperança ainda subia em suas veias gradualmente. Foi naquele momento em que ele soltou a respiração em que a primeira luz azul havia piscado, iluminando a letra L do alfabeto pintado na parede.

O coração de Keith começou a acelerar á medida que as luzes piscavam sobre as letras, formando uma palavra. Ele sentia que sabia o que aquilo significava, mas precisava ter sua confirmação final e oficial de que não estava ficando louco. Keith podia dizer que não dava a mínima se era isso que todos achavam, se ninguém acreditava nele quando ele falava sobre as ligações e as luzes piscando, mas aquilo era um conforto pessoal. Ele não poderia ignorá-lo.

Quando havia chegado á última letra e a palavra caiu na compreensão de Keith, as lágrimas aflitas rolavam por sua bochecha enquanto ele abria um sorriso de alívio para o que havia acabado de ler.

"L A N C E"

Ele estava certo desde o começo.

Lance estava vivo.