Unhapiness

Era tarde da noite. Eu estava deitada em meu sofá assistindo série, apesar de que eu deveria estar dormindo para ir trabalhar no outro dia, mas nada que um café não ajudasse. Ouvi duas batidas leves na porta e fechei os olhos respirando fundo. Quem ousaria atrapalhar minha maratona de _Pretty Little Liars_ em plenas duas e meia da manhã?

Eu poderia ser uma maníaca por ter aqueles pensamentos em relação a ela, até porque a mesma tinha apenas treze anos e eu já havia completado meus dezoito há pouquíssimo tempo... mas era um pouco errado... ah, foda-se, quem liga para o que é certo ou o que é errado?

Amar. Uma palavra tão simples e tão cheia de significado. Algo que podia curar vários males, mas também causar muita dor. Quando eu me vi amando pela primeira vez, eu mal sabia o que era isso, eu era muito pequena, porém me lembro até hoje do meu primeiro amor. E aqui estou eu amando outra vez. Algo proibido para muitos que são contra ao amor entre duas pessoas do mesmo sexo, porém eu não me importava nem um pouco. Eu só queria ama-la e nada mais. Ela era o motivo do meu sorriso, do meu riso, dos meus suspiros. Tudo remetia a ela e somente a ela. Aquela garota era simplesmente a minha vida.

Mais uma vez eu cheguei cansada do trabalho. Não era nenhum pouco fácil trabalhar como professora em duas escolas e no cursinho. Era pesado demais. Quando eu entrei no apartamento, o mesmo estava com as luzes apagadas, o que eu achei estranho já que a minha pequena estava em casa, pelo menos era para estar. Coloquei as chaves sobre a mesinha de centro e fui para o meu quarto. Ouvi o som do ar-condicionado e dei um leve sorriso abrindo a porta. Ela estava deitada no meio da cama dormindo tranquilamente. Fechei a porta e caminhei até a cama observando os trajes que ela vestia. Uma saia rosa curtinha que agora mostrava toda a polpa de sua bunda e uma regata do Bob Esponja. Me sentei ao seu lado e deslizei a mão por sua bunda dando um leve aperto na mesma em seguida. Ela se mexeu um pouco resmungando e eu tirei a mão temendo que ela acordasse. Me levantei já começando a tirar a roupa e coloquei a mesma para lavar. Entrei no banheiro e tomei um banho relaxante na banheira, quando saí fui direto para o meu closet. Coloquei uma camisola vermelha com uma calcinha da mesma cor e arrumei meus cabelos. Passei meu perfume e um batom na cor vinho indo para o quarto em seguida. Me sentei na cama novamente e deslizei minha mão pelas costas da pequena garota.

“Como uma pessoa podia escrever tão bem? Como alguém conseguia encantar milhares de pessoas com simples palavras?” era isso que Joyciaine pensava. Ela havia conhecido uma garota em um site de auto publicações e começou a acompanhar suas histórias, com o tempo Ela foi se encantando com aquela garota e quando viu já estava apaixonada por ela...

Abri a porta e dei de cara com ninguém mais, ninguém menos do que Karine, minha linda e amada ex. Pois é eu ainda gosto dela (P.S: Não contem pra ela viu? Valeu, falou). Fui eu quem terminei há um mês e pouco atrás e me arrependo demais, até hoje não superei.

Há quem diga que amor à primeira vista não existe.
Bom, eu acreditava e tive ainda mais certeza quando aconteceu comigo, mas o problema não foi só esse.
O problema foi que eu tive dois amores à primeira vista, ambos de sexos opostos

Já era um pouco tarde quando sai da faculdade. Era meio perigoso, mas decidi dar uma volta na orla da praia. Escutei alguns gemidos de dor e gritos abafados. Olhei em volta ajeitando a alça da mochila no ombro e caminhei apressadamente em direção a origem do som. Pude ver atrás de uma pedra, um rapaz tentando de todas as formas beijar e despir a garota que estava encostada na pedra. A garota me encarou e eu pude ver em seus olhos o tamanho de sua dor. Já havia a visto em algum lugar... Deixei a mochila no chão e comecei a me aproximar vagarosamente dos dois. Meu coração batia lentamente e minhas mãos suavam frios... eu mal sabia o que deveria fazer. E se o homem estivesse armado? Vamos lá Joyciaine... não seja medrosa.