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A luz verde do letreiro do bar por todo o rosto do mais velho, sua boca rosada entrando em contraste, seus olhos com uma melancolia dolorosa de se enxergar. Não queria aquele beijo de despedida.
一 Algum dia chegarei a te ver de novo? – Perguntou, tão baixo, com aquela esperança ainda acesa em si. Não o aquecia como antes e era um mal sinal.

Sua face fechada, seus fios ruivos e curtos, o braço esquerdo coberto por tatuagens legais demais e o piercing no meio do lábio inferior, tudo aquilo que compunha a perfeita obra me fazia ter um lesbian panic ferrado.
Desde que ela cruzou aquela porta de vidro, com os fones estourando algum rock pesado – que particularmente eu odiava, mas por ela faria um esforço – eu me senti pequena e prestes a ter uma parada cardíaca. Trocamos poucas palavras e em todas essas vezes sentia que podia desmaiar diante seu olhar atento.

Era a primeira vez que passava sozinha, longe de sua casa, de seus familiares, mas com a mulher que descobriu amar mais que tudo naquele mundo. A sensação de saudade misturada com a paixão que aquecia seu coração a deixava estranha, em um sentido bom. Sabia que se chorasse não estaria sozinha e desamparada, sabia que suas lágrimas seriam limpas com a maior leveza do mundo, sabia que as palavras doces a acalmaria e que teria os braços quentes para a consolar. Então decidiu fazer uma surpresa.

Depois de muitas noites em claro consumida por sentimentos que a sufocavam, caiu em si que não havia chance nenhuma de achar um Deus e seu paraíso com o próprio Demônio em sua cama. Não havia pecado maior que aquele que cometia todas as noites.

Era finalmente dia 31 de outubro, Halloween para ser mais exata, e Lia não podia estar mais ansiosa para sair pelo bairro pedindo doces ou travessuras para seus vizinhos. Em especial sua vizinha, Ryujin, que naquele dia não poderia sair de casa e ficaria no lugar de sua irmã mais velha, Seulgi, atendendo a porta. O plano era fazer a mulher finalmente notar sua existência, já que sua fantasia era combinando com a dela, mas de algum jeito as coisas não seguiram como esperava e ainda sim terminou como queria.

A dor insuportável em sua barriga a fez perder as forças, incrédula e horrorizada que fantasmas poderiam cruzar aquela barreira e dar fim em uma pessoa de forma óbvia, mas ela também nunca acreditou no sobrenatural. As risadas ecoavam em sua mente, aqueles olhos estavam tão perto de si. Minjeong pediu por misericórdia, mas de nada adiantou.

Almas perturbadas vestiam essa pele humana para esconder o demônio que habitava em si. E Huh Yunjin encontrou àquela que não teria outra escolha a não ser passar o resto da vida ao seu lado em uma noite conturbada. Estava frio, as folhas das árvores se mexiam em pavor e o sorriso diabólico da mulher de olhos escuros a deixou fascinada. Sua alma borbulhava em alívio.

Observo suas costas nuas e os fios castanhos, e já sinto saudade. Saudade do que nunca tivemos e nem chegaremos perto de ter. Aquele final era diferente e você nunca ficaria com o secundário, você nunca chegou a sentir uma coisa a mais por ele, e o filme nunca foi um romance.